Escrito por Fabryne Obalhe |
Qui, 10 de Fevereiro de 2011 00:00 |
Nos últimos dias circulou rumores pela cidade de que um mamógrafo antes utilizado no Pronto Socorro Municipal estaria guardado no Palácio dos Ferroviários, sede da prefeitura de Araguari. A suposta situação aos poucos se espalhou deixando a comunidade perplexa diante do fato que poderia estar deixando inúmeros pacientes sem atendimento.
À reportagem, o secretário municipal de Gabinete, Aloísio Nunes de Faria, esclareceu a situação. Segundo ele, tudo começou quando há algum tempo a Anvisa-Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através da Gerência Regional de Saúde de Uberlândia interditou o local onde funcionava o aparelho dentro do Pronto Socorro, de forma que, para o atendimento voltar a ser feito no PSM seria necessário uma obra, a qual ficaria em torno de R$ 60 mil. O investimento, na ocasião foi considerado inviável. Neste sentido, conforme informou o secretário, a primeira iniciativa por parte da prefeitura foi tentar transferir o mamógrafo para a Policlínica que funciona através de um convênio com a Faculdade de Medicina de Araguari – Unipac - no hospital Santa Marta. Entretanto, a medida novamente foi considerada inexeqüível tendo em vista a necessidade de se fazer, assim como no Pronto Socorro, um investimento na estrutura física e ao que tudo indica a universidade está orçando este valor. “Somente por essas circunstâncias é que o mamógrafo continua guardado no Palácio”, completou ele.
De acordo com Aloísio Faria a comunidade não saiu perdendo tão pouco teve prejuízos com relação aos atendimentos. Até porque o município indicou e encaminhou todos os pacientes para clínicas particulares da cidade que possuem o mamógrafo sem ao menos terem que ficar a espera em filas.
Na oportunidade, o secretário lembrou que a construção da nova sede da Policlínica está adiantada. E a previsão é de que até meados de julho ou agosto deste ano possivelmente a unidade de atendimento médico possa ser inaugurada.
Transcrito do Gazeta do Triângulo.
Pitaco do blog
De fato, o mamógrafo está guardado em depósito ao lado Palácio dos Ferroviários. Não só ele, mas também algumas caixas com filmes para mamografia.
Há três semanas, recebemos essa informação, com fotografias anexas, aqui no blog. Como a denúncia indicava o armazenamento inadequado de material com prazo de validade por expirar (filmes para mamografia) e a possível existência de um mamógrafo transportado e guardado sem as devidas cautelas, encaminhamos essas informações ao Ministério Público Federal (MPF) e à Corregedoria-Geral da União (CGU), uma vez que o assunto poderia ser de interesse da União.
O MPF instaurou procedimento investigatório preliminar, solicitando à Gerência Regional de Saúde em Uberlândia (GRS) que, no prazo de 30 dias, realizasse fiscalização no local onde o material se encontra armazenado.
Ainda não obtivemos resposta da CGU.
Bem, o assunto ainda será objeto de discussões e controvérsias. Por ora, importa esclarecer que, apesar de aparentemente a população não ter sido prejudicada, esse fato demonstra a desorganização reinante na saúde pública de Araguari. Vejamos.
No ano passado, o mamógrafo e aparelho de raio x do Pronto Socoro Municipal deixaram de funcionar por causa de problemas nas instalações daquela unidade. Por causa disso, a população ficou sem atendimento por alguns dias até que fossem contratadas empresas particulares para prestar esses serviços. Isso, por si só, já causou prejuízo aos usuários do SUS. Basta lembrar, por exemplo, que qualquer demora na realização de uma mamografia pode representar a impossibilidade de cura do câncer.
Bem, voltaremos ao assunto oportunamente, quando tivermos maiores informações sobre o andamento da fiscalização empreendida pela GRS e a respeito dos gastos que o município teve na terceirização desses serviços.
De qualquer forma, mesmo em um análise superficial, não nos parece correto possuir os equipamentos (raio x e mamógrafo) e ter funcionários para operá-los, mas, mesmo assim não realizar diretamente os serviços por causa de falhas evitáveis nas instalações físicas de unidades de saúde.Quem ganha e quem perde com isso são os mesmos de sempre. Advinhem?