terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Marinha gastou R$ 657,9 mil com reforma e compras para residência onde Dilma passa recesso

Dyelle Menezes
Do Contas Abertas

Desde ontem (26), a presidente da República, Dilma Rousseff, está na Base Naval de Aratu, na Bahia, para um período de descanso que deve acontecer até o dia 8 de janeiro. Antes de receber a chefe do Estado Maior do Exército brasileiro, a Marinha gastou R$ 657,9 mil em novos móveis e reformas da Residência Funcional da Boca do Rio, que fica na Base Naval. O valor se refere a cinco notas de empenhos emitidas entre os dias 21 de novembro e 10 de dezembro deste ano. Na viagem, a presidente está acompanhada da filha e do neto, Paula e Gabriel, do genro, Rafael Covolo, da mãe, Dilma Jane, do ex-marido, Carlos Araújo e sua atual esposa, além de uma tia.
Três notas de empenho, no montante total de R$ 425,2 mil, fazem parte do processo 026/2011, que previa gasto estimado de R$ 523,5 mil. O edital da compra informa a necessidade de fornecimento de mobiliário, tapetes, cortinas e eletroeletrônicos para a residência funcional da Boca do Rio. (veja empenhos)
Todos os itens, exceto os tapetes, são encontrados nas descrições dos empenhos. Entre as compras estão, por exemplo, um frigobar com capacidade de armazenagem de 76 litros no valor de R$ 4,9 mil, um espelho tamanho 2,5 x 2,5 m ao custo de R$ 6 mil e duas poltronas no valor total de R$ 6,7 mil.
Além disso, um “kit” de eletroeletrônicos, composto por oito televisões, sete DVD’s, um home theater e um computador completo, no valor total de R$ 19,5 mil, também faz parte das novas aquisições da Base.
As cortinas estão na nota de empenho do dia 10 de dezembro (processo TJDL 04/2011) e custaram R$ 37,3 mil. Para finalizar a soma total dos gastos da Base Naval de Aratu com a residência funcional da Boca do Rio, foram reservados, no dia 21 de novembro (processo CP NR 022/2010), R$ 195,4 mil para “execução de obra de reforma”.
Segundo fonte militar que conversou com o Contas Abertas, as reformas e as compras de mobiliários podem não ser especificamente destinadas para receber a presidente da República. Para a fonte, as ações fazem parte do Próprio Nacional Residencial (PNR) do Exército, “um rodízio de manutenção” dos imóveis oficiais para que não fiquem abandonados e deteriorem.

Em janeiro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tirou uns dias de descanso na Bahia. Acompanhado pela mulher, Marisa Letícia, e pelo general Gonçalves Dias, responsável pela segurança do presidente, além de familiares, ele passou a virada do ano na Base Naval de Aratu, na praia de Inema. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também já usufruiu do lugar.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, no final da noite de ontem (26), o Palácio do Planalto informou que “o processo [da reforma] começou em outubro de 2010, quando a presidente sequer tinha sido eleita”. De acordo com a Presidência, a obra “era demorada e só acabou no segundo semestre. E os móveis só podiam ser comprados após a conclusão da obras”.
Depois do descanso, a expectativa é que a Dilma Rousseff já no primeiro mês do ano cuide de ajustes nos ministérios que terão alterações devido à saída, ainda em janeiro, de ministros que concorrerão às eleições municipais marcadas para outubro.

Base de Aratu
A Base Naval de Aratu é uma Organização Militar da Marinha do Brasil e está localizada na península do Paripe na Baía de Aratu, ligada pelo rio Cotegipe a Baía de Todos os Santos, no município de Salvador, Bahia. Possui posição estratégica, pois está situada aproximadamente no meio do litoral brasileiro. O local possui dois amplos cais, dique seco para navios de até 35.000 toneladas, oficinas, heliponto e alojamentos. Após o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, é o centro mais importante de manutenção e industrial da marinha. Pode prestar serviços para clientes fora da Marinha.

Transcrito do site Contas Abertas.

Pitaco do Blog
No Brasil, há uma imensa confusão entre o público e o privado. Isso fica claro, por exemplo, nos excessivos benefícios indiretos concedidos aos detentores do poder. Assim, o salário real desses privilegiados é muito superior ao previsto nos seus contracheques.
O caso noticiado pelo Contas Abertas mostra claramente como isso ocorre. Além de pagar pelo serviços prestado por alguns agentes políticos, temos que bancar também o lazer deles. Nesse ponto, não nos diferenciamos muito de algumas monarquias. Aliás, somos mesmo semelhantes às monarquias mais perdulárias. Com uma agravante: toda vez que muda o "rei", os benefícios têm que ser alterados. Afinal, enquanto uns presidentes gostam de água de côco outros preferem uma cachaça de boa qualidade.

3 comentários:

Rodolfo Paranhos disse...

Quando leio essas coisas absurdas que já estou habituado, fico rindo: Eles ficam rindo de nós, então vamos rir deles!

Unknown disse...

São todos iguais....

Enquanto isso, algumas pessoas ainda perdem tempo debatendo (às vezes até ofendendo terceiros) sobre qual governo é melhor (ou pior), tratando administradores públicos como super heróis, quando são (ou deveriam ser) meros gerentes do patrimônio público.

De um lado, a tal "privataria tucana", do outro lado o mensalão acobertado. No meio desse lixo todo, os cidadãos contribuintes mantendo com seu suor o luxo, a ostentação e o enriquecimento de poucos.

Há um longo caminho a percorrer, até que nos tornemos uma nação, na acepção da palavra.

Unknown disse...

Fazendo uma estimativa, essa "graninha" daria pra pagar, por exemplo, mesmo em serviços particulares:

* 4.300 consultas médicas básicas

* 700 ressonâncias magnéticas

* 3.250 ultrasonografias

* 5.400 mamografias

* 800 plantões médicos em UTI

* 400 diárias de UTI

* 1.300 tomografias

* 2.600 endoscopias

* 3.200 diárias hospitalares

Tá bom, tá bom... com tanta coisa importante pra debater, lá vem o Edilvo com esse assunto chato de SAÚDE, de novo.

Enquanto isso, modelos novos ou velhos, recheados de canastrões, fazem firulas sob o aplauso de alguns e a omissão de outros tantos.

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