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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Trilhos no perímetro urbano de Araguari são reconhecidos como patrimônio histórico oficial

 Escrito por Talita Gonçalves


No início deste mês, o Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Histórico decidiu por unanimidade o tombamento dos trilhos que cortam o perímetro urbano de Araguari devido ao seu valor cultural, paisagístico, etnográfico, técnico e memorial. São 2.400 metros de extensão, desde a parte do final do pátio original da Estrada de Ferro Goyaz até o pátio da ferrovia atualmente ativa.



A linha férrea é um importante elemento cultural
do município de Araguari (Foto: Gláucio H. Chaves)
Um terço desse trecho cruza as duas pistas das avenidas Mato Grosso e Belchior de Godoy. Depois, passam por uma região onde antigamente era feito o embarque de animais, no bairro Santa Terezinha, segue paralela ao Batalhão Mauá e em seguida cruza a rua Jaime Araújo, próximo a uma fábrica de cortiças que recentemente foi demolida. Nessa região, muitas residências estão próximas aos trilhos, que continuam em trechos mais desabitados.
Durante todo o percurso, estão presentes os postes telegráficos, e cruzes de Santo André nos cruzamentos, pintadas com faixas brancas e pretas.
O inventário do tombamento foi executado pelo arquiteto Gláucio Henrique Chaves e Alexandre Campos, geógrafo que trabalhava na Divisão de Patrimônio e faleceu recentemente em um acidente na BR-050. A idéia é disponibilizar o espaço para utilização de transporte ao invés do uso turístico. “O veículo leve sobre trilhos é como se fosse um bonde, sua instalação é barata,” conta.
Um dos trechos do documento que oficializou este bem imóvel como patrimônio histórico do município ressalta que “tal como o leito de um rio é para suas nascentes, os trilhos no perímetro urbano fazem parte do conjunto ferroviário, sendo de importante necessidade sua preservação cultural.”
Um bem tombado é um bem que a comunidade deseja preservar, como explica o arquiteto. “As pessoas tem uma noção de que eles são intocáveis, mas na verdade eles devem ser utilizados. Aquilo não é só um cenário. Temos a ideia de que este patrimônio possa desencadear processos de pensamento, da pessoa se sentir pertencente à comunidade,” enfatiza.
Para intervenção nos trilhos, como aquelas que foram realizadas em recapeamentos na cidade, será necessário apresentar um projeto ao Conselho do Patrimônio, que irá analisar se a intervenção pode ser feita, e os critérios técnicos para determinar sua realização.


História
A construção da linha férrea ocorreu no início do século XX. A locação da ferrovia que ligaria Araguari –MG a Catalão – GO ocorreu em 27 de setembro de 1909, e evidencia o papel regional da economia, política e sociedade da época. Conforme o inventário, a linha férrea é um importante elemento cultural para o município, para o Triângulo Mineiro e os estados de Minas e Goiás, acervo este que transcende sua história e seu território. Seu valor pode ser comprovado com os tombamentos do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Antiga Estação da Estrada de Ferro Goiás, municipal em 1989 e estadual em 2002.


Degradação
Abandono, ação do tempo, vandalismo, obras públicas, falta de uso e acúmulo de lixo, são alguns dos fatos ligados à degradação dos trilhos, conforme documento da Divisão do Patrimônio Histórico. Um episódio polêmico foi a abertura da rua Luiz Schinoor, paralela a rua Amapá, feita pela prefeitura municipal.
Segundo Gláucio Henrique Chaves, o dossiê de tombamento do conjunto arquitetônico, dizia que não era permitido abrir novas ruas dentro do complexo. “A administração quis fazer, e o Ministério Público não se sensibilizou com isso. O problema dessa rua é que o pátio foi cortado em dois, o que ocasionou em vários furtos de material ferroviário. Havíamos avisado isso uma semana antes de acontecer,” expôs.

Transcrito do Gazeta do Triângulo, edição de 20/12/2011.

