Ainda o "Hospital Municipal". Resolvi postar, abaixo, um comentário do ex-secretário de Saúde Edilvo Mota a respeito do assunto. Nele, Edilvo presta contas do que aconteceu durante a sua gestão relativamente ao HM. Também disponibilizo aqui cópia de um ofício então encaminhado ao Governo de Estado, requerendo recursos para reparos no prédio e custeio do HM (clique aqui para ler).
Não quero que este post seja visto como uma defesa do ex-secretário ou do governo anterior. Deve ser entendido apenas como sendo uma forma de dar maior publicidade aos fatos narrados pelo Edilvo. Lembro-me que, no início do blog (em 2009), ele foi o primeiro a vir aqui falar sobre saúde pública e sobre o HM. De lá pra cá, nada mudou: ele continua tratando desses temas, que tão bem conhece, em seu blog (clique aqui para ler) ou em qualquer foro de discussão.
Por fim, quero dizer que, independentemente de partidos políticos, a gestão pública deve ser vista como algo contínuo. É óbvio que o governo atual pegou um "abacaxi". Mas, deveria descascá-lo e não utilizá-lo no discurso da "terra arrasada" ou na elaboração de promessas não factíveis. Assim, em nome dessa continuidade do serviço público, o governo Marcão deveria analisar o plano de gestão do HM criado anteriormente e insistir, junto ao governo do Estado, na liberação dos recursos solicitados há quatro anos. Caso não concordasse com a solução visada pelo governo anterior, deveria propor sua própria alternativa e agir buscando a solução do impasse. A população não pode continuar "pagando o pato" pelo simples fato de o governo do Estado ou do Município ter mudado de mãos. É preciso encontrar uma solução urgente para o problema.
Vamos ao comentário:
"Quando assumi a pasta da Saúde (janeiro/2005) o hospital concluido em 2003 não tinha alvará, nem plano operacional e de custeio.
Depois de peregrinar na GRS-Udi e na Secretaria de Estado da Saúde (Gerência de Infraestrutura Física, em BH), consegui o alvará em meados de 2007, contando com o apoio do deputado federal Bonifácio Andrada junto ao governador.
Ainda em 2007, participei de um grupo de trabalho (eu e Dr. Eduardo Braga pela SMS, Dra. Rosana, Prof. Durval e Dr. Willian Gebrim pela UNIPAC e Prof. Walter Sidney pela UFU) que elaborou, enfim, o plano de gestão do hospital, incluindo a projeção de custos e receitas: chegamos à projeção de um DÉFICIT mensal próximo de R$ 230.000,00.
Como? Estimamos uma receita equivalente a 300 AIH's (Autorizações de Internação Hospitalar); cada AIH equivale a 01 internação. E confrontamos a Receita com os Custos (ainda sem considerar material e medicamentos).
Parte do custo com pessoal seria assumido pela UNIPAC, que cederia profissionais médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, além de certa quantia em espécie.
Além do plano de custeio, elaboramos a minuta do contrato de gestão. Ambos os documentos foram entregues pelo grupo de trabalho ao prefeito, por volta de agosto/setembro de 2007.
Onde surgiu o nó do problema?
Naquela época a cidade de Araguari recebia 650 AIHS's mensais do Ministério da Saúde. Para utilizar 300 no Hospital Municipal, teríamos que retirá-las dos hospitais privados e da Santa Casa. Ou seja, haveria perda de faturamento para eles. Aí começou um "lobby" para dificultar o funcionamento.
Em vista do déficit previsto (R$ 230.000 mensais) e considerando o que dispõe a NOAS-SUS, sugeri ao prefeito que solicitasse ao governo de Minas a alocação de recusos mensais para o custeio.
Redigi pessoalmente um ofício que foi assinado pelo prefeito e entregue por nós ao então secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana (hoje deputado federal) na sede da AMVAP, no dia 17.11.2007.
Desconheço qualquer gestão política posterior, junto ao governo do Estado.
Vereadores? Nada! Nenhum pio, nenhuma 'moção de apoio', nenhuma cartinha ao governador ou presidente da República, etc.
Até minha saída (a pedido) do governo, em 31.03.2008, não soube de uma ação sequer, dentro ou fora do governo, pra tentar viabilizar o financiamento do custeio pelo governo do Estado.
Os que agora fazem demagogia eleitoreira com o assunto, na época mantiveram o rabo entre as pernas.
Em meados de 2009, fui convidado pela Rádio Araguari para conceder entrevista, no estúdio, ao programa 'Salada Mista', com Wilson Prado e Limírio Martins. No meio da minha entrevista, entrou no estúdio o prefeito Marcos Coelho, que participou da entrevista e garantiu que em 90 dias o hospital estaria funcionando.
Após a entrevista, conversei com o prefeito e alertei para a necessidade de garantir recursos permanentes para o custeio (manutenção) do hospital.
Falar agora (novembro/2011) que o problema do hospital é falta de recurso pra manutenção é chover no molhado.
Edivo Mota"
Rádio Viola - Araguari-MG - 100% caipira!
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4 comentários:
Pois é, Edilvo, e este chover no molhado é regado com nossas lágrimas.
De todos nós, Aristeu.
Como cidadão-contribuinte, em dia com os impostos que devo ao Estado, também lamento esse episódio.
Quem provocou, por ação ou omissão, esse abacaxi continua caladinho.
Edilvo Mota vc foi secretário de saúde, e não fez nada, agora vem posar de bom moço, para com isso Uberlandense nen de Araguari vc é, sai fora, vc quebrou até a Unimed,se enxerga mala.
Passa da hora de o blog rever postagens anônimas.
É esse tipo de gentalha que impede o desenvolvimento de Araguari.
Sou uberlandense com muito orgulho. E nos meus 16 anos em Araguari fiz mais pela cidade (no campo profissional e em trabalhos voluntários) que esse tipo de verme que precisa postar anônimo, por medo de se expor.
De fato, Araguari vive um "novo modelo". Pena que o nível tenha piorado tanto.
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