Para lucrar com essa "política pública", o Gato Gatuno valeu-se da influência de Dick Vigarista, um antigo camarada de quartel, conhecido quando trabalharam juntos no Nordeste. Dick foi convocado pelo prefeito para assumir uma secretaria e buscar parceiros interessados em melhorar a iluminação pública de Medievália. Ao assumir o cargo, fez os primeiros contatos com fornecedores corruptos de Pequilândia, capital da vizinha Província do Pequi. Especialistas em fraudar licitações, usavam empresas de fachada registradas em nome de laranjas, método que o Gato Gatuno já conhecia desde a caserna. Simulavam concorrências para assegurar contratos superfaturados em pregões com cartas marcadas. Os lampiões fornecidos eram de qualidade inferior, incompatível com o preço cobrado. O dinheiro desviado, apelidado de "gordurinha", era dividido com políticos corruptos. O sucesso de Dick Vigarista com esses empresários foi tanto que ele deixou Medievália para ocupar um cargo de destaque na Prefeitura de Pequilândia, com a missão de ampliar a atuação e os lucros da organização criminosa.
Sem hesitar, Laranja Lima pôs seu plano em ação. Tudo transcorria conforme o esperado. Medievália viu os gastos com iluminação pública dispararem, inclusive por meio de um contrato de longo prazo. Apesar da inoperância fiscalizatória dos edis medievalenses e do Promotor Não é Comigo, a corrupção dos fornecedores de lampiões acabou vindo à tona. Uma investigação em Pequilândia capturou Dick Vigarista. Agora, enquanto a Polícia dos Pequis aprofunda as apurações e quebra sigilo fiscal e bancário dos envolvidos, os fofoqueiros de Medievália montaram quartel-general no Armazém do João da Dina, onde aguardam os desdobramentos dessa saga. Especulam até sobre um plano B, que o astuto reitor Jota já teria traçado para o caso de o Gato Gatuno, seu candidato na eleição local, ser abatido em pleno voo pelas investigações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário