De acordo com o repórter Lucas Thiago, no dia 13 de dezembro de 2023, uma reunião foi realizada com o propósito de implementar um sistema de informática destinado à gestão da saúde em Araguari, com o objetivo de prevenir situações de desrespeito à fila de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Estavam presentes nesta reunião o Prefeito de Araguari, Renato Carvalho, o Promotor de Justiça André Luís Alves de Melo, o presidente do Hospital Universitário Sagrada Família (HUSF) e reitor do Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (Imepac), José Júlio Lafayette, o Delegado de Polícia Rodrigo Fiorindo, o Procurador do Município Leonardo Borelli e diversos secretários municipais.
No entanto, um questionamento intrigante surgiu: o que motivou a presença do senhor José Júlio Lafayette nessa reunião com o Ministério Público?
Para o Observatório de Araguari, essa dúvida levanta algumas considerações importantes. Em primeiro lugar, chama a atenção o fato de o representante de uma entidade privada estar presente em uma reunião na qual a participação era esperada apenas de agentes públicos. Além disso, se a razão da presença do senhor José Júlio Lafayette estiver relacionada ao fato de o referido hospital prestar serviços de saúde ao SUS, então outras entidades, como o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, que é referência para atendimentos de média e alta complexidade na região, também deveriam ter sido convidadas.
No entanto, a inquietação ultrapassa esses tópicos. Como explicar a decisão do Ministério Público de convidar ou permitir a participação do presidente do HUSF em uma reunião cujo propósito era implantar um sistema de informática capaz de acabar com o desrespeito à fila de atendimentos do sistema de saúde pública, quando essa mesma pessoa está sob investigação da Justiça Eleitoral justamente por ter utilizado informações do banco de dados de pacientes atendidos pelo Imepac em prol da candidatura do Major Renato?
Esse episódio levanta ainda questões sobre a transparência do Ministério Público. A sociedade merece respostas claras sobre o andamento das investigações relacionadas à Operação Fura-Fila (leia aqui), os objetivos específicos dessa reunião e por que somente o repórter Lucas Thiago (com notória inclinação em prol do grupo político apoiado pelo Imepac) teve acesso ao evento.
Diante desses questionamentos, a transparência e a prestação de contas por parte do Ministério Público se tornam ainda mais cruciais para garantir a confiança da comunidade local nessa instituição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário