Desde 2009, estamos falando aqui sobre condutas irregulares da Administração Pública. Muitas dessas irregularidades acabam sendo toleradas pelos órgãos de controle. A Câmara de Vereadores é um órgão praticamente inexistente quando o assunto é fiscalização. Já o Ministério Público em Araguari é bastante leniente, tolerando condutas ilegais dos governantes. Agora, próximo das eleições, veremos as consequências dessa omissão. Vamos aos exemplos?
Durante o governo Marcos Coelho, houve inegável abuso de contratações sem concurso público. Privilegiou-se a contratação de temporários, comissionados e estagiários. Não estou dizendo que esse tipo de contratação não deva ser feito; afirmei que ocorreram excessos. A regra do concurso público foi solenemente ignorada pela gestão atual. Câmara e Ministério Público fizeram muito pouco para coibir isso.
Agora, tentando a reeleição, prefeito e vice cobram a conta dos contratados. Como boa parte desses agentes tem seus vínculos contratuais se encerrando logo após as eleições, os candidatos à reeleição costumam usar de chantagem para conseguir alguns votos entre essa clientela. "Olha, se eu não ganhar as eleições, não sei o que será do seu emprego". Essa deve ser a frase mais ouvida por estagiários, temporários e comissionados.
Percebam, senhores, que tudo está interligado. Políticos espertos não dão ponto sem nó. Em muitos casos, essas contratações servem como instrumento de barganha com o Legislativo omisso. Vereadores, inclusive de oposição, costumam arrumar um lugarzinho para seus apadrinhados debaixo do generoso guarda-chuva do Executivo. Pior: esses abusos servem não somente para quitar dívidas com os apoiadores eleitorais, mas também para assegurar a permanência no poder mediante a cooptação de eleitores. Estamos diante da versão moderna do "voto de cabresto". É o novo modelo de coronelismo.
2 comentários:
Deprimente isso... O pior é que o exemplo vem do governo federal. Cansei de ver prorrogação de contratos temporários no MMA por medida provisória. Cadê a urgência e a relevância disso? Tive colegas que ficaram quase 7 anos como temporário! Cada renovação era uma novela, com servidores chantageados e coagidos.
Até a simpatia pode virar cabresto...
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