Pitaco do Blog
Nas pessoas dos familiares do saudoso Alexandre e na do Gláucio, parabenizo o Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari pela medida adotada. A saga da ferrovia em Araguari é um bem imaterial que necessita ser preservado. As gerações futuras têm o direito de conhecer a luta daqueles que ajudaram a desenvolver a cidade e participaram da interiorização do desenvolvimento, daquilo que pode ser tranquilamente inserido no conceito de integração nacional.
Infelizmente, o trabalho dos preservadores é inglório. Muitas vezes, desconhecido de grande parte da população. Noutras tantas, tem como grande obstáculo as barreiras criadas pelo poder público, justamente aquele que deveria ser um parceiro nessa luta.
A propósito, o grande temor atual das pessoas envolvidas na preservação desse patrimônio radica-se exatamente na conduta dos atuais administradores da cidade. Contando com a omissão do Legislativo, do Ministério Público e da sociedade em geral, a gestão Marcos Coelho recortou o pátio da antiga estação ferroviária, sepultando trilhos e desfigurando aquele acervo histórico. A maior tristeza decorrente desse fato, além da destruição do patrimônio em si mesma, é a constatação de que temos no atual governo vários parentes de um das pessoas mais importantes da história araguarina, o antigo empresário Manoel Póvoa, que fez fortuna em seus estabelecimentos montados justamente ao lado da já destruída linha férrea da antiga Mogiana. Preservar a história da ferrovia seria, em certa medida, preservar também a memória do patriarca da família Póvoa.
Somente a educação e a conscientização da população em relação ao significado desse legado dos ferroviários poderá salvar esse patrimônio. É preciso agir antes que seja tarde. Por isso, redobramos o agradecimento aos membros do Conselho. Muitas outras lutas se avizinham. Que venham outras vitórias!

Atualizado às 11h08. Na postagem original, cometi um equívoco, confundindo o Alexandre Campos, recentemente falecido, com o também atuante Alessandre Campos. A todos, peço desculpas pela falha. Ao leitor Riberto de Sousa Júnior, agradeço pelo alerta.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sandices

Trago a opinião do servidor público Wellington Colenghi sobre a atual administração da cidade. Em especial, ele aborda os fatos ocorridos na última semana envolvendo a atuação de integrantes do governo Marcos Coelho.
Abre aspas:

Sandices

A semana que passou foi marcada por situações bizarras protagonizadas pelo “Novo Modelo”. Beirando a sandice e a comédia,  tem-se, por exemplo, a entrevista do prefeito à colunista Lêda Pinho, que, certamente, teve muita capacidade de abstração para tentar visualizar as citações do nobre prefeito.
A intransigência do governante se faz transparecer em suas palavras. Ao ser questionado pela colunista sobre o que mudaria no governo, caso fosse possível, o alcaide responde secamente que nada mudaria. Atitude infantil e de principiante, dado que nenhum setor da nossa comunidade vem mostrando satisfação com o jeito truculento do PMDB administrar Araguari. Todo governante com uma mínima capacidade de autocrítica, por mais que ande bem a administração, sempre dirá que há o que mudar. Ou estaria nosso prefeito se proclamando perfeito? O bom senso passou longe, como de costume.
Um bom exemplo da falta de bom senso do “Novo Modelo” é a relação de cão e gato entre ele e o funcionalismo municipal, que em vários casos vem patrocinando desavenças na Justiça do Trabalho, as quais, na maioria das vezes, são ganhas pelo trabalhador acarretando prejuízos aos cofres públicos. Como exemplo, bata citar o caso do vale-alimentação, que teve a lei votada e outorgada há dois anos e nunca cumprida pelo Executivo, que é o proponente da lei. O “Novo Modelo” é uma contradição, uma surrealidade e me atrevo a dizer: uma indecência.
Indecência que pode ser comprovada na tentativa de aprovar um vexatório plano de cargos e salários da SAE, que contemplava e criava apenas cargos comissionados, onerando excessivamente a autarquia e caçoando escandalosamente do servidor de carreira, que, com um aumento irrisório, teria seus vencimentos ultrapassados pelo aumento do salário mínimo já no seguinte mês. Graças à capacidade de mobilização dos servidores da SAE, o governo teve de retirar o plano do Legislativo. Tantas derrotas e o Coelho não mudaria nada.
Sobram denúncias de irregularidades. Sobram projetos mal feitos. Sobram desculpas por parte dos defensores do governo. Na última quinta, ouvi uma entrevista do procurador do município, onde ele disse desconhecer que a servidora que denunciou irregularidades no pronto-socorro municipal estaria à disposição da administração. Segundo o procurador, a mesma já estaria exercendo suas funções na administração, e que ele não tolera perseguição na prefeitura. Essa não é a versão de que temos conhecimento. E se o prefeito não iria mudar nada, o marmitex ainda seria superfaturado e o mamógrafo continuaria parado? Reformulando a pergunta: parado e com o município pagando a manutenção? Se ele pudesse voltar atrás, o sorteio das casas do Monte Moriá ainda continuaria sem previsão? Araguari continuaria sem uma extensão da UFU?
Faltou bom senso sem dúvida, mas até que ponto é apenas falta de bom senso? Onde já seria cara-de- pau mesmo? Se nosso prefeito tivesse bom senso, voltaria atrás e nem se candidatado teria. Araguari caiu no limbo da incompetência e graças ao “Novo Modelo” não será fácil tiramos nossa cidade deste limbo. Sandices têm limite, assim como nossa paciência.

Wellington Colenghi
Servidor Municipal

sábado, 17 de dezembro de 2011

Pacto

Estou impressionado com a incapacidade do governo em tratar corretamente o funcionalismo público. Não quero dizer que o município deva ser uma "mãe" para os funcionários, concedendo-lhe direitos indevidos. Não é isso. O que nós, cidadãos, queremos ver é um governo que respeite e valorize os funcionários, deles exigindo, em contrapartida, uma boa prestação de serviços.
Nesse ponto, constato que Araguari carece de uma política de pessoal. Faz-se necessário criar instrumentos para examinar, de forma global, as relações entre o município e o funcionalismo. Essas relações, indubitavelmente, acabam se refletindo na qualidade da prestação de serviços públicos. É preciso corrigir distorções que vêm se perpetuando ao longo dos governos, todos mais preocupados em abrigar apadrinhados do que propriamente em administrar uma cidade.
Está mais do que na hora de a cidade ter um regime jurídico único para o seus funcionários. Dar tratamento isonômico a todos que estejam em igual situação jurídica é uma das pedras basilares do estado democrático de direito. Mais que isso: é preciso repensar essa forma de recrutamento de agentes públicos. Não é possível que uma administração funcione bem com tantas pessoas que nela não ingressaram por seus próprios méritos. Chega de compadrios e nepotismo! A vida da cidade não dura apenas quatro anos. Os governos passam. Ela permanece. Não faz sentido trocar a maior parte dos funcionários toda vez que mudar a chefia do Executivo. É preciso continuidade.
O mais importante. Para mudar esse quadro, basta vontade política de se libertar de amarras e de acordos espúrios feitos no palanque eleitoral. Existem leis à profusão dando o norte para o administrador público. A própria Constituição Federal traça essas balizas de atuação. Se nossos governantes cumprissem mais as leis e menos os conchavos, as "coisas" funcionariam melhor.
Por isso, servidores públicos e usuários do serviço público devem ser seletivos na escolha de seus representantes. Não se pode mais conviver com representantes inimigos do planejamento e da moralidade. Mister dar um basta aos governantes apaixonados pelo aparelhamento da máquina pública, pela leniência com os amigos e pela perseguição de eventuais descontentes. Todos nós devemos exigir dos candidatos a assunção de um compromisso sério de que, uma vez eleitos, estarão empenhados na melhoria da prestação de serviços públicos e da própria relação entre o município e os seus agentes. Sem essa espécie de pacto, nada mudará. Aliás, mudará para pior. Teremos uma queda cada vez mais acentuada da qualidade dos serviços públicos prestados pelo  município.

Gasto milionário com combustíveis

Há alguns dias, noticiou-se que o município estava pagando R$ 3,28 (três reais e vinte oito centavos) pelo litro de gasolina.
Como as informações sobre a quantidade e o valor do combustível não são publicadas no mentiroso Portal da "Transparência" da Prefeitura, tivemos que fazer uma pesquisa para encontrar, pelo menos, o valor total gasto com combustível pelo município.
Verifica-se que, para este ano, estão previstos gastos de R$ 1.591.090,82 (um milhão, quinhentos e noventa e um mil, noventa reais e oitenta e dois centavos) com a compra de combustíveis na empresa Auto Posto Melo Viana Ltda.
Observações pitorescas: esse gasto é equivalente a 485 mil litros de gasolina (a esse preço absurdo de R$ 3,28 o litro). Daria para fazer mais de 80 mil viagens (ida e volta) a Uberlândia anualmente.  Se considerarmos que o preços dos demais combustíveis são mais baixos, poderiam ser feitas mais alguns milhares de viagens.
Fonte: Diário Oficial de Minas Gerais, 26/01/2011.
Atualizado às 11h15.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Plano de Empregos da SAE

Prédio da SAE - foto extraída do Correio de Araguari.

