terça-feira, 13 de março de 2012

Má qualidade da saúde pública: tema recorrente

08/03: falamos aqui da confusão entre o interesse público e privado que, por vezes, ocorre na área da saúde pública. Referia-me especificamente aos casos de profissionais da área de saúde que ocupam mais de um cargo público e, além disso, trabalham na iniciativa privada. Não demorou muito para que os fatos comprovassem o quanto esse tipo de problema pode deteriorar a já baixa qualidade da saúde pública.
09/03: o jornalista Márcio Marques trouxe duas notícias relacionadas ao tema. Primeiro, ao falar da mudança de horário das agências do INSS de Araguari e Uberlândia, informou que os peritos daquela autarquia terão que realizar 15 perícias por dia. Ora, essa exigência de quantitativo de perícias não seria necessária se todos os peritos cumprissem corretamente as suas jornadas de trabalho. Sabe-se que alguns deles costumam acumular o cargo de perito com outros cargos públicos, além de trabalhar, também, trabalhar na iniciativa privada. Como algumas dessas acumulações eram faticamente impossíveis (ninguém pode estar em dois lugares ao mesmo tempo), por vezes, o atendimento aos segurados do INSS ficou prejudicado.
Segundo, colunista noticiou a existência de uma fila quilométrica à espera de atendimento na Policlínica. Com certeza, se tivéssemos profissionais de saúde em número suficiente e se todos eles cumprissem seus horários de trabalho, esse tipo de fila não existiria ou, na pior das hipóteses, seria reduzida a patamares aceitáveis. Cabe aqui à Secretaria de Saúde agir com rigor e diminuir o sofrimento dos pacientes.
Por fim, 22 horas do dia 10/03:  não existia um médico sequer atendendo no Pronto Socorro Municipal. Mesmo o governo divulgando que, a qualquer hora do dia ou da noite, teríamos 4 médicos atendendo naquela unidade, é comum acontecer esse tipo de situação. Fontes seguras afirmam que o problema realmente existiu e foi ocasionado pela falta injustificada de dois médicos ao plantão daquele dia. Aqui, mais um vez, há a violação ao interesse público, uma vez que alguns médicos simplesmente deixam de cumprir suas obrigações legais e contratuais. Aliás, vale ressaltar, a disseminação do uso dos plantões vem sendo usada justamente para que esses profissionais possam exercer outros cargos públicos, quando deveria ser usadas para a melhoria da prestação de serviços. Agora, deixar de cumprir plantão ou abandonar o emprego são condutas ética e juridicamente reprováveis. Cabe à Secretaria de Saúde instaurar processos disciplinares e, se for o caso, punir os faltosos. 
Clique aqui e leia nosso post sobre as ilegalidades em determinadas acumulações de cargos por médicos.
Clique aqui e leia a coluna Em Resumo do Gazeta do Triângulo.

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