terça-feira, 31 de outubro de 2023

Ministério Público investiga o prefeito de Araguari por suposto favorecimento na contratação da própria esposa


O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) tomou uma importante medida em busca da legalidade na administração pública de Araguari. Um inquérito civil público foi instaurado para investigar o prefeito Major Renato, suspeito de favorecer a contratação de sua esposa, Ana Carolina Naves Peixoto. Com o número 0035.23.000805-0, o procedimento investigativo foi iniciado em 20/06/2023, sob a responsabilidade da promotora de Justiça Nathalia Scalabrini Fracon.

O que é um inquérito civil público?

O inquérito civil público é uma importante ferramenta que o Ministério Público possui para investigar irregularidades na administração pública. Ele permite que o órgão investigue fatos que possam configurar atos de improbidade administrativa ou outras irregularidades, com o objetivo de proteger os interesses da sociedade e garantir a legalidade na gestão pública. Pode ao final ser arquivado, dar ensejo a compromisso de ajustamento de conduta ou possibilitar o ajuizamento de ação civil pública. 

Observação: 

É importante ressaltar que estamos empenhados em fornecer informações adicionais sobre esse assunto. No entanto, infelizmente, temos enfrentado dificuldades para obter acesso a dados essenciais. O portal da transparência da Prefeitura de Araguari está indisponível, o que prejudica nossa capacidade de acessá-los para uma análise completa da situação. Além disso, as informações disponíveis na página do Ministério Público são atualmente insuficientes para uma compreensão abrangente dos detalhes do inquérito em questão.


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Ataque hacker em Araguari levanta questões sobre segurança de dados e transparência



No dia 22, a Prefeitura de Araguari enfrentou um ataque hacker que deixou os seus sistemas comprometidos. A comunicação entre as secretarias foi afetada, e os cadastros da população foram perdidos, com uma previsão de retorno de até 10 dias. Essa situação levanta preocupações sobre a eficiência da empresa terceirizada responsável pelo sistema, a falta de práticas adequadas de backup pela Prefeitura e os prejuízos à transparência dos atos públicos.

A demora na restauração do sistema é alarmante, afetando a prestação de serviços essenciais à população. Além disso, a aparente ausência de cópias de segurança dos dados revela uma falha de segurança crítica. O fato de várias prefeituras que utilizam a mesma empresa terem sido afetadas destaca a necessidade de uma investigação séria e medidas robustas de segurança.

Este incidente também prejudica a transparência dos atos públicos municipais cuja qualidade já era bastante questionável. Isso porque a recuperação dos dados é essencial para permitir o acesso dos cidadãos a informações que deveriam ser públicas e o esclarecimento de eventuais suspeitas de irregularidades na gestão municipal. 

Esse ataque, em suma, escancara a importância da segurança de dados e da transparência na gestão pública, bem como a necessidade urgente de medidas para reforçar a proteção e recuperação de dados do município. A demora no restabelecimento prejudica a população e gera desconfiança, exigindo ações imediatas da Prefeitura. Este incidente deve servir como um alerta para garantir a continuidade dos serviços públicos e a confiabilidade das instituições municipais.

domingo, 29 de outubro de 2023

Denúncia de omissão de bens envolvendo o prefeito de Araguari-MG


Recentemente, uma denúncia que foi destaque na postagem da jornalista Garliene Paiva no portal "Um Olhar para Araguari" trouxe à tona sérias preocupações sobre a possível omissão de bens por parte do prefeito de Araguari-MG, o Major da reserva do Exército Renato Carvalho Fernandes, durante sua campanha eleitoral em 2020.

A denúncia em questão está atualmente sob análise das autoridades competentes e alega que o Major Renato não declarou um bem que foi identificado como um investimento na empresa "NUTRI NUTS COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO LTDA.", registrada em nome de sua mãe, Helena de Fátima Carvalho Fernandes. As suspeitas aumentaram consideravelmente quando a Polícia Civil, durante uma investigação sobre a compra de votos nas eleições municipais de 2020, encontrou evidências que sugerem que o Major Renato seria o verdadeiro proprietário da empresa, que mantinha contratos com diversos órgãos públicos, incluindo unidades do Exército.

Conversas obtidas durante a investigação revelam que o Major Renato admitiu, em diálogos com a servidora Emiliane Veloso de Almeida Borges, da Vigilância Sanitária Municipal, ser o responsável pela Nutri Nuts desde 2016 e ter realizado investimentos substanciais na empresa. No entanto, sua declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral não incluiu essa participação societária, gerando dúvidas legítimas quanto à transparência e à legalidade de suas ações.

Além da denúncia relacionada à declaração à Justiça Eleitoral, essa notícia também levanta a necessidade de investigar a eventual omissão desses investimentos na declaração de bens enviada à Receita Federal do Brasil e ao Ministério da Defesa. Conforme previsto na legislação tributária e na Lei de Improbidade Administrativa, o Major Renato tinha, à época, a obrigação de fornecer declarações de bens atualizadas a essas instituições.

