O Carnaval vem sendo tratado como uma espécie de política pública pelos governantes. Alega-se, como motivos para injetar recursos públicos nesse tipo de evento, a necessidade de incrementar o turismo e a cultura no município. Vamos ver se isso acontece em Araguari?
Para responder a essa pergunta, uso do velho costume mineiro de responder com outras perguntas:
1º A Prefeitura agregou outros atrativos turísticos ao evento?
2º O Bosque John Kennedy esteve aberto à visitação durante o feriado de Carnaval?
3º A Fundação Araguarina de Educação e Cultura disponibilizou espaços para a venda de produtos artesanais durante o evento? Camisetas e cachaça araguarina, por exemplo, seriam muito bem-vindas...
4º O Museu dos Ferroviários funcionou durante o feriado?
5º Foram distribuídos aos foliões panfletos mostrando um guia turístico da cidade?
6º Disponibilizaram-se meios para os foliões conhecerem, por exemplo, algumas das dezenas de cachoeiras da cidade?
7º Foi realizado algum evento específico para as crianças, que serão os foliões de amanhã?
Se as respostas a essas e a outras perguntas forem negativas, ficará claro, na minha opinião, que o evento não teve preocupação turística e cultural. O mero aumento do número de pessoas na cidade não justifica um investimento público de mais de meio milhão de reais. A não ser que tenha sido feito um estudo prévio e minucioso comprovando isso. Pelo afogadilho e falta de planejamento do evento, eu duvido.
Logo, teme-se que esse tipo de gasto público tenha sido criado, como já percebido por algumas pessoas, com finalidades ocultas. Pode-se especular, nessa linha de entendimento, que tenha sido utilizado, por exemplo, para fins políticos, para pagamento de dívidas de campanha, para beneficiar empresários próximos ao poder, etc. Finalidades nada nobres, portanto.