Caso aconteceu no Hospital Universitário da cidade de Santa Maria.
Outros três médicos foram indiciados por não denunciarem o caso.
Quatro médicos da cidade de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por estelionato, falsidade ideológica e condescendência criminosa. Um deles foi denunciado por receber R$ 600 mil em um período de 3 anos sem trabalhar. Os outros três eram seus chefes, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja o vídeo).
O caso aconteceu no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e chegou ao MPF através de denúncia anônima. De acordo com a investigação, entre janeiro de 2007 e maio de 2010 o médico teria recebido R$ 600 mil como plantonista da UTI adulta do hospital.
Os outros dois indiciados ocuparam o cargo de chefe da UTI e foram denunciados por estelionato e falsidade ideológica. A acusação que recai sobre o diretor clínico do mesmo hospital é de condescendência criminosa, pois teria deixado de responsabilizar os funcionários que teriam cometido a fraude.
"Todo mês, apesar do seu não comparecimento no mês anterior, ele constava nas escalas de plantão do mês seguinte. Os outros réus assinavam e encaminhavam essa lista de plantão e deveriam ter tomado providências", disse Harold Hoppe, procurador da república.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o médico chegou a pedir o afastamento do cargo por duas vezes alegando que teria que fazer um curso fora de Santa Maria, mas teve o pedido negado devido à falta de profissionais.
O advogado do médico disse que seu cliente tinha autorização para se ausentar. Os advogados dos chefes da UTI alegaram que ambos não tinham a função de fiscalizar o trabalho do médico. O representante do diretor clínico não quis se manifestar.
Transcrito do Portal G1
Clique aqui e veja a reportagem.
Pitaco do Blog
Infelizmente, esse tipo de prática não é tão incomum no Brasil. Reportagens noticiando essas irregularidades em unidades públicas de saúde vêm se tornando frequentes. No meu dia-a-dia, no Tribunal de Contas do DF, venho constatando a repetição de problemas semelhantes no serviço público em Brasília.
É preciso que a população esteja atenta. Necessário que denuncie a falta de médicos ou a demora no atendimento em unidades de saúde. Essas deficiências na prestação de serviço podem ser ocasionadas justamente por irregularidades no cumprimento das jornadas de trabalho por parte de alguns profissionais de saúde.
Como fiscalizar? Em Araguari, por exemplo, temos profissionais de saúde que acumulam cargos nas unidades de saúde do município e em outros órgãos públicos (INSS, Universidade Federal de Uberlândia, Presídio, etc.). Além disso, alguns podem atuar em clínicas e hospitais particulares. Logo, é possível verificar se alguns desses profissionais estão atendendo em seus consultórios no horário em que deveriam estar trabalhando em um posto de saúde, por exemplo.
Precisamos dar um basta nessa situação. Não podemos deixar o problema se alastrar. Inexplicavelmente, o serviço público de saúde está se deteriorando rapidamente, na mesma proporção em que o setor privado e alguns médicos (na verdade, empresários) se enriquecem. É claro que todos têm o direito de "ganhar dinheiro". Entretanto, essa busca não pode ser feita contrariando as leis e penalizando a população mais carente, que necessita do Sistema Único de Saúde.
Precisamos dar um basta nessa situação. Não podemos deixar o problema se alastrar. Inexplicavelmente, o serviço público de saúde está se deteriorando rapidamente, na mesma proporção em que o setor privado e alguns médicos (na verdade, empresários) se enriquecem. É claro que todos têm o direito de "ganhar dinheiro". Entretanto, essa busca não pode ser feita contrariando as leis e penalizando a população mais carente, que necessita do Sistema Único de Saúde.