O caso continua sendo acompanhado de perto pela sociedade e pelas autoridades responsáveis, em busca da verdade e da garantia de que as leis e normas sejam respeitadas por todos os cidadãos, incluindo aqueles que ocupam cargos públicos. Vamos continuar a informar nossos leitores sobre os desenvolvimentos deste caso significativo para Araguari e sua comunidade. #Transparência #Integridade #Justiça

sábado, 28 de outubro de 2023

Polícia Rodoviária Federal pediu demissão de policial que admitiu tortura: paralelo com caso Genivaldo Santos


A Polícia Rodoviária Federal (PRF) tomou uma atitude firme em busca de justiça e responsabilidade dentro da corporação. Recentemente, a instituição solicitou ao Ministério da Justiça a demissão do policial Ronaldo Bandeira. O motivo? Durante uma aula de cursinho, Bandeira admitiu ter torturado um homem durante uma abordagem policial.

O caso chamou a atenção da corregedoria da PRF, que conduziu uma investigação rigorosa. Durante esse processo, a vítima das ações do policial foi identificada e ouvida. Os relatos da vítima confirmaram as agressões sofridas durante a abordagem, lançando luz sobre um episódio perturbador.

O que torna esse incidente ainda mais chocante é a semelhança com outro caso que chocou o Brasil em 2022: o caso Genivaldo Santos. Naquele episódio trágico, servidores da PRF de Sergipe foram acusados de asfixiar até a morte um homem de 38 anos ao prendê-lo em uma viatura cheia de gás lacrimogêneo.

Esses eventos recentes ressaltam a importância de manter um controle rigoroso sobre as ações das forças de segurança e garantir que aqueles que abusam de seu poder sejam responsabilizados. A atitude da PRF é um passo importante na direção certa, demonstrando que a instituição está comprometida em manter a integridade e a confiança do público. A sociedade aguarda ansiosamente os desdobramentos desses processos para assegurar que a justiça seja feita e que abusos de poder sejam combatidos de forma eficaz.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

A equivocada interferência do Ministério Público nas políticas de segurança pública em Araguari

Promotorias de Justiça de Araguari (foto: Diário de Uberlândia).


No dia 24 de outubro de 2023, o Gazeta do Triângulo trouxe à tona uma questão preocupante que merece a atenção de todos os cidadãos araguarinos. A publicação do colunista Adriano Sousa revelou que cerca de 300 mil reais em emendas impositivas de vereadores estavam disponíveis para serem investidos na instalação de câmeras de segurança na cidade. No entanto, o Ministério Público (MP), por meio da 1ª Promotoria de Justiça (1ª PJ) da Comarca de Araguari, decidiu intervir de maneira inapropriada e proibiu a prefeitura de utilizar esses recursos para instalar câmeras no centro da cidade.

A discussão levantada por essa decisão é a seguinte: o Ministério Público possui poderes suficientes para determinar onde devem ser colocadas as câmeras de segurança? Não seria isso uma intromissão indevida nas atribuições do chefe do Poder Executivo? A resposta, ao que parece, é afirmativa.

Em uma democracia, é fundamental que haja uma separação clara de poderes entre os diversos órgãos do governo. O Poder Executivo tem a responsabilidade de tomar decisões administrativas, incluindo a implementação de políticas de segurança pública, enquanto o MP deve atuar como fiscal da lei, garantindo que as ações do Executivo estejam em conformidade com a legislação vigente.

No entanto, a decisão de proibir o uso desses recursos para a instalação de câmeras de segurança no centro da cidade vai além de sua função de fiscalização. Ela interfere diretamente na seara de conveniência e oportunidade do Executivo. A escolha dos locais para a colocação das câmeras deve ser uma decisão técnica, baseada em critérios como índices de criminalidade, áreas de maior vulnerabilidade e necessidades específicas. Isso não significa que o MP não possa opinar ou fornecer informações relevantes, mas a decisão final deve ser do Executivo.

Além disso, é importante destacar que a eficácia das câmeras de segurança na redução dos índices de criminalidade é uma questão controversa. Enquanto elas podem facilitar a produção de provas, não há evidências sólidas de que, por si sós, reduzam significativamente a criminalidade. Portanto, seria mais sensato que o Ministério Público concentrasse seus esforços em áreas em que sua atuação pode ter um impacto mais direto e eficaz na segurança pública.

Por exemplo, o órgão poderia se dedicar ao controle externo das polícias, investigando quantos policiais militares atuam no patrulhamento preventivo no município. A presença ostensiva de policiais nas ruas é comprovadamente uma medida eficaz na redução da criminalidade, e o Ministério Público poderia desempenhar um papel importante nesse aspecto, assegurando que os recursos públicos sejam direcionados para a manutenção e o fortalecimento das forças de segurança.

Em resumo, a intervenção do Ministério Público na decisão de onde instalar câmeras de segurança em Araguari parece ser inadequada e ultrapassar os limites de suas atribuições. É fundamental que os poderes constituídos atuem dentro de seus papéis definidos pela Constituição, garantindo assim o equilíbrio e a eficiência do sistema democrático. O foco deve ser sempre o benefício da sociedade, e isso muitas vezes implica em respeitar a autonomia do Poder Executivo nas questões de administração pública.

