A sucessão presidencial passa por Minas. Não se discutem aqui a qualidade ou a ética do governador Aécio Neves. Afirma-se que, depois de longo tempo, Minas passa a exercer um papel decisivo, protagonista mesmo, na definição do novo Presidente.
Acometido, como nunca, de encimadomurite, o PSDB está deixando para a última hora a definição da chapa que concorrerá à Presidência da República. Enquanto Dilma está em campo há muito tempo, trocando passes com o forte cabo eleitoral Lula, os Tucanos permanecem enclausurados no ninho, sem decisão.
Por que, então, a sucessão passa por Minas? A resposta é simples: além da indecisionite congênita do PSDB, neste momento, o jeito mineiro de fazer política de Aécio influencia, sobremaneira, a atuação do partido.
Ao se declarar candidato ao Senado, o governador mineiro colocou o partido e a alta tucanagem paulista contra a parede. Isso porque além de ser um presidenciável mais viável que o soturno Serra, Aécio seria o candidato a vice ideal para fazer decolar a candidatura tucana, sobretudo depois que o mensalão do Distrito Federal arranhou a imagem dos Democratas, parceiros naturais dos Tucanos, .
Nesse cenário, o velho jeitinho mineiro de agir por meio de uma omissão deliberada só vem trazendo vantagens para Aécio. É ele quem dá as cartas agora. É cortejado por outros partidos e tem bom trânsito até entre os governistas. Mesmo se ceder e aceitar a aparentemente subalterna candidatura a vice, ainda assim se sobressairá como salvador da pátria tucana, podendo exigir do partido, em caso de vitória, o maior número de benesses possível (entenda-se: poder, cargos importantes na Esplanada, etc.).
Deixando de lado, como dito inicialmente, quaisquer discussões sobre as qualidades e os defeitos do neto de Tancredo, pode-se afirmar que faz muito bem à alma mineira saber que, desta vez, o Estado voltou a ser ator importante no teatro sucessório e, eventualmente, na construção do futuro do País.
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Um comentário:
Sucessão é manter-se em pleno sucesso. Com um salário medíocre de quatro anos consegue-se uma fortuna desmedida.
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