Sobre a postagem anterior "O paciente vai morrer? Não posso fazer nada!", recebi o comentário abaixo e creio que devo esclarecer alguns pontos.
"'Existe um discurso vazio nessa administração sobre humanização da saúde, mas depois de ler esse trecho do depoimento que o Marcos transcreveu percebo que humanizar a saúde para esse grupo é não dificultar o trabalho da morte.'
O blog divulga informações fora de contexto viabilizando apenas o criticismo e valoriza apenas opiniões de pessoas que por algum motivo perderam benefícios e estão levando o processo para o lado pessoal.
Não houve tal citação e acho que provas deveriam ser notadas antes de divulgarem conversinhas e disse-me-disse. Conversas de rádio peão não deveriam ser levadas em conta.
Acontece é que nova secretária está tentando trabalhar e falta apoio de alguns e existe uma má vontade em relação à pessoa da nova gestora, que apesar dos percalços se mostra capaz e muito humana SIM! As melhoras já são visíveis, inclusive a conquista da mudança do Pronto-socorro para a ala do hospital municipal já em março.
Como advogado o blogueiro deveria filtrar mais suas informações e procurar fontes sérias, não frustradas."
Vamos lá. Primeiro, a fonte. Trata-se de denúncia formal (por escrito) feita por uma servidora da Prefeitura. Logo, em princípio, goza de fé pública. Esse documento está em um processo público que tramita na Procuradoria do município desde 9 de agosto deste ano. Este processo deve (ou deveria) estar apurando os responsáveis pelas supostas irregularidades ocorridas no PSM (pagamento por serviços não prestados na manutenção do mamógrafo e "química" no pagamento de refeições).
Segundo, o contexto. Na denúncia, a servidora afirma que levou ao conhecimento de seus superiores a ocorrência de outras falhas no PSM (falta de materiais básicos: medicamentos, por exemplo). Nesse contexto, afirma ter ligado para o secretário-adjunto informando que havia um cidadão (um ser humano, diga-se de passagem) em estado grave no PSM, necessitando de internação urgente. O secretário-adjunto, segundo a denúncia, teria passado o telefone à senhora Iolanda, atual secretária, que, por sua vez, teria dito as palavras que intitularam aquele post.
Talvez a postagem, vista isoladamente, esteja fora de contexto. Mas, percebam que já falei no assunto dessa denúncia por duas vezes, pelo menos. Tenham certeza, à medida que tiver mais informações sobre o assunto, continuarei insistindo no tema.
Por que faço isso? Simples. Desde o início do blog, venho percebendo que a saúde pública é, disparado, o pior setor do governo. Sendo um serviço essencial, a situação do cidadão humilde, que precisa do sistema, torna-se cada vez mais dramática.
Óbvio: os problemas na saúde pública não são privilégios deste governo ou da nossa cidade. Mais óbvio ainda: independentemente disso, temos que fazer alguma coisa para mudar esse quadro. Enquanto o sistema funcionar sem transparência e sem o mínimo de humanização, nada irá mudar. Nós, cidadãos, custeamos o SUS. Logo, usuários ou não do sistema, temos o direito (numa República, eu diria: o dever) de exigir melhorias. Convenhamos, empurrar a sujeira para debaixo do tapete não resolverá nossos problemas. Ao contrário, perpetuará uma situação extremamente injusta com indivíduos das camadas mais pobres, que, por vezes, são tratados como gado nas nossas unidades de saúde.
Por fim, sobre o fato de o blog consultar fontes supostamente "contrariadas", entendo como algo normal. Quem está no sistema e se beneficia dele não tem motivos reclamar. É a tal burocratização, tão comum no Brasil. Quando se está numa zona de conforto, não se tem motivos para querer mudar nada. Para que mudar o que, ao menos para mim e meu grupo, está dando certo? Agora, um detalhe: tudo que eu li na denúncia, de certa forma, corresponde ao que percebi nas vezes que fui ao PSM ou ao que ouvi de algum parente ou amigo que necessitou dos serviços de saúde pública em Araguari. Nada do que foi escrito pela funcionária pública na denúncia me pareceu despropositado ou inverídico.
De qualquer forma, temos que esperar o resultado do processo administrativo para ver se a Administração irá agir com o rigor necessário, punindo eventuais culpados e recuperando valores supostamente gastos indevidamente. Se a esse resultado positivo somarem-se melhorias nos controles da Saúde, a população mais carente sairá ganhando. Mas, para que isso ocorra, é preciso que a apuração seja imparcial e que o processo "ande".
Rádio Viola - Araguari-MG - 100% caipira!
domingo, 11 de dezembro de 2011
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5 comentários:
UBERLÂNDIA-MG, 11 de dezembro de 2011.
Prezado Marcos,
Novamente, não é justificável a situação da Saúde Pública em Araguari por comparação/referência a de qualquer outra região a nível Nacional.
ARAGUARI ainda é uma Cidade relativamente pequena, onde os fatos são de conhecimento de boa parte da população, incluíndo aí, AS PRÓPRIAS AUTORIDADES.
Compactuar com a falta de atendimento e possibilidade de morte de um Cidadão por incompetência, irresponsabilidade, corrupção e OMISSÃO de Autoridades constituídas é DEPLORÁVEL.
Confiar na austeridade e imparcialidade de SINDICÂNCIAS por aí é que são elas. Que sejam mais transparentes. O mesmo quanto a aguardar pelo Trânsito em Julgado de Processos existentes, se é que algum dia terão fim, e os envolvidos, DEVIDAMENTE PUNIDOS.
Em "conversinhas e disse-me-disse", temos a unanimidade:
- A saúde, a vida de pessoas deveria ser levada a sério TAMBÉM em Araguari. E o crescente aumento de Cidadãos dispostos a DENUNCIAR e REINVIDICAR DIREITOS, idem.
Antes que percamos - além da dignidade, até a titularidade da frase:
"VIVER AQUI É BOM DEMAIS!"
Atenciosamente,
Janis Peters Grants.
Vejam o reflexo disso tudo:
Como você avalia a gestão Marcos Coelho?
Ótima 2,70% (12 votos)
Boa 2,25% (10 votos)
Regular 2,47% (11 votos)
Ruim 8,54% (38 votos)
Péssima 84,04% (374 votos)
Total: 445 votos
"(...) As melhoras já são visíveis, inclusive a conquista da mudança do Pronto-socorro para a ala do hospital municipal já em março."
Isso que é pensar pequeno, uma simples mudança de lugar foi transformada em conquista.
Conquista seria colocar o hospital em pleno funcionamento como foi prometido pelo própria gestão atual e não apenas usar o HM para abrigar o PS. Aliás, a mudança apenas de setor não significa melhoria no atendimento, e ainda vai aborrecer muita gente, pois a prestação do serviço no PS que já é muito questionada ainda vai sair da área central.
A atual administração faz críticas ácidas contra o ex-prefeito Marcos Alvim pela construção do HM. As críticas sempre insistiram no aspecto físico da construção, onde falhas na estrutura inviabiliza o seu uso.
Mas agora conseguiram a liberação do HM,para isso o "Novo Modelo" foi atrás de um laudo técnico que atestava a segurança do espaço físico do prédio. O laudo saiu favorável.
Mas espere ai! O ex-prefeito Marcos Alvim não pode agora processar aqueles que insistiam em afirmar que o prédio do HM estaria condenado, maculando a reputação do ex-prefeito perante a opinião pública?
Pois o ex-prefeito pode impetrar na justiça uma ação por calúnia.
Marcos acho que vc foi até muito sutil na sua explicação, quanto a fatos não ha argumentos,querem defender o indefensálvel,brincadeira só o novo modelo mesmo kkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!.
Neste tal processo administrativo vai sobrar pra funcionária denunciante. Aposto 10x1
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