(Foto: Gláucio Henrique Chaves) |
Assinatura do decreto de tombamento depende de parecer da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo
Representantes do Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Histórico e da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo se reuniram com o prefeito Marcos Coelho de Carvalho (PMDB) no Palácio dos Ferroviários na quinta-feira da semana passada, dia 5. O motivo da reunião é o tombamento dos trilhos que cortam o perímetro urbano de Araguari.
Em dezembro do ano passado, o Conselho decidiu que os trilhos deveriam ser tombados devido ao valor cultural, paisagístico, etnográfico, técnico e memorial. São 2.400 metros de extensão, desde a parte do final do pátio original da Estrada de Ferro Goyaz até o pátio da ferrovia atualmente ativa.
O inventário foi executado pelo arquiteto Gláucio Henrique Chaves e Alexandre Campos, geógrafo que trabalhava na Divisão de Patrimônio. A ideia é disponibilizar o espaço para utilização de transporte ao invés do uso turístico.
A lei prevê que o tombamento do Conselho tem valor durante 180 dias. Para que a decisão seja mantida, o prefeito deve assinar um decreto que legitime o tombamento.
A iniciativa possibilitaria a obtenção de recursos dos fundos municipais, estaduais e até federais. Além disso, caso haja a intenção de retirada dos trilhos, será necessária a autorização de órgãos como IPHAN, DNIT e outros.
Durante a reunião, a titular da pasta, Thereza Cristina Griep, solicitou os documentos de tombamento para análise. “Não vi nada que impeça o prefeito de assinar. Tudo condiz com os projetos que estamos fazendo, como o Trem Turístico. Passei para a análise dos responsáveis,” disse.
Segundo a secretária, a possibilidade de utilização dos trilhos era a principal dúvida do Executivo. “No documento consta que o percurso pode receber modernizações desde que para uso dos trilhos. Esta era minha maior dúvida, pois o projeto do Trem Turístico está diferente do original, utilizando a Maria Fumaça,” disse.
À reportagem, o prefeito Marcos Coelho de Carvalho afirmou que a assinatura do decreto depende do parecer da secretaria de Desenvolvimento. Thereza Griep garantiu que a decisão será tomada na próxima semana.
Texto transcrito, na íntegra, do Gazeta do Triângulo, edição de 14/04.
Pitaco do Blog
Sou favorável ao tombamento dos trilhos. Entendo que podem ser conciliados o desenvolvimento e a preservação da história das ferrovias e da própria cidade. Mais que isso: o potencial turístico do acervo ferroviário centenário poderá incrementar a economia local.
Apesar disso, entendo que o assunto deva ser amplamente discutido pelo poder público e a sociedade. Registre-se que, antes dessa discussão, a sociedade precisa ser devidamente informada do assunto. Necessita conhecer a história da ferrovia no município, saber da potencialidade turística e econômica da preservação do acervo ferroviário, ter ciência dos projetos que serão implantados pelo poder público no lugar dos trilhos, etc.
Por isso, acredito que a assinatura desse tombamento provisório é medida imposta pelo bom senso. Mas, ressalte-se, de nada adiantará o tombamento se não forem adotadas outras medidas visando à democratização do debate sobre o assunto e à obtenção da melhor solução para o caso.
Um comentário:
A verdade é que ninguém quer andar nos trilhos. Os trilhos são para sempre, por isto a aversão dos políticos por algo tão perene. Não cabem reformas nem recapeamento. As locomotivas e máquinas não saem de linha. Não há renovação de frotas. Nem se nomeia ninguém. Cubra-se os trilhos.
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