sábado, 14 de abril de 2012

Trilhos no perímetro urbano motivam reunião entre Conselho do Patrimônio Histórico e Executivo

(Foto: Gláucio Henrique Chaves)


Assinatura do decreto de tombamento depende de parecer da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo

Representantes do Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Histórico e da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo se reuniram com o prefeito Marcos Coelho de Carvalho (PMDB) no Palácio dos Ferroviários na quinta-feira da semana passada, dia 5. O motivo da reunião é o tombamento dos trilhos que cortam o perímetro urbano de Araguari.

Em dezembro do ano passado, o Conselho decidiu que os trilhos deveriam ser tombados devido ao valor cultural, paisagístico, etnográfico, técnico e memorial. São 2.400 metros de extensão, desde a parte do final do pátio original da Estrada de Ferro Goyaz até o pátio da ferrovia atualmente ativa.

O inventário foi executado pelo arquiteto Gláucio Henrique Chaves e Alexandre Campos, geógrafo que trabalhava na Divisão de Patrimônio. A ideia é disponibilizar o espaço para utilização de transporte ao invés do uso turístico.

A lei prevê que o tombamento do Conselho tem valor durante 180 dias. Para que a decisão seja mantida, o prefeito deve assinar um decreto que legitime o tombamento.

A iniciativa possibilitaria a obtenção de recursos dos fundos municipais, estaduais e até federais. Além disso, caso haja a intenção de retirada dos trilhos, será necessária a autorização de órgãos como IPHAN, DNIT e outros.

Durante a reunião, a titular da pasta, Thereza Cristina Griep, solicitou os documentos de tombamento para análise. “Não vi nada que impeça o prefeito de assinar. Tudo condiz com os projetos que estamos fazendo, como o Trem Turístico. Passei para a análise dos responsáveis,” disse.

Segundo a secretária, a possibilidade de utilização dos trilhos era a principal dúvida do Executivo. “No documento consta que o percurso pode receber modernizações desde que para uso dos trilhos. Esta era minha maior dúvida, pois o projeto do Trem Turístico está diferente do original, utilizando a Maria Fumaça,” disse.

À reportagem, o prefeito Marcos Coelho de Carvalho afirmou que a assinatura do decreto depende do parecer da secretaria de Desenvolvimento. Thereza Griep garantiu que a decisão será tomada na próxima semana.

Texto transcrito, na íntegra, do Gazeta do Triângulo, edição de 14/04.

Pitaco do Blog
Sou favorável ao tombamento dos trilhos. Entendo que podem ser conciliados o desenvolvimento e a preservação da história das ferrovias e da própria cidade. Mais que isso: o potencial turístico do acervo ferroviário centenário poderá incrementar a economia local.
Apesar disso, entendo que o assunto deva ser amplamente discutido pelo poder público e a sociedade. Registre-se que, antes dessa discussão, a sociedade precisa ser devidamente informada do assunto. Necessita conhecer a história da ferrovia no município, saber da potencialidade turística e econômica da preservação do acervo ferroviário, ter ciência dos projetos que serão implantados pelo poder público no lugar dos trilhos, etc.
Por isso, acredito que a assinatura desse tombamento provisório é medida imposta pelo bom senso. Mas, ressalte-se, de nada adiantará o tombamento se não forem adotadas outras medidas visando à democratização do debate sobre o assunto e à obtenção da melhor solução para o caso.

Um comentário:

Aristeu disse...

A verdade é que ninguém quer andar nos trilhos. Os trilhos são para sempre, por isto a aversão dos políticos por algo tão perene. Não cabem reformas nem recapeamento. As locomotivas e máquinas não saem de linha. Não há renovação de frotas. Nem se nomeia ninguém. Cubra-se os trilhos.

Postagem em destaque

Falta em audiência resulta em negativa de religamento de energia elétrica para idosa dependente de aparelhos médicos

Uma idosa de 89 anos, em situação de vulnerabilidade, teve sua ação contra a Energisa/SA encerrada sem análise de mérito, após não comparece...