Servidora denuncia falhas na Saúde Pública e é
transferida
DA
REDAÇÃO
Servidora denuncia a ocorrência de várias
falhas que estariam colocando em risco a vida e a saúde dos usuários e
funcionários do Pronto Socorro Municipal (PSM). Após a denúncia, ela alega ter
sofrido retaliações por parte dos gestores da saúde.
Ex-tenente da Marinha e enfermeira concursada
da Prefeitura há cinco anos, Priscila Inocêncio Rodrigues, cumpria seus
plantões de 24 horas no PSM de sábado para domingo. Inconformada com as
irregularidades que presenciava, denunciou os fatos nas redes sociais e ajuizou
ação trabalhista contra o Município por assédio moral. Foi transferida para a
Unidade Básica de Saúde do bairro Goiás (vide foto).
De acordo com a funcionária, os problemas
começaram no logo início da gestão atual. No dia 13 de janeiro, o secretário de
Saúde, Alfredo Paroneto, teria obrigado que ela, mesmo sem ter recebido os
salários, “arrumasse dinheiro das despesas para o motorista levar uma paciente
em trabalho de parto da Santa Casa para Patos de Minas...numa longa historia de
autoridade e ameaça.”.
Entre as falhas encontradas no PSM, Priscila
aponta que, no mês de março, faltava até mesmo Novalgina (dipirona sódica), um
medicamento básico encontrado com facilidade em qualquer residência (vide foto
abaixo). Além disso, havia insuficiência de servidores e de materiais básicos,
tais como: papel higiênico, detergente e papel toalha. Esses problemas, segundo
a denunciante, causavam riscos desnecessários aos pacientes e trabalhadores
daquela unidade de saúde, sobretudo pela falta de assepsia do local e dos
instrumentos de trabalho.
Outra falha grave é apontada pela servidora.
Larvas de mosca varejeira foram encontradas na comida servida aos funcionários
daquela unidade em pelo menos duas ocasiões (vide foto).
Para completar a reportagem, o jornal
Observatório tentou ouvir a Secretaria de Saúde e a Assessoria de Comunicação
da Prefeitura, mas não obteve resposta.
Memória
Denúncias sobre as más condições do Pronto
Socorro Municipal não são novidade. No governo Marcos Coelho, tornaram-se
conhecidas as irregularidades praticadas no pagamento por serviços de manutenção
de mamógrafo não realizados e criação de uma espécie de “caixa-dois” na compra
de marmitex. À época, os fatos foram denunciados pela servidora Mirian de Lima.
De acordo com ela, em janeiro de 2011,
percebeu a falta de recursos materiais e humanos naquela unidade. Verificou que
essa carência, por vezes, colocava em risco a vida de pacientes. Questionou
isso perante as autoridades superiores, não obtendo respostas satisfatórias.
Constatou, também, que estavam sendo feitos
pagamentos indevidos pelos serviços de manutenção de um mamógrafo interditado e
lacrado pela Vigilância Sanitária Estadual desde abril de 2010. Foram pagos mais
de 27 mil reais à empresa contratada sem que os serviços tivessem sido
realizados.
Noutra vertente, a denúncia informava o desvirtuamento
do uso de verbas para compra de refeições com dinheiro da Saúde. Faturava-se um
número maior de refeições (marmitex) do que o efetivamente fornecido. Com a
sobra de dinheiro, eram adquiridas, inclusive, tortas e refrigerantes, que não haviam
sido licitados nem constavam das notas fiscais.
Para apurar esses fatos, foram instauradas
uma sindicância e um processo disciplinar no âmbito do Poder Executivo. Já no
Legislativo, foi criada uma Comissão Legislativa de Inquérito. Ao que se sabe,
nenhum desses processos redundou em punição dos responsáveis, em ressarcimento
dos prejuízos ou em melhorias nas condições de trabalho do PSM.
A exemplo do caso atual, apenas a denunciante
sofreu conseqüências danosas. Ambas foram pressionadas seus superiores hierárquicos.
Algo assemelhado a assédio moral. Como “punição”, foram transferidas do PSM,
tendo os seus salários reduzidos.
Transcrito do jornal Observatório, 26/04.
Transcrito do jornal Observatório, 26/04.
4 comentários:
Truculência, soberba, ironia, deboche e desprezo por quem não lhe baixa a cabeça, são características marcantes na personalidade do dito cidadão que ora ocupa o cargo de gestor da saúde do município.
Resta lamentar esse tipo de calhordice contra a servidora pública.
Pra quem não sabe pra que serve a LIDOCAÍNA (medicamento em falta) vai ai uma dica - É ANESTÉSICO - faça-me o favor, economizar anestésico pra quem está com dor é um absurdo.
O art. 483 da CLT não dá respaldo a essas funcionárias que sofreram perseguição por suas denuncias? Isto não caracteriza assédio moral?
Passa da hora de cada cidadão perder o medo histórico de exercer seus direitos.
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