quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Artigo: Uma breve noção do Público e do Privado

A grande “sacada” de marketing nas últimas eleições municipais em nossa cidade foi o jargão utilizado pela dupla vencedora da corrida ao Executivo.   “NOVO MODELO”. Concebida a expressão que seria o carro chefe da campanha, foi fácil associar o sucesso de Marcos Coelho e o dinamismo de Juberson Santos. O empresário bem sucedido se colocaria agora, como aquele que levaria Araguari ao auge do desenvolvimento, assistido sempre por seu fiel vice, que inclusive à época, possuía, uma imagem promissora junto à comunidade. Entretanto, a novidade encerra-se no advento do jargão “Novo Modelo”, e o que vemos a seguir é uma repetição de vários erros, que superam em muito outros administradores que por aqui passaram.
Com o advento do “Novo Modelo”, temos uma discrepância gritante, que remete a uma simples análise do modo de produção capitalista, que por sua vez, nos fornece um contraditório que jogaria por terra a candidatura de Marcão e Jubão. Há um abismo enorme entre o Público e o Privado, entre o gestor e o Empresário. Os dois não concorrem, se dissociam entre o serviço de qualidade prestado ao contribuinte (Gestor) e o lucro (empresário).
Em momento algum, o argumento que eleva as qualidades de empresário do atual prefeito deveria ser levado em consideração, ou no mínimo, ter sido submetido a uma análise mais detalhada do eleitor, que prontamente caiu nessa falácia. O Chefe do Executivo trata Nossa Prefeitura, como se dele fosse. Proprietário, dono do Serviço Público, uma de suas empresas. Falta-lhe a capacidade de abstrair, de separar Público (do povo) e privado (dele). Parece-nos, que dentre seus subordinados mais próximos, ninguém tem brios de ensinar-lhe a diferença.  Mas como o farão, já que estes também são “dele”? E Incluo o Vice nesse quadro.
Serviço Público prioriza a excelência do atendimento ao cidadão e nunca o lucro. Nesse ponto crucial, poderá o leitor claramente perceber o erro primário da atual administração. As atitudes do Chefe do Executivo e seu secretariado envolvem sempre a expressão “corte de gastos”. Isso em tese, claro, por que na realidade com o inchaço da máquina, existem ”cortes” para manter comissionados, estagiários, empreiteiras e todo um aparato que permite a precariedade administrativa.
 Administrar uma prefeitura é totalmente diferente que administrar uma empresa privada. Ouso dizer inclusive, que se um órgão público está dando lucro é por que o atendimento á população não está atingindo 100% de cobertura, seja na Obras, na Educação ou na Saúde. Exceção as empresas de economia mista.
Não discutimos ainda na diferença entre Público e Privado a questão do funcionalismo, sempre deixado de lado, com salários achatados e muitas vezes perseguidos pelos algozes de plantão. Ora, acostumado a lidar com funcionário de sua empresa, certamente o Chefe do Executivo ainda não percebeu que somos servidores do povo de Araguari, não dele.
Consta no Plano de Cargos e Salários, Das Disposições Iniciais, capítulo I, Dos Princípios, Artigo 1º, Parágrafo I:
“A valorização do empregado público e servidor municipal como condição essencial para o sucesso de uma política de pessoal e de atendimento à população voltada para a qualidade e eficiência de prestação do serviço público;”.
O parágrafo citado na sua totalidade resume plenamente minhas considerações sobre lucro (privado) e qualidade de serviço prestado (público). Porém, valorização do servidor não é prioridade do atual governo, que andando na contramão do mundo do trabalho, não vê necessidade de melhorias na qualidade de vida do funcionalismo. Qualidade que certamente refletiria no empenho destes trabalhadores. Ocorre, no máximo, uma tentativa de bovinização, com palestras que não causam impacto na vida dos servidores, pois são totalmente fora da realidade, do contexto de vida da maioria. Parecem, inclusive, serem retiradas de desenhos como Pequeno Pônei, Moranguinho, misturados com livros de auto-ajuda de Augusto Cury. Pelo menos, no setor deste que vos escreve, existe uma tentativa de infantilização no tratamento para com o servidor.
Não era minha intenção tratar de assuntos referentes ao servidor aqui, mas o exemplo de tratamento que o trabalhador recebe na prefeitura atualmente cai como uma luva na exemplificação do público e privado. Lógico que aqui faço uma análise mais rasa do assunto, porém de extrema utilidade para o pleito de 2012.
 Um amigo procurou-me e perguntou o que eu achava de uma possível candidatura de um bem sucedido empresário daqui, do ramo de supermercado. Fui sincero, disse que não votaria nele jamais, considerando o que estou passando com o atual governo, que também é de um empresário. Nada contra quem mantém seu próprio negócio dignamente, mas gato escaldado...
Bem, ele não gostou, lamento. Mas cair duas vezes no mesmo conto é falta de massa encefálica.
O que Araguari precisa realmente é de candidatos com compromisso e programa de governo. Necessitamos de pessoas que estejam dispostas a dar um giro de 360º graus na atual conjuntura. De aventureiros, sejam eles empresários ou psicólogos, já estamos saturados. Vamos ver quem se habilita, mas já aviso que não seremos tão ingênuos como antes. Caro leitor, um jargão é fácil de criar, de “pegar”. Mas e na hora de aplicar?
De novo, até agora nada vi.