A importância de uma investigação minuciosa: o caso dos contratos públicos e a empresa Nutri Nuts



Hoje, é com grande seriedade que discutimos a necessidade premente de uma investigação profunda sobre os fatos que envolvem o Major Renato Carvalho Fernandes e sua conexão com a empresa Nutri Nuts Comércio e Distribuição. Esta empresa, que detinha contratos com órgãos públicos, incluindo unidades do Exército, ganhou destaque devido ao cargo que o militar ocupou na área de licitações e contratos dentro da corporação.

A investigação, atualmente em andamento na Delegacia de Polícia Federal de Uberlândia-MG, foi requisitada pelo Ministério Público Federal. O objetivo é apurar a conduta do militar, atualmente prefeito de Araguari, que supostamente utilizou sua mãe, a senhora Helena de Fátima Carvalho Fernandes, como "laranja" da empresa Nutri Nuts Comércio e Distribuição.

A transparência e a responsabilidade são pilares fundamentais da democracia. A comunidade de Araguari e seus cidadãos merecem saber que as instituições estão trabalhando diligentemente para garantir que nossos recursos públicos sejam utilizados de maneira justa e eficiente.

Continuaremos a acompanhar o andamento deste caso, mantendo nossos leitores informados sobre quaisquer atualizações relevantes. Acreditamos que a verdade e a justiça são elementos essenciais para o fortalecimento de nossa comunidade e de nossa democracia.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Polêmica no Parque das Águas de Araguari: empresa privada paga multa com "concreto" na mesma obra


Uma recente publicação na página "Um Olhar para Araguari" no Facebook, feita pela jornalista Garliene Paiva, trouxe à tona uma polêmica envolvendo o Parque das Águas da cidade. De acordo com publicação oficial datada de 18 de outubro de 2022, o Departamento de Licitação e Contratos da Prefeitura de Araguari licitou quatro empresas para a mesma prestação de serviços no Parque das Águas João Fernandes Filho, e uma empresa privada foi multada por utilizar espaço público. A multa, no entanto, foi revertida em uma medida compensatória peculiar: "concreto" na mesma obra.

As empresas envolvidas na licitação foram as seguintes:

- Brasil Sistema de Irrigação Eireli

- Eletrônica Nuclear Ltda ME

- Elétrica Radiante Materiais Eletrônicos Eireli EPP

- Golden Ambiental e Construção Eireli

O serviço em questão envolvia a "contratação de empresa especializada no fornecimento e execução de iluminação, câmera de monitoramento, paisagismo e irrigação, bem como a prestação de serviço de mão de obra especializada, fornecimento de máquinas, equipamentos e insumos necessários, por sua própria responsabilidade técnica e operacional, no espaço denominado 'Parque SAE'", conforme descrito no edital de licitação.

O valor licitado para a realização desses serviços foi de R$ 2.147.117,83 (dois milhões, cento e quarenta e sete mil, cento e dezessete reais e oitenta e três centavos). No entanto, uma revista distribuída pela Prefeitura apresenta um valor de R$ 3.227.086,53 (três milhões, duzentos e vinte e sete mil, oitenta e seis reais e cinquenta e três centavos) para a obra. É importante destacar que a revista não especifica o responsável pela sua impressão nem fornece informações detalhadas sobre a distribuição no município.

A obra pública no Parque das Águas tem chamado a atenção devido a problemas estruturais evidentes e à falta de limpeza e manutenção. A situação gerou preocupação entre os cidadãos e voluntários locais, incluindo Márcio Magrão e Garliene Paiva. Ambos estiveram na empresa privada e na Secretaria do Meio Ambiente, onde confirmaram a multa aplicada, posteriormente revertida em medida compensatória, consistindo em trabalhos relacionados ao concreto na mesma obra do Parque das Águas.

Todas as informações relacionadas aos valores e à multa estão disponíveis no portal da transparência do município. No entanto, a falta de esclarecimentos sobre o aumento do custo da obra e as questões relativas à revista distribuída pela Prefeitura têm levantado dúvidas na comunidade local. É aguardada uma declaração oficial por parte das autoridades municipais para esclarecer tais questionamentos e fornecer informações adicionais sobre o andamento da obra no Parque das Águas de Araguari.

domingo, 22 de outubro de 2023

O desafio da responsabilidade cidadã: mudando o rumo da administração em Araguari


A cidade de Araguari se vê envolta em uma série de questionamentos acerca da integridade de sua administração pública, com a mais recente acusação feita pelo professor Aurívio Veiga, que lança luz sobre a possível existência de sobrepreço na compra de livros didáticos. Essas alegações provocam uma reflexão fundamental: por que os agentes públicos parecem agir de forma desregrada em nossa cidade? A impressão geral é de que os órgãos de controle não estão cumprindo eficazmente seu papel, gerando sérias dúvidas sobre a transparência e responsabilidade na gestão municipal.

Teoricamente, Araguari possui várias ferramentas para enfrentar suspeitas de irregularidades, especialmente em licitações e contratações diretas. A Câmara de Vereadores, o Ministério Público e o Poder Judiciário deveriam ser instituições capazes de intervir eficazmente para assegurar que os recursos públicos sejam aplicados de maneira correta, em prol dos cidadãos. No entanto, na prática, a ineficiência dessas entidades de controle é alarmante.

