A questão do transporte coletivo da cidade vai-se tornando uma novela lenta e chata. Após ter seu contrato rescindido pela Prefeitura, a empresa Expresso Cidade de Araguari obteve, ontem, uma decisão liminar em mandado de segurança. Deve, ainda que provisoriamente, retomar a prestação dos serviços no lugar da Sertran, contratada sem licitação pelo município para substituí-la. Não quero aqui, de forma alguma, defender a ex-concessionária, cujo serviço, todos sabemos, é de má qualidade. Entretanto, alguns capítulos dessa novela mostram, claramente, que o município vem agindo de forma, no mínimo, antiética. Os fins não justificam os meios.
Para começar, a rescisão e a nova contratação foram feitas por atos de duvidosa legalidade. Embora não conhecendo detalhes do contrato, sabe-se que a Expresso Cidade de Araguari vinha pleiteando o aumento da remuneração pela prestação do serviço. Esse aumento de remuneração não necessariamente implicaria aumentar o preço da passagem, podendo ser concedido por meio de subsídio, por exemplo. Por outro lado, a Prefeitura alegava que a concessionária não vinha cumprindo suas obrigações. Instaurou-se um conflito, onde o maior prejudicado, sem dúvida, foi o usuário do sistema de transporte coletivo.
Já a celebração do contrato com a Sertran também se acha envolta em dúvidas. Na segunda, 12, o procurador-geral do município, Leonardo Borelli, afirmou em uma emissora de rádio que seria feita uma pesquisa de preços para escolher a nova prestadora mediante contrato emergencial. Os fatos contrariaram a fala da autoridade. Contudo, no sábado, dois antes, já se sabia que a Sertran iria prestar os serviços. No domingo, 11, os ônibus da empresa já estavam na cidade. A infelicidade do procurador-geral não parou aí. Em nova entrevista, ele afirmou que a nova empresa iria prestar o serviço pelo mesmo preço da Expresso Cidade de Araguari. Passou longe da verdade. Conforme demonstrado em outro post (clique aqui), embora a tarifa cobrada do usuário permaneça a mesma, a remuneração da Sertran é maior do que a da antiga concessionária.
Agora, a cereja do bolo. De forma antiética, a Prefeitura participou de negociações junto a representantes dos empregados da Expresso Cidade de Araguari e advogados da Sertran. Juntos, decidiram dar um xeque-mate na antiga concessionária. Deliberaram que os empregados, por meio do Sindicato, iriam ingressar com pedido de rescisão indireta contra a antiga operadora. Com isso, receberiam as verbas trabalhistas e estariam livres para trabalhar na Sertran. Nesse episódio, com o argumento de que queria preservar os empregos dos trabalhadores da Expresso Cidade, a Prefeitura aliou-se à nova contratada num gesto antiético e incompatível com a imparcialidade que se espera do poder público. Afastando-se a culpa do sindicato, que estava defendendo apenas os interesses da categoria, Prefeitura e Sertran uniram-se para asfixiar e dar um golpe final na outra empresa. Afinal, sem empregados, a empresa não poderia colocar os ônibus em circulação se reassumisse o serviço por força de decisão judicial. Lamentável e vergonhoso sob todos os aspectos.
Nesse contexto, cabe encerrar o post com mais dúvidas do que certezas. De onde surgiu essa afinidade entre a Prefeitura e a Sertran? Quando, na verdade, começou o relacionamento entre o governo Raul Belém e essa empresa? Se os serviços estavam sendo prestados pela Expresso Cidade de Araguari, por que não foi feita a devida licitação para escolher a nova concessionária? Por que o município concede, agora, à Sertran benefícios que teriam sido negados à antiga contratada?
10 comentários:
O prefeito esta mais q certo trazer outra empresa. A EXPRESSO CIDADE DE ARAGUARI é um transporte de má qualidade,com pouca acessibilidade para portadores de deficiência,onde o juiz estava com a cabeça pra dar a liminar pra eles continuarem na cidade. Quem anda nos coletivos sabem o q passam ônibus sem freios,onibus sem faróis rodando na rodovia ou dento da cidade,pois tao estragados. vamos pensar gente a cidade precisa de algo melhor. fora EXPRESSO CIDADE ARAUARI,VOLTA PRA FOZ DO IGUAÇU LA SIM É LUGAR DE VOCÊS
Anônimo, das 12h54, a questão não é a qualidade do serviço prestado pela empresa A ou B. A questão é a forma como isso está sendo feito. Com toda a aparência de ilegalidade. Poderá causar mais prejuízos para a cidade além da incerteza atual. Imagine se a antiga concessionária estiver certa e o município for condenado a indenizá-la? Quem irá pagar a conta? O prefeito? Não. Vc, eu e todos os contribuintes.
