O secretário Sílvio Póvoa está sendo processado por improbidade administrativa por prejuízo e irregularidades no "Caso dos Eucaliptos". O que o prefeito fez? Manteve ele no cargo. O ex-secretário Clever Lima também é reu nesse mesmo processo. O que o prefeito fez? Exonerou ele do cargo, mas depois o nomeou para procurador do município. A então diretora de Saúde Iolanda Costa é citada no relatório da "sindicância do mamógrafo" como uma das envolvidas nas irregularidades ocorridas no Pronto Socorro Municipal. O que o prefeito fez? Deu-lhe uma espécie de promoção, nomeando-a secretária de Saúde.
Alguns dirão que o prefeito está certo. Afinal, existe a tal presunção de inocência. Traduzindo: ninguém pode ser considerado culpado até o julgamento (condenação) final. Logo, essas pessoas deveriam permanecer nos cargos.
Ocorre, porém, que existe um outro princípio que deve ser observado. Falo da moralidade. O agente público não deve apenas ser honesto. Deve parecer honesto. Como dizia o meu saudoso pai, "aí a porca torce o rabo". Nessa linha, pessoas processadas judicial e administrativa parecem honestas o suficiente para ocuparem cargos públicos? É igualmente honesto manter em cargos públicos pessoas processadas por supostas irregularidades?
Há algumas conclusões possíveis no caso. Ou o prefeito tem ciência de que essas irregularidades não ocorreram e, por isso, confia piamente na honestidade e competência desses seus auxiliares diretos. Ou ele, sabendo que as irregularidades existiram, acredita na impunidade. Nesta última hipótese, o prefeito estaria, no mínimo, sendo conivente com essas práticas. Estaria, em suma, sinalizando para os seus subordinados e para a sociedade que vale a pena cometer irregularidades e causar prejuízos ao município. Enfim, o crime compensaria. Isso é perigoso. Esse tipo de procedimento do Chefe do Executivo deveria ser melhor observado pelo Ministério Público e, sobretudo, pelos eleitores.