Boa parte dos servidores da Superintendência de Água e Esgoto discorda da forma e do conteúdo do novo Plano de Cargos e Salários da entidade. A votação estava prevista para hoje na Câmara, mas o projeto foi retirado de pauta devido à pressão dos funcionários.
Tive acesso às tabelas e percebi, de cara, diversas ilegalidades. Como sempre, os grande beneficiados serão os cargos em comissão. Ou seja, será o governante de plantão, que poderá fazer da SAE um verdadeiro cabide de empregos. Para se ter ideia do absurdo, a autarquia, se aprovado o tal plano, teria 169 empregados concursados e 50 comissionados. Vale dizer: de cada 4 funcionários, um seria comissionado. Muito cacique pra pouco índio...
Além disso, nos chama a atenção o fato de que apenas 9 desses cargos comissionados seriam destinados, exclusivamente, a empregados de carreira. Os outros 41 poderiam ser recrutados foram do serviço público. Isso enfraquece a carreira e fortalece o apadrinhamento.
Mais um detalhe: enquanto o maior salário dos concursados seria de R$ 2.182,00, o teto salarial dos comissionados chegaria a R$ 6.000,00. Já o menor salário entre os concursados seria 572,25, enquanto, entre os comissionados, chegaria a R$ 757,95. O absurdo da situação fica ainda maior quando se constata que, com o aumento do salário-mínimo em janeiro, os salários de alguns empregados da SAE ficarão maiores do que os previstos no plano.
Outro fato interessante está na quantidade de Assistentes do Superintendente da SAE. São 12 no total. É dizer: um quarto dos comissionados da SAE trabalharia "assistindo" ao Superintendente. Para se ter ideia do disparate, esse número só é menor que o de Auxiliares de Serviços Gerais (66) e de Operadores de Moto Bomba (32). Coincidentemente, corresponde ao mesmo número de Agentes Administrativos (12).
Essa é apenas uma visão rápida do assunto. Muitos outros aspectos poderão ser abordados futuramente quando tivermos acesso ao plano como um todo.

Concurso do INSS: sorteio de apostilas

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou nesta sexta-feira (16), no "Diário Oficial da União", a abertura de concurso para 1.875 vagas. Ao todo, são 375 vagas para o cargo de perito médico previdenciário e 1,5 mil para técnico do seguro social. As vagas são distribuídas nas Agências da Previdência Social nos 26 estados e Distrito Federal. No caso dos médicos, o salário chega a R$ 9.070,93. Para os técnicos, a remuneração alcança R$ 4.496,89 com gratificações e auxílio alimentação.
Leia o restante da notícia clicando aqui.

Vou sortear aqui no blog as apostilas para o concurso de técnico do seguro social.

Façam suas inscrições enviando e-mail com nome, endereço e telefone de contato para marcos@observatoriodearaguari.com ou observatoriodearaguari@gmail.com .
O sorteio será feito de acordo com o resultado da Loteria Federal (última extração do ano). Depois, confirmo a data correta.
Atualizado às 20h14.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Incompetência

Prefeitura e Caixa não conseguem realizar o sorteio das 500 casas do Residencial Monte Moriá



Membro do CODEMA (Maurício Lopes Moraes), que teve área desapropriada em favor do empreendimento, participa das reuniões que decidem pela não liberação do respectivo loteamento

A construção das 500 casas do Residencial Monte Moriá já foi concluída, mas a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal não conseguem realizar o sorteio das mesmas, para seguinte entrega às famílias beneficiadas, devido a incidente oposto pelo CODEMA (Conselho de Defesa do Meio Ambiente) e nos pareceres que emite para análise da Curadoria de Defesa do Meio Ambiente, a quem cabe liberar a expedição dos “Habite-se” das casas, pois o empreendimento está sob sua investigação (do Ministério Público) relativamente a questões ambientais, especialmente quanto ao destino final das águas pluviais que são recolhidas pelas galerias implantadas no Residencial.

Clique aqui e leia a reportagem completa em que o Correio de Araguari, a exemplo do radialista Valmir Brasileiro, tenta afastar a incompetência da Prefeitura e passar a culpa pelo atraso na entrega das casas a terceiros e até ao Ministério Público.

Postagem em destaque

📢 ADICA denuncia falhas no Portal da Transparência da Prefeitura de Araguari 📢

Na petição, a ADICA juntou cópia de várias telas mostrando a impossibilidade de  acessar dados do Portal da Transparência. A Associação do D...