É importante destacar que o Poder Judiciário só age quando provocado por cidadãos ou pelo Ministério Público, o que adiciona complexidade ao processo de responsabilização. Mesmo quando instado, este Poder tem deixado a desejar, como demonstrado no caso da ação de investigação judicial eleitoral que envolve o pedido de cassação do prefeito Major Renato. Este processo se arrasta por três anos. Pior: com uma decisão tomada em Araguari contrariando todos os esforços investigativos da Polícia Civil e do Ministério Público Eleitoral, mesmo após o próprio Judiciário  ter autorizado o uso das provas obtidas em outras investigações. Esta demora na resolução de casos desafia a eficiência do sistema judiciário em nosso município.

A impressão geral é de que as instituições de controle em Araguari estão comprometidas a ponto de se tornarem inaptas para cumprir seu papel de fiscalização externa. As causas dessa ineficiência podem não ser precisamente identificadas, mas há indícios que a influência do poder político e econômico de certos grupos locais prejudica seriamente o interesse público.

Para transformar essa realidade, é crucial não apenas a vontade política, mas, sobretudo, o engajamento ativo dos cidadãos. A reforma necessária nas instituições de controle só se tornará possível com o apoio e vigilância ativa da população. Cada cidadão precisa se tornar um verdadeiro fiscal das ações governamentais, questionar suspeitas de irregularidades e pressionar por investigações apropriadas. Somente por meio da ação coletiva dos cidadãos poderemos vislumbrar uma mudança real na forma como nossa cidade é administrada.

Em última análise, a situação em Araguari é um lembrete contundente de que a democracia e a governança responsável dependem do compromisso efetivo de todos nós. Se desejamos uma cidade melhor e mais justa, é fundamental que cada cidadão contribua para a solução, exigindo responsabilidade de nossos representantes eleitos e das entidades de controle. Somente assim poderemos aspirar a um futuro mais transparente e próspero para Araguari.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Operação Gola Alva: Ministério Público de MG denuncia vereadores e empresários por corrupção em Divinópolis



 Após um extenso período de investigação que durou onze meses, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou a denúncia no dia 5 de outubro, relacionada à operação Gola Alva, que foi iniciada em maio com o propósito de esclarecer supostas atividades corruptas envolvendo vereadores, uma servidora pública e empresários na cidade de Divinópolis, localizada na região Centro-Oeste do estado de Minas Gerais. Este caso é resultado de uma colaboração entre a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Divinópolis.

Após a fase ostensiva da operação, as investigações foram intensificadas, incluindo a análise dos materiais apreendidos. Paralelamente, diversas testemunhas e pessoas sob investigação foram ouvidas, levando à conclusão de que havia um esquema criminoso operando na Câmara Municipal. Esse esquema envolvia dois vereadores, que supostamente aceitaram subornos de empresários em troca da proposição e aprovação de projetos de lei de alteração de zoneamento urbano.

Conforme a denúncia, oito empresários investigados confessaram ter efetuado pagamentos ilícitos a vereadores e concordaram em celebrar acordos de não persecução penal com o MPMG, acordos esses que implicam em sanções financeiras que totalizam cerca de R$ 300 mil.

A denúncia atribui a dois vereadores a prática de vários crimes de corrupção passiva, e a um deles, adicionalmente, o crime de lavagem de dinheiro. Um empresário também foi denunciado, embora tenha admitido envolvimento em atividades ilícitas, ele optou por não firmar um acordo de não persecução penal.

Em 4 de outubro, a 2ª Vara Criminal da Comarca de Divinópolis iniciou o processo de acusação. Nessa ocasião, atendendo ao pedido do Ministério Público, o juiz manteve a suspensão do mandato de um dos vereadores já afastado em maio. Além disso, o segundo vereador, que até então estava apenas impedido de exercer a presidência da Câmara Municipal, teve seu mandato suspenso, devido ao uso de seu cargo em atividades ilícitas e à violação das medidas cautelares previamente impostas. Ambos estão proibidos de acessar as dependências da Câmara Legislativa. O juiz também determinou o bloqueio de parte dos bens pertencentes a esses dois vereadores denunciados.

Clique aqui e leia diretamente no site do MPMG.

Araguari: cidadãos excluídos da prestação de contas da Saúde - o que está sendo escondido?



Por Garliene Paiva, para "Um Olhar para Araguari"

Nesta sexta-feira, 20 de outubro, a audiência pública que apresentou a prestação de contas do segundo quadrimestre de 2023 da Secretaria de Saúde de Araguari trouxe à tona uma série de questões preocupantes. O evento, que deveria ser marcado pela transparência e participação da comunidade, viu-se repleto de desafios que suscitam questionamentos sobre a eficiência do uso dos recursos públicos destinados à saúde na cidade.

A audiência pública contou com a presença de vários secretários e autoridades locais. A Secretária de Saúde, Soraya Ribeiro de Moura, assumiu a tribuna para apresentar o relatório de gestão de sua pasta. No entanto, o que se esperava ser um momento de prestação de contas aberta à comunidade revelou-se como um encontro permeado por controvérsias.

Durante a apresentação, o Senhor Aurivio Veiga, presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), e diversos cidadãos presentes manifestaram o desejo de fazer perguntas à Secretária de Saúde, a fim de obter esclarecimentos sobre o uso dos recursos públicos. Entretanto, foram surpreendentemente impedidos de participar da discussão pelo Presidente da Comissão de Saúde, Sebastião Alves Ribeiro Júnior, mais conhecido como "Nego".

A situação levanta questionamentos pertinentes sobre a natureza de uma prestação pública de contas. Espera-se que esse tipo de evento proporcione um espaço para que a população possa participar, fazer perguntas e obter informações claras sobre como os recursos estão sendo utilizados em benefício da comunidade. Infelizmente, não foi o que ocorreu na Câmara Municipal de Araguari nesta tarde.

O relatório apresentado trouxe à tona números impressionantes. De janeiro a agosto de 2023, a Secretaria de Saúde gastou a quantia de R$ 124.000.000,00 (cento e vinte e quatro milhões de reais). Esse montante, que representa uma cifra considerável, levanta questões sobre o controle e a eficácia na utilização desses recursos.

É notável que, apesar dos altos gastos, a realidade de Araguari não parece refletir a aplicação desse valor em benefícios para a saúde pública. A carência de investimentos significativos e a persistente falta de médicos em algumas unidades básicas de saúde são problemas que ainda afligem a comunidade local.

Diante desse cenário, a prestação de contas do segundo quadrimestre de 2023 da Secretaria de Saúde de Araguari desperta preocupações legítimas entre os cidadãos. A busca por transparência e eficiência na gestão dos recursos públicos continua sendo um desafio crucial para garantir que a saúde da comunidade seja devidamente atendida e que os recursos sejam utilizados de maneira responsável e eficaz.

Clique aqui e acesse a página Um Olhar para Araguari no Facebook.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Escândalo em Araguari: denúncia de superfaturamento na compra de livros didáticos



Na quarta-feira passada, 18 de outubro, uma bomba estourou nas redes sociais e arremessou Araguari no epicentro de um escândalo. O professor Aurivio Veiga, por meio de sua conta no Instagram, "Prosa de Professor," fez uma denúncia que levanta sérias questões sobre a probidade na administração pública da cidade. A alegação principal? Um possível superfaturamento na compra de livros didáticos complementares.

A Prefeitura de Araguari divulgou a aquisição de livros didáticos complementares com um valor estratosférico de R$ 7.365.940,00 (sete milhões, trezentos e sessenta e cinco mil, novecentos e quarenta reais), destinados a beneficiar 5.196 alunos. O custo exorbitante de cerca de R$ 1.417,62 por kit pago pela Prefeitura levanta sobrancelhas e suspeitas.

Porém, a denúncia do professor Veiga expôs uma realidade bem diferente. Durante uma transmissão ao vivo, ele apresentou cotações de três kits de editoras distintas:
- Kit 1: R$ 185,00
- Kit 2: R$ 451,00
- Kit 3: R$ 153,00

Essas cifras revelam uma discrepância assombrosa entre os preços mencionados pelo professor e o montante que a Prefeitura de Araguari pagou por esses kits. Os indícios apontam diretamente para um possível superfaturamento na aquisição do material didático.

Em busca de respostas, a jornalista Garliene Paiva não demorou a agir. Ela entrou em contato com Gustavo Mori Ferreira, Secretário de Governo da cidade, questionando a autoria do caderno informativo que detalha a compra e a omissão de informações cruciais, como o nome da gráfica e a quantidade de tiragens. A resposta do Secretário foi curiosa: o caderno informativo foi produzido pela Prefeitura, e ele considerou desnecessário destacar tais informações.

O Observatório de Araguari está atento a essa denúncia de possível superfaturamento. A administração pública deve ser transparente, responsável e zelosa com os recursos dos cidadãos. Aguardamos ansiosamente por uma investigação completa e medidas apropriadas para esclarecer essa questão e, se necessário, responsabilizar aqueles envolvidos. É um momento crucial para a nossa cidade e sua integridade financeira.

Clique aqui e veja o vídeo com a denúncia do professor Aurívio Veiga

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Câmara de Araguari: vereadores são criticados por falta de comprometimento durante as sessões




A jornalista Garliene Paiva usou as redes sociais para criticar a conduta dos vereadores de Araguari, destacando a falta de respeito de alguns deles durante as sessões na Câmara Municipal. Ela mencionou que cidadãos presentes na sessão ficaram indignados com o comportamento dos vereadores, que comparecem às sessões, mas não permanecem no plenário. Garliene também apontou que essa situação não é recente e questionou o compromisso desses eleitos em cumprir suas obrigações durante o mandato. Ela expressou sua insatisfação com vereadores fictícios que marcam presença, mas não cumprem suas funções, considerando isso uma falta de respeito com a população. A reportagem contou com a concordância dos jornalistas Wilson Prado e Limírio Martins, do programa Tempero da Notícia, Rádio Planalto, que compartilharam a opinião de que muitos vereadores não estão fazendo jus aos altos salários que recebem.

domingo, 8 de outubro de 2023

Transparência em risco: sociedade exige respostas após revelações sobre o prefeito

 


Na iminência das eleições de 2020, a Polícia Civil de Minas Gerais desencadeou uma investigação em busca de possíveis crimes eleitorais. Durante essa operação, por um acaso do destino (encontro fortuito de provas), descobriu, entre as conversas em aplicativos de celulares apreendidos, um achado que lança luz sobre o papel do Major Renato Carvalho Fernandes, atual prefeito de Araguari, na administração da empresa Nutri Nuts. Essa revelação suscita questões cruciais sobre a conduta de agentes públicos e a capacidade das instituições em promover a justiça.

Em 5 de setembro de 2018, o Major Renato comunicou à servidora Emiliane Veloso de Almeida Borges, da Vigilância Sanitária Municipal, que há dois anos estava à frente da gestão da empresa Nutri Nuts. Esta conversa é apenas uma de muitas entre eles, nas quais o militar tentou garantir que a empresa estivesse em conformidade com a legislação sanitária para assinar um contrato de fornecimento de pães com o município. O que torna essa informação notável é que, de acordo com a Polícia Civil, o militar, ainda na ativa, estava diretamente envolvido na administração da empresa, o que contraria a legislação militar, em particular o artigo 29 da Lei 6880/80. Além disso, essa atuação parece indicar tratamento potencialmente irregular a uma empresa que já tinha contratos com vários órgãos públicos, incluindo o Exército e a própria Prefeitura, mas que estava registrada sob o nome da mãe do militar.

Diante desse cenário, a Polícia Civil tomou a iniciativa de encaminhar essas informações ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG). Entretanto, considerando o silêncio oficial sobre tema de inegável interesse público, a pergunta que persiste é: qual foi a atuação do MP-MG com relação a essas provas?

A sociedade aguarda ansiosamente uma resposta a essa indagação, uma vez que a confiança nas instituições responsáveis por garantir a justiça e a integridade pública depende da capacidade de agir diante de evidências de possíveis irregularidades. A divulgação e análise adequadas dessas provas são fundamentais para assegurar que a justiça seja aplicada de maneira imparcial e justa, independentemente do status ou influência dos envolvidos.

A sociedade deve permanecer vigilante e exigir transparência e prestação de contas por parte de suas instituições, a fim de preservar a integridade do sistema democrático e garantir que todos os cidadãos sejam tratados igualmente perante a lei. A resposta do Ministério Público do Estado de Minas Gerais a essa questão desempenha um papel fundamental na restauração da confiança de parte da população nas instituições encarregadas de promover a justiça e a aplicação da lei.

Ministério Público em Araguari: guardião da justiça ou inimigo do controle social?


O controle social é um pilar fundamental para a manutenção de uma sociedade democrática e transparente. Quando cidadãos se unem para fiscalizar a gestão pública, estão exercendo seu direito e dever de contribuir para um governo mais justo e eficiente. Nesse contexto, o Ministério Público deve ser um aliado dos cidadãos, apoiando e protegendo aqueles que buscam a transparência e o correto funcionamento da administração pública em Araguari. No entanto, algumas dúvidas cruciais têm surgido a respeito da atuação do órgão fiscal da lei na cidade. Por que, em alguns casos, um promotor de justiça parece perseguir cidadãos que estão tentando fiscalizar a gestão municipal? Quem se beneficia com essa postura? 

O controle social se baseia na participação ativa da sociedade na fiscalização das ações do governo. É uma maneira de garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma responsável e que os direitos dos cidadãos sejam respeitados. Quando os cidadãos se envolvem nesse processo, eles contribuem para o fortalecimento da democracia e a promoção de uma gestão mais transparente e eficaz.

O Ministério Público é uma instituição essencial para a preservação do Estado de Direito. Seu papel principal é zelar pelo cumprimento da lei e dos direitos dos cidadãos. No contexto do controle social, o órgão deveria atuar como um aliado dos cidadãos, apoiando suas iniciativas de fiscalização e investigação. No entanto, algumas situações em Araguari têm levantado dúvidas sobre a atuação dessa instituição.

É alarmante quando promotor de justiça parece perseguir cidadãos que estão exercendo seu direito de fiscalização. Isso levanta a questão: quem se beneficia com essa postura? Quando um promotor age dessa forma, corre-se o risco de criar um ambiente hostil que desencoraja a participação cidadã e protege possíveis irregularidades na administração pública.

O controle social é vital para a democracia, e o Ministério Público deve desempenhar um papel fundamental em apoiar e proteger os cidadãos engajados nessa causa. A atuação do órgão fiscal da lei em Araguari levanta sérias questões sobre o alinhamento dessa instituição com os interesses públicos. É essencial que o órgão atue de forma independente e imparcial, garantindo que a fiscalização da gestão municipal seja conduzida de maneira justa e transparente. A sociedade araguarina espera e merece uma instituição que esteja verdadeiramente comprometida com a defesa dos seus direitos e interesses.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Controle social: cidadã alega intimidação pelo Ministério Público e clama por justiça

A situação relatada pela jornalista e exercente do controle social Garliene Paiva, que alega estar sofrendo tentativas de intimidação, inclusive por parte do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, é profundamente preocupante e levanta sérias questões sobre o papel do controle social em um estado democrático de direito.

