quarta-feira, 18 de abril de 2012

Faltam medicamentos, mas sobram desculpas esfarrapadas

Ontem, na sessão da Câmara, a questão da falta de medicamentos na Farmácia Municipal gerou alguns debates. Todos aparentemente se mostraram preocupados, por exemplo, com o fato de as empresas atrasarem a entrega dos medicamentos. A questão é simples. Passa pela má gestão pública.
Primeiro, a Farmácia Municipal foi criada, mas não tem quadro de pessoal próprio. Não fizeram concurso sequer para Farmacêutico.
Segundo, há uma relação estranha entre as Secretarias de Saúde e de Administração com os fornecedores. O "caso do mamógrafo e do marmitex" comprova isso. Se a relação for "promíscua", como a Prefeitura poderá exigir que as empresas entreguem os medicamentos na forma combinada?
Terceiro, o assessoramento juridico da Secretaria de Saúde é deficiente (na verdade, inexistente). A Pasta é extremamente dependente da Secretaria de Administração e da Procuradoria-Geral do município. Por causa dessa burocracia, muitas vezes, faltam equipamentos e insumos básicos na Saúde por atraso em compras e licitações que são centralizadas. Não estaria na hora de se dar mais autonomia à Pasta da Saúde? A resposta a essa pergunta caberia ao prefeito, que foi eleito para administrar a máquina pública, mas parece que não se preocupa muito com a população.
Quarto, existe uma saída fácil para a situação, mas parece que ninguém quer enxergar. Bastaria fazer licitações periódicas para registro de preços. Nesse caso, o município não seria obrigado a comprar, mas teria, a todo tempo, todos os medicamentos necessários à disposição. Apesar de a solução ser tecnicamente fácil, o município prefere agir de forma amadora e ineficiente, como ocorreu no caso da compra de medicamentos superfaturados.

6 comentários:

ANTONIO MARCOS DE PAULO disse...

Creio ser importante ouvir a opinião do ex-secretário Edilvo Mota sobre o assunto. Reproduzo o texto dele:

"Sobre assessoria jurídica na Secretaria de Saúde, devo fazer o registro histórico de que fui o primeiro (senão o único) gestor da pasta
a exigir a presença, in loco, de um advogado na sede, com dedicação em tempo integral aos assuntos de interesse da saúde pública.

Na época (2005) o então prefeito Marcos Alvim atendeu prontamente minha solicitação e nomeou a advogada Nadia Melo
Peres (escolha pessoal do prefeito, eu sequer a conhecia antes) para nos assessorar.

Em todas as questões que assim o requeriam, a advogada analisava os aspectos jurídicos para fundamentar minhas decisões.
Quando necessário, ela discutia o tema com o Procurador Geral ou outro procurador.

Nadia prestou relevantes serviços à Secretaria de Saúde, inclusive me acompanhando em audiências com o Ministério Público.

Problemas estruturais a Secretaria de Saúde sempre teve e terá. A lamentar, atualmente, a total falta de preparo dos inúmeros gestores,
nesses 40 meses, para compreender a complexidade jurídica e administrativa da pasta e, principalmente, conseguir atuar com a
independência e a coragem que o cargo requer.

Edilvo Mota"

Aristeu disse...

Tá difícil a licitação? Aproveite-se dos fornecedores de Uberlândia, Uberaba...

Anônimo disse...

Mas a atual secretaria tem uma formada em direito dentro de sua sala,que sempre a acompanha em todos os lugares, inclusive em viagens, que alias nao sabemos se ela é assessora, ou se ela tambem comanda a secretaria.

Unknown disse...

Ontem ouvi uma daquelas fofocas políticas, que pipocam nesses tempos pré eleitorais:

"Que o pré candidato a prefeito Alfredo Paroneto, do PSDB, teria desistido de concorrer e acertado apoio a Marcos Coelho na campanha pela reeleição".

Como estiveram juntos no mesmo palanque em 2008 e barganharam a cadeira da Secretaria de Saúde, não seria de todo impossível.

Porém, caso confirmado o boato, seria o cúmulo da cara de pau (de ambos), após a enxurrada de denúncias e a iniciativa da "Moção pela CLI da Saúde".

Estaríamos chegando ao final dos tempos?

Wellington disse...

Prezados(as);
A presença de advogados acompanhando à pasta é sem dúvida salutar aos entraves e perrengues judiciais desta complicada secretaria. Entretanto, em qualquer área da administração pública, o Direito a concebe teleologicamente, isto é, sua finalidade ( o que deve ser )enquanto que a Sociologia concebe instrumentalmente a Administração Pública ( como realmente é).Fico com a segunda análise, já que a primeira concepção fica apenas no campo das idéias na minha humilde opinião.

Unknown disse...

Prezado Colenghi. De humilde, sua opinião nada tem.

"Eu fico com a pureza da resposta das crianças.. é a vida, é bonita e é bonita..."

Postagem em destaque

Falta em audiência resulta em negativa de religamento de energia elétrica para idosa dependente de aparelhos médicos

Uma idosa de 89 anos, em situação de vulnerabilidade, teve sua ação contra a Energisa/SA encerrada sem análise de mérito, após não comparece...