Wellington Colenghi, funcionário público municipal

23 comentários:

Unknown disse...

Depois de aplaudir a clarividência e a lucide do texto do amigo Wellington Collenghi, peço vênia para reprozir neste espaço artigo de minha lavra, publicado na edição de hoje (23.02.2011) da coluna semanal "Painel" do jornal Diário de Araguari.

Se meu artigo não tem o mesmo brilho do articulista Collenghi, parece ao menos seguir na mesma linha de raciocínio, em relação à gestão de pessoas.

Eis o texto:

"A arte de administrar pessoas

Dentre os princípios da ciência administrativa, a gestão de pessoas é, sem dúvida, o mais complexo e se insere como a mais sutil tarefa de qualquer gestor.

Dos modelos que deram alicerce à teoria neoclássica da administração, um destaque especial para o modelo militar. Rígido, balizado em manuais, regulamentos e protocolos de conduta, o modelo militar de gestão destaca uma frase que, ouvida há longínquos 33 anos atrás, norteou meus passos na carreira profissional e na vida pessoal. Dizia um exemplar comandante militar: “mandar é fácil, comandar é difícil”.

A lógica daquele raciocínio é clara: quem administra utilizando exclusivamente a força da coação, da intimidação, da ameaça, pode até conseguir resultados imediatos. Porém, não cria na equipe o necessário sentimento de respeito e fidelidade aos princípios e valores da instituição.

Consequentemente, o subordinado não pratica a disciplina consciente; que se traduz na execução das tarefas com correção e no cumprimento das normas, em decorrência da consciência de suas responsabilidades; e não por medo de gritos, ameaças, punições ou ações de retaliação.

Quem, de fato, comanda, gerencia, administra, utiliza o conhecimento, o respeito na relação interpessoal e o exemplo de conduta para incutir nos comandados (subordinados hierárquicos) a certeza de que existem objetivos a cumprir, metas a atingir e resultados a produzir. A rigidez do controle, tão necessária para o sucesso de qualquer negócio, não necessita da truculência, do desrespeito ou da intimidação.

Em qualquer setor da atividade profissional, quem faz as coisas acontecerem são as pessoas.

Portanto, sendo o mais importante ativo de qualquer instituição, o ser humano merece tratamento justo e respeitoso, dentro dos estritos limites do profissionalismo, da legalidade, da civilidade e da boa educação.

Pense nisso..."

edilvomota@hotmail.com
http://saudenatela.blogspot.com

Unknown disse...

"Depois de aplaudir a clarividência e a lucidez do texto do amigo Wellington Collenghi..."

LUCIDEZ

A pressa é inimiga da digitação...

Ianis disse...

UBERLÂNDIA-MG, 23 de fevereiro de 2011.

Prezados Srs.,

Nada mais sublime que a tal Democracia...

Já analisamos nosso Governo por "Empreendedores". Chegamos à conclusão de que trataram o Cidadão-comum como se fossem meros subalternos, e o que é público, como extensão de suas propriedades.

Já analisamos nosso Governo por um "Psicólogo". Chegamos à conclusão de que hipnotizou tudo e todos. E até o presente momento, ainda não estalou os dedos para cessar o efeito alucinógeno que deixou tudo e todos em transe, principalmente quanto à absurda quantidade de irregularidades cometidas.

Já analisamos nosso Governo por um "Popular". Chegamos à conclusão de que não basta ser "povo" demais.

Já analisamos ( acho que não !!! ) nosso Governo por "Causídicos". Sinceramente - é duro reconhecer isso - mas não ouvia tantas críticas sobre eles, e creio que poderíamos sim, criticá-los à vontade, quando de bons motivos para isso.

Ainda bem que temos o direito de errar, e votando, tentar acertar.

Ainda bem que temos o direito de criticar - mesmo errando - e tentar escolher o que entendemos ser o melhor para nós, mesmo nos esquecendo de que se tratam de interesses coletivos.

Viajando na maionese:

Ainda bem que existem seres humanos, AUTORIDADES, que tem a dignidade para desertar, quando do cumprimento de ordens superiores para metralhar multidões de inconformados... cientes de que serão metralhados por este ato.

Analisando... ainda há o bem!

Atenciosamente,
Janis Peters Grants.

Wellington disse...

Janis
Ainda bem que aos poucos estamos acordando.
Ontem,Camara cheia, vereadores prometendo apoio ao servidor. Vereador de situação ja se posicionando desfavoravel ao Executivo.
Contra a força não ha resistencia.
Ontem tentaram fazer meus colegas assinarem uma advertencia por que foram cobrar aquele pagamento de salario que foi feito errado. Ninguem assinou.
Agora os responsaveis pela advertencia, vão ter de ir a camara explicar os motivos...
Se baterem, revidamos...!

Alessandre Campos disse...

"Necessitamos de pessoas que estejam dispostas a dar um giro de 360º graus na atual conjuntura."

Só uma observação:

O importante é que essa mudança percorra um ângulo de 180°, tendo em vista que se percorrer 360° voltará ao ponto de origem.

E esperamos que não cometam os mesmos erros e nem erros novos.

Apesar de todo ser humano ser passível de erros, a humildade o faz reconhecer seus erros e corrigi-los sem achar que isso é depreciativo.

Claudimir (E continua a perseguição... disse...

Parabéns Edilvo pelo seu artigo,infelizmente quem deveria tomá-lo como leitura obrigatória não o faz.

Analista disse...

O funcionàrio mobilizou. 250 presentes, nùmero que sobe a cada assemblèia.
Alguèm deveria orientar o prefeito.
Tudo começou com a insatisfação dos supervisores da dengue que foram punidos. Se conselho fosse bom, era vendido, então vai palpite mesmo.

Se tudo que està ocorrendo è por culpa de atos impensados da Secretària De Saùde, inclusive uma CLI, que por si jà è desastre para o governo, repense os cargos da Saùde Prefeito.
Nosso PMDB, agradece!

Unknown disse...

Avenida Marciano Santos, quarta-feira, 23.02.2011, 19 horas, tive a grata surpresa de encontrar com um grupo de amigos agentes sanitários, que retornavam da manifestação dos servidores públicos municipais.

Queiram ou não, a democracia funciona e os cidadãos (neste caso especial, servidores públicos municipais) estão perdendo o medo de se manifestar, de exercer o seu direito ao contraditório. Aos poucos as pessoas vão percebendo que, no Estado Democrático de Direito, o bicho não é tão feio quanto pintam.

Parabéns aos servidores públicos pelo exercício da liberdade de expressão.

Aristeu disse...

Um giro de 360 graus? Sugiro melhor: Coloquemos os administradores públicos atuais no liquidificador e, depois de liquefeitos, joguemos no ralo.

Anônimo disse...

COMO SE DIZ MARCÃO E JUBÃO NÃO FAZ NEM PARA O PÃO.NÃO GANHA NEM PARA PRESIDENTE DE BAIRRO. VAMOS CRIAR VERGONHA ARAGUARINOS VAMOS PENSAR BEM ANTES DE VOTAR.

Unknown disse...

Toda essa lambança teria sido evitada, se no início de 2009, o prefeito tivesse tido o bom senso de receber os servidores da saúde, espezinhados desde então pela truculência de diretores, e ouvido suas ponderações.

Posteriormente, poderia ter recebido a "carta aberta" assinada pelos servidores. Aquele documento seria, inclusive, material para instruir um inquérito interno e apurar responsabilidades; até mesmo para, eventualmente, identificar prática de injúria por parte dos servidores. Tudo seguindo o rito administrativo, em ordem e com serenidade.