é mas você anda nesses coletivos pra saber o q a população passa? olha não é de hoje que essa empresa deveria sair não, é de muito tempo. se ela demorou 6 anos pra trazer 2 ônibus novos daqui 10 anos ela traz o resto da frota tudo nova. o prefeito esta mais q certo,agora vem esse pessoal ai da expresso cidade e vem querer bagunçar a cidade não é assim não,a cidade a população precisa de um transporte de qualidade,uma mpresa que ouve os passageiros,pois o senhor fabio Luciano gomes da silva ele nem se quer abre oportunidade dos passageiros conversarem com ele, fazer uma reclamação. tem q tirar esse povo mesmo
Anônimo, eu não uso todos os dias o transporte coletivo do município. Entretanto, toda vez que vou à cidade, ando de coletivo. Faço isso há mais de 27 anos. De lá pra cá, o serviço piorou muito. A Expresso Cidade vem prestando um péssimo serviço. Mas, o que eu quero que vc veja é o seguinte: se o serviço vai mal, a culpa não é só da empresa. Faltou fiscalização da Prefeitura. Pior que isso é ver que a coisa está recomeçando de forma errada. Sem licitação. Com diversas suspeitas sobre a forma como a empresa foi escolhida. Com dúvidas sobre o contrato antigo que podem levar ao pagamento de indenizações. A primeira coisa que deveria ser feita é o projeto para o transporte coletivo para a cidade, embutido num sistema maior de mobilidade urbana. Isso não foi feito. Depois, a licitação para a escolha da nova empresa. Enquanto isso, os serviços prestados devem ser fiscalizados.
Uma pérola dessas deve ter demandado muito esforço de planejamento...
voces nao estao errado nao em pensar deste geito, so que a realidade nao estar posta aqui,se falam tanto em segurança e serviço prestado entao vamos la, ja imaginou os funcionarios que trabalham la que avezes sao uma jornada de 12 horas, arriscando suas vidas pois sao as piores, se coloca-se tudo no papel, aja papel, sao pais e maes de familia, se falam tanto em segurança, entao falem deles das sua situaçao de trabalho nao apenas da populaçao pois tambem estao em risco, é onibus que pega fogo, é roda que sai ai da a desculpa das ruas de araguari, usam isto para mascarar a realidade. So me pergunto a juiza que concedeu a liminar ao dono da empresa, usa coletivo? Acho que não. Entao parem com isto em vez de ficar ai procurando desculpa e tambem o dono da empresa, se realmente tive-se responsabilidade nao colocaria estas sucatas, pois sao crianças, trabalhadores e idosos que usam, mas so se preocupa em o que a prefeitura vai repassar o montante de dinheiro pra ele, pergunte pra ele se ele depositou a cauçao no governo do marcos alvim, ou do marcos coelho. Agora se nao da conta sai fora. Nao fica ai para prejudicar a populaçao de araguari pois nao somos palhaços. Penso que a prefeitura ta certinha, nao joguem pedras sem saber, procurem ver o processo vao ate o departamento de transito e vejam la, sao mais de 60 paginas com fotos horriveis. Tenho certeza que vistoria foi feita, mas se juiz nao ta importancia pra isto, entao por quem impediu o departamento de transito de continuar a fazer vistoria. Sao os mesmo onibuns desde que começou o seu contrato e sao quantos anos atraz. E tem mais avezes param linha daqui dentro da cidade, pois nao tem onibuns para suprim Piracaiba, povo que vem sofrendo a muito tempo. Entao pessoal páre de questionar a prefeitura com suas açoes, afinal a empresa sertan era onibuns novos ate a quantidade de usuarios tinha aumentado. Que seja sertan ou outra, mas que sejam onibuns que dao segurança a todos. Esta que estar ai expresso cidade, de expresso nao tem nada pois sempre deixam os usuarios na mao, e vou alem tem trabalhador que ja ate perdeu emprego, pois sempre chegava atrazado no trabalho, pois onibuns quebrava, hoje mesmo la no meu portal de fatima o onibuns quebrou e la ficamos por muito tempo aguardando outro chegar mas a qualidade foi igual ao que estava la, pois arrumar banco e jogar tinta por fora, nao basta o motor faz parte tambem pois é o que faz andar. Entao so tenho uma coisa a dize, se junte populaçao de araguari e ponha um basta nisto, tomem providencias vamos la parar aquilo la. Vamos dar uma maozinha para ter-mos um serviço de qualidade e segurança para todos. Tirem esta empresa EXPRESSO CIDADE, ja deu o que tinha que dar.
NO RIO DE JANEIRO JÁ FOI INSTAURADO A CPI DO TRANSPORTE COLETIVO... EM BREVE TEREMOS VÁRIOS MOTIVOS PARA INSTAURAR UMA TAMBÉM EM ARAGUARI.
Câmara Municipal de Araguari fiscalizando alguma coisa? Desistam, senhores...
Senhores parem de briga simplesmente de uma olhada na dispensa emergencial....
É oportuno contratar uma empresa de auditoria de BH para auditarmos esta situação, detalhe contrate esta empresa por 190 mil reais sem licitação....quem sabe assim se resolva estes problemas..
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