Aconteceu no Rio de Janeiro, mas poderia ter sido na Alemanhã totalitária.
Três senhoras grávidas procuraram o Hospital Municipal Miguel Couto,no Rio de Janeiro, que, embora situado num bairro dito nobre, atende (ou deveria fazê-lo) o pessoal da Favela da Rocinha. Era o caso dessas três pacientes.
Pois bem, diante da inexistência de leitos na Obstetrícia, o médico afirmou que elas não poderiam ser atendidas ali. Diante, também, da falta de ambulâncias disponíveis, o "doutor", em ato parecido com a marcação de gado ou dos judeus no campo de concentração, escreveu nos braços delas o nome do hospital que deveriam procurar e o número da linha de ônibus que deveriam utilizar para, enfim, serem atendidas.
Aconteceu o óbvio. Como o ônibus não é o transporte adequado para pessoas nessas condições (próximas ao parto), uma das mulheres sofreu descolamento da placenta e perdeu o filho. Em suma, atendida, marcada e transportada como gado, a pobre coitada e o seu filho não tiveram assegurados, respectivamente, o direito à maternidade e à vida. Mais que isso, um agente público vestido de branco assinou o próprio atestado de incompetência sob a forma de uma sentença de morte.
Apesar disso, fiquemos tranquilos. A direção do hospital irá realizar uma sindicância para apurar o ocorrido. Alguém se atreve a advinhar o resultado?
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Um comentário:
Nas faculdades de medicina tem alguma matéria chamada amor?
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