Mas, ao que parece, a truculência foi a marca registrada de um modelo que, na verdade, nada inovou. Até os algozes dos servidores são velhos conhecidos dos bastidores que, governo após governo, se penduram em "padrinhos" e "madrinhas" e exercitam seu sadismo na prática do assédio moral.

Troca de secretário(a) não resolve, se o "modelo" mental é o mesmo, guiado pela total falta de sintonia com o direito de expressão e pela falta de respeito ao contraditório.

antonia disse...

Concordo Edilvo, tem que mudar a visão ultrapassada de que a repressão combate, pelo contrario os fortes ficam ainda mais fortes. É COMO A ARRUDA AQUELA PLANTA COM CHEIRO FORTE QUANTO MAIS TENTA ARRANCÁ-LA MAIS ELA CHEIRA E SE FORTALECE!!!!!!!!!!!!!!!!

Uberlandense disse...

Eita, o bloguinho de oposição continua.
Por que não vão embora de Araguari se aì è tão ruim assim...
marcãao tabalha enquanto voces tentam atrapalhar.
Aposto que pelo menos meia dùzia aqui é candidato a algo na pròxima eleição.

Débora disse...

E araguarino dissimulado,esse bloguinho é tão pequeno e ruim, uma pergunta o que faz aqui? pelo visto está te encomodando,ADOROOOOOOOOO

antonia (sem medo de se identificar) disse...

Ainda bem que existe oposição, imagina se fossemos todos seres "vacais"?

Anônimo disse...

Uberlandense, será que vc tem capacidade de entender o que lê? Se é que vc é sabe ler, né...

Maria Aparecida disse...

Marcão trabalha não atrapalha... governo mas atrapalhador.Secretarias que não funcionam muitos indios para poucos cacique,cargos de desconfiança que vive de joelho em que a governo a governo os chamados leiteiro,da comunicação NANDO MIMEIRO,RUDI LAMERDA,LIMÍRIO,O NEÓFITO DJAIR,MILITÃO Não sabe nada,puxa saco depois rasteira CARLOS ALVES,VALMIR BRASILEIRO,funcionários públicos que puxam saco enquanto está no poder depois puxa tapete como esses citados acima.

Maria Aparecida disse...

Aliás quando essa tropa de choque acabar,vcs vão as mesmas carinhas puxando,puxando para manter seu corguinho de lama.

Débora disse...

Pessoal vamos acordar cargo de confiança me falou, a dupla Jubão e Marcão vão concorrer à reeleição, ainda falou com din din,ACORDA ARAGUARI!!!!!!!!!!

Wellington disse...

Dèbora,
Acho bom eles candidatarem mesmo, cercados de bajuladores apenas, os dois se alienam achando que o povo tà com eles.
Se Voce vivesse cercada somente por bajuladores, como eles vivem, tambèm acharia que iria reeleger.
Que tentem...vai ser um tombo.

Débora disse...

Colenghi,que bom fiquei mas felizzz!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

ACORDA MARCÃO!!! À CIDADE JÁ SABE À IMPRENSA DIZ TE APOIAR NA MÍDIA POR QUE VC PAGA,DEPOIS CONVERSA COM O POVÃO E FUNCIONÁRIOS DESCE O PAU EM VC.

Anônimo disse...

Falar em Secretaria de Saúde...relembrando casos..
ARAGUARI, TRIÂNGULO MINEIRO – Marido, filhos e até os vizinhos. Todos estão revoltados. O motivo, segundo eles, foi à morte estranha da aposentada Maria Abadia Rosa.

A família reclama que pediu para que o médico de plantão do Pronto Socorro da cidade de Araguari fizesse o procedimento para a internação de dona Maria, que não estava passando bem.

Segundo a filha da aposentada, o médico disse que não havia motivo para a internação. Uma semana depois, dona Maria, que tinha diabetes, não resistiu e morreu.

De acordo com o marido dela, houve demora no atendimento e a família pretende responsabilizar o médico e a direção do Pronto Socorro pela morte. O caso foi mostrado pela equipe da TV Vitoriosa que procurou os responsáveis pelo hospital, mas, eles não quiseram se pronunciar a respeito da morte de dona Maria abadia Rosa.

Postagem em destaque

Prefeitura de Araguari: o combate à dengue e a arte de priorizar amizades

Enquanto a epidemia de dengue avança, a Prefeitura de Araguari parece mais empenhada em agradar amigos do que em cuidar da saúde pública. A ...