O controle social desempenha um papel vital na manutenção da transparência, da accountability e da eficiência na administração pública. A exemplo de Garliene, cidadãos dedicam seu tempo e esforço de forma voluntária para fiscalizar as ações do governo, denunciar irregularidades e contribuir para o bem comum. É um exercício fundamental da cidadania em uma democracia.

A alegação de que está sendo alvo de intimidação por membro do Ministério Público é perturbadora, pois o órgão fiscal da lei deveria ser um aliado na busca pela justiça e pela responsabilidade na gestão pública. O fato de não ter acesso ao nome do promotor responsável por uma notícia de fato apresentada contra ela na Delegacia de Polícia Civil apenas aumenta a opacidade e a suspeita em torno do caso.

Além disso, é intrigante que o Ministério Público parece ter dado mais atenção a uma única denúncia em detrimento de outras alegações igualmente graves. Isso levanta questionamentos sobre a imparcialidade e a justiça na atuação do órgão, que tem a responsabilidade de zelar pelo interesse público e pelo cumprimento da lei.

Ainda mais preocupante é a alegação de que ela está sendo acusada de algo que não fez. Se, de fato, todas as ações de controle social que ela realiza são voltadas para a fiscalização do dinheiro público, a acusação torna-se ainda mais injustificável. Afinal, seu trabalho visa justamente a garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma responsável e transparente.

Vale ressaltar, ainda, que o caso de Garliene não parece ser um incidente isolado em Araguari, uma vez que o responsável por este blog já foi alvo de tentativa de perseguição por parte de um membro do Ministério Público na cidade. Isso é particularmente preocupante e sugere a necessidade de uma revisão das práticas e condutas do Ministério Público local.

Em uma democracia saudável, é essencial que os cidadãos se sintam seguros para exercer seus direitos de controle social sem medo de retaliação. O Ministério Público, como guardião da lei e dos interesses públicos, deve agir de forma imparcial e justa, respeitando e protegendo aqueles que contribuem para a transparência e a responsabilidade na gestão pública. A verdade e a justiça devem sempre prevalecer, independentemente de quem esteja envolvido.

Por fim, importante ressaltar: em nome do princípio do contraditório jornalístico e do compromisso com a busca da verdade, este espaço se mantém aberto para a manifestação do Ministério Público e de qualquer outra parte mencionada na postagem de Garliene Paiva.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Ministério celebra recorde de participação no Conselho Tutelar, enquanto Araguari adota restrições polêmicas nas eleições





Em um comunicado divulgado em sua conta oficial no Twitter, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania expressou sua satisfação com os resultados das eleições para o Conselho Tutelar, destacando uma participação recorde que registrou um aumento significativo de 25,8% no número de votos em comparação com a última eleição, realizada em 2019.

As cidades de Salvador, Florianópolis, Brasília e São Paulo se destacaram como líderes no ranking de participação. Em Salvador, a expressiva adesão se traduziu em um impressionante aumento de quase 40 mil votos em relação ao pleito anterior, enquanto Florianópolis testemunhou uma adesão que mais do que dobrou. Brasília e São Paulo também apresentaram desempenhos notáveis, com um acréscimo de 76 mil e 56 mil votos, respectivamente.

No entanto, um quadro totalmente oposto emergiu em Araguari. Somente 2 mil pessoas foram autorizadas a votar, após terem sido previamente selecionadas de acordo com um edital da Prefeitura. Isso representa uma redução significativa em relação às eleições de 2019, quando 3.992 pessoas participaram do processo. Equivale a uma queda de aproximadamente 49,9%, de acordo com dados comparativos. Isso merece críticas contundentes, na medida em que as restrições impostas pelo município são inconstitucionais e ilegais.

O Observatório de Araguari sustenta que essas restrições violam o princípio democrático e o artigo 132 do Estatuto da Criança e do Adolescente. A participação democrática na escolha dos conselheiros tutelares é fundamental para garantir que as vozes da sociedade sejam ouvidas e que os interesses das crianças e adolescentes sejam adequadamente representados.

Essa divergência nas práticas eleitorais entre diferentes localidades destaca a importância crucial da participação cidadã e do respeito aos princípios democráticos na seleção dos conselheiros tutelares. A sociedade desempenha um papel vital nesse processo, e é fundamental que as autoridades locais garantam um processo eleitoral justo e inclusivo, em conformidade com a legislação federal vigente.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Eleição indireta para o Conselho Tutelar em Araguari: um desafio à democracia?


A discrepância entre o Estatuto da Criança e do Adolescente e o processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar em Araguari

Em Araguari, um questionamento tem ganhado destaque recentemente: a eleição para o Conselho Tutelar, órgão essencial para a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, foi realizada de forma indireta. Tal procedimento contraria o que é estabelecido pelo artigo 132 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que preconiza a escolha dos membros do Conselho Tutelar pela população local.

O Edital divulgado para as eleições do Conselho Tutelar em Araguari traz o número de representantes de entidades aptos a votar, indicando que o processo se dá por meio de representantes das organizações (leia aqui). No entanto, essa abordagem suscita questões importantes relacionadas à participação democrática e ao cumprimento da legislação.

O princípio democrático é um dos pilares da Constituição Brasileira e, por extensão, do ECA. A escolha dos membros do Conselho Tutelar é uma das maneiras pelas quais a democracia se manifesta na esfera local, permitindo que a comunidade exerça seu direito de escolher os representantes que atuarão em prol dos direitos das crianças e adolescentes.

O artigo 132 do ECA é claro ao estabelecer que a eleição para o Conselho Tutelar deve contar com a participação dos habitantes do município. Esse dispositivo visa assegurar que a voz da população seja ouvida e que os membros do Conselho Tutelar sejam escolhidos de forma legítima e representativa. O Conselho Tutelar desempenha um papel crucial na fiscalização e na promoção dos direitos das crianças e adolescentes, tornando essencial que seu processo de seleção seja transparente e democrático.

Em resposta a essa situação, que ocorreu também em outros municípios - inclusive Uberlândia -, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou que irá acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério Público para garantir que os cidadãos e as cidadãs dos municípios onde houve eleição indireta possam escolher democraticamente os conselheiros e conselheiras tutelares locais. Isso representa um passo importante na direção da transparência e da participação popular na gestão da saúde.

Além disso, a jurisprudência também oferece orientações claras sobre o respeito à legislação vigente em relação a essas questões. Uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ)  enfatiza a importância do respeito à legislação federal e estadual em questões relacionadas à infância e adolescência. O tribunal declarou a inconstitucionalidade de dispositivos que estabeleciam eleições indiretas para o conselho tutelar no município de Conceição de Macabu, ressaltando a necessidade de conformidade com as normas superiores e o respeito pelos princípios democráticos.

Portanto, a eleição indireta para o Conselho Tutelar em Araguari suscita questionamentos sobre a conformidade com o ECA e a adequação ao princípio democrático. É crucial que o município reavalie seu processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar e assegure que ele seja condizente com a legislação vigente, permitindo uma ampla participação da comunidade local. Afinal, a proteção dos direitos das crianças e adolescentes é uma responsabilidade de todos e deve ser exercida com plena legitimidade e representatividade.

Atualizada às 17h.

domingo, 1 de outubro de 2023

Márlon Reis, um dos redatores da Lei da Ficha Limpa, critica Projetos de Reforma Política


Márlon Reis detalha suas preocupações com as mudanças propostas na legislação eleitoral

Márlon Reis, advogado, ex-juiz de direito, um dos redatores da Lei da Ficha Limpa e doutor em Sociologia Jurídica, fez recentemente declarações contundentes a respeito de uma série de projetos em discussão no cenário político brasileiro, os quais ele caracteriza como uma "reforma política do retrocesso". Em uma postagem no Twitter, ele detalhou suas preocupações com as propostas que estão em debate no Congresso Nacional.

Uma das principais críticas de Marlon Reis está relacionada ao que ele chama de "desmonte da Lei da Ficha Limpa". Segundo ele, um dos projetos em discussão propõe modificações que tornariam mais benéfica a situação de candidatos envolvidos em crimes como corrupção, homicídio e estupro. Isso permitiria que esses candidatos concluíssem suas penas e se tornassem elegíveis imediatamente, minando os princípios da lei que ele ajudou a criar.

Outro ponto de preocupação levantado pelo advogado refere-se à anistia de multas eleitorais. Ele argumenta que os projetos em questão propõem a maior anistia de multas eleitorais da história do país, o que permitiria que partidos fossem dispensados das punições de desvio de verbas que deveriam ser destinadas a mulheres e pessoas afro-brasileiras.

O especialista também apontou o que ele considera "apartheid eleitoral". Os projetos em discussão instituiriam um modelo de financiamento de campanhas que assegura 20% dos recursos para candidatos negros, enquanto 80% dos recursos ficariam disponíveis para os candidatos brancos, que representam aproximadamente 40% do total. Essa medida, segundo ele, é desproporcional.

Além disso, manifestou preocupação com um possível retrocesso na inclusão feminina na política. Ele destacou que os projetos não mais obrigariam os partidos a estimular e apresentar candidaturas de mulheres, buscando eleger um percentual menor de mulheres do que o atualmente representado no Congresso.

Outro ponto levantado pelo ex-juiz foi a alteração de uma regra de inelegibilidade que, segundo ele, teria sido modificada para beneficiar o Presidente Jair Bolsonaro após a votação do projeto de lei pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

As preocupações de Márlon Reis em relação a esses projetos de reforma política são de grande relevância no contexto atual do Brasil. A discussão em torno dessas propostas tem gerado intensos debates entre parlamentares e a sociedade civil, à medida que se busca entender as implicações das possíveis mudanças nas regras eleitorais do país.

O Observatório de Araguari continuará acompanhando de perto esse importante tema e trazendo mais informações e análises sobre a reforma política em discussão. Fiquem ligados em nossas próximas publicações para mais detalhes e opiniões de especialistas sobre esse assunto crucial para a democracia brasileira.

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