sábado, 14 de setembro de 2013

Pedágio entre Araguari e Uberlândia


Questionada pelo repórter Danilo Caixeta, da Rádio Educadora de Uberlândia, sobre a cobrança de pedágio dos araguarinos que vão trabalhar naquela vizinha cidade, a presidenta Dilma desconversou. Fugiu do assunto. Em vez de responder claramente à pergunta, preferiu falar dos supostos benefícios da concessão. Vejam:

Jornalista: Presidenta, vamos começar falando desse programa de concessão das rodovias federais. Esse ano o DNIT anunciou que um trecho da BR-050, que liga Uberlândia, Araguari, a divisa do estado de Goiás, também vai passar por essa concessão. E uma grande preocupação do povo aqui da região é a possível cobrança de pedágio no trecho que liga Araguari-Uberlândia, uma vez que muitas pessoas trabalham aqui em Uberlândia, mas moram em Araguari, enfim, como deve funcionar isso, como está sendo feito esse procedimento dentro do programa no resto do país?

Presidenta: Olha, nas regiões urbanas, há toda uma política de não pedagiar. Agora, essa concessão, ela é muito importante porque ela é um grande trecho de rodovia, ela está dentro do programa de concessões do governo federal de rodovias que prevê a concessão de 7.500 quilômetros de rodovias. O primeiro leilão é justamente esse trecho. E a nossa expectativa é muito boa porque é um trecho longo, são 436,6 quilômetros de extensão. Ela não é uma rodovia urbana ou que passa, sobretudo, em áreas urbanas. Ela é uma rodovia federal de grande extensão e ela vai de Minas Gerais, ela pega a divisa de São Paulo e Minas Gerais e chega a Goiás, passando aqui pelo triângulo mineiro.

Nós pretendemos que essa licitação seja muito bem sucedida, porque esse é um eixo de rodovia que serve para escoar toda a riqueza desse conjunto aqui. Tanto a parte paulista como a parte de Minas Gerais e uma região de Goiás que está crescendo muito. Ela terá, esse trecho, essa extensão de mais 400 quilômetros, ela atrairá muitos investidores. A gente espera que haja um grande deságio por conta que já muitos empresários tiraram os dados para poder participar da licitação. Então, o que a gente espera? Que a concorrência entre eles vá levar a um deságio que vai baratear ainda mais o custo da rodovia. Mas é uma rodovia, de fato, muito importante. E nós, o governo federal, sempre foi contra pedágio em região urbana. Ou seja, nós não admitimos que se pedageie e que se dê prejuízo à população que mora numa cidade que seja dividida pela rodovia. Daí por que se faz caminhos alternativos. A ideia de caminhos alternativos é para impedir isso. A rodovia pedagiada, ela é pedagiada na sua grande extensão, pelo fato dela ser uma rodovia que une trechos longos, caso contrário, não é relevante. Isso fica claro porque aqui mesmo, a BR-050, por exemplo, que está faltando agora só um trecho de 15 quilômetros, ela não é pedagiada, ela é obra pública, inclusive a ponte, que nos sabemos que é uma ponte que era estratégica... eu estive nas imediações dessa ponte, ainda no governo Lula, foi quando eu visitei aqui a região e, eu sei a importância dela como forma de viabilizar toda uma interligação entre os diferentes municípios da região. Então, eu te diria o seguinte: acho que é um momento importante, vai atrair muitos investidores, acho que nós vamos ter e nós exigimos uma coisa nessa licitação que eu considero muito importante: que os investimentos estejam concluídos o mais rapidamente possível. Antes, os investimentos iam sedo feitos aos poucos, agora nesse modelo, eles têm um prazo mais restrito para ocorrer, no máximo em 5 anos.

Então, nós teremos uma rodovia em condições – porque eles vão manter também, eles não vão só construir o que tem de construir, eles vão manter. Então, vai ter uma qualidade de serviços que nós vamos fiscalizar. Por quê? No passado, tinha um problema sério com concessão: ou se licitava a construção e não licitava a manutenção e você tinha depois de pagar a manutenção, ou se licitava só a manutenção e não se previa que no futuro ia ser preciso duplicar. Agora não, agora nós prevemos o seguinte: caso aumente o tráfego nessa rodovia, caso se verifique que haverá uma demanda maior, ele terá de manter a qualidade dos serviços que ele recebeu. Então, vamos supor: daqui a 10 anos – porque ela é uma concessão por 30 – daqui a 10 anos, aumentou o número de carros, de caminhões, aumentou as necessidades de tráfego nessas rodovias, vai ter de ser providenciada essa ampliação da rodovia para poder atender. É nesse sentido.

Um comentário:

Aristeu disse...

A Dilma deve ter aprendido comigo a responder. Digo isto porque numa prova de Ciência Política foi-me perguntado sobre Aristóteles e eu respondi sobre Sócrates que estava na ponta da língua.

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