Pois bem, uma reportagem de hoje do Gazeta do Triângulo mostra bem a quantidade de sujeira que a maioria dos vereadores, alguns em nome de Deus, varreu pra debaixo do tapete. Embora não se trate de uma investigação jornalística, o texto mostra claramente que, ao contrário do alegado pelos vereadores omissos e por parte da imprensa venal, existiam, sim, indícios para se abrir um processo legislativo a respeito do assunto. Diz o jornal:
"São notas fiscais de pagamentos, depoimentos do empreiteiro Juliano Abadio dos Reis e o relatório da sindicância interna da prefeitura sobre o caso, do qual faz parte a transcrição de um depoimento de Uguney Carrijo, ex-secretário de Serviços Urbanos. As declarações dele, com data de 15 de julho de 2013, confirmam alguns pontos do que fora relatado pelo empreiteiro da Disk Caçamba à Tribuna da Câmara, como o conhecimento do prefeito Raul Belém (PP) acerca do serviço de limpeza prestado sem licitação.
No documento da sindicância interna, Uguney afirma que o Procurador do Município, Leonardo Borelli e o prefeito lhe disseram para “ficar tranquilo, pois eles iriam resolver o caso”.
Juliano dos Reis afirmou ter uma “pendência” em torno de R$ 640 mil não recebidos, em serviços de limpeza para a prefeitura de janeiro a maio de 2013. Em sua defesa, ele garante possuir um arquivo com fotos e endereços dos referidos locais para os quais recebeu ordens do então secretário de Serviços Urbanos, e da secretária direta do prefeito. Uguney confirmou ter dado ordens de serviço, apenas verbalmente."
Resumindo a bagaça: com base em notas fiscais, fotografias e resultado de uma sindicância (documento público), o empresário alega ter prestado serviços sem contrato para Prefeitura. Esses serviços foram "contratados" por meio de ordens de serviço verbais emitidas por um ex-secretário. O denunciante argumenta, ainda, que o prefeito, Raul Belém, e o procurador-geral, Leonardo Borelli, sabiam dessa situação irregular. Acrescento eu: constam depoimentos de que pagamentos teriam sido feitos a fornecedores informais na calada da noite e em dinheiro vivo.
Se esses fatos - contendo indícios da participação do prefeito, do procurador-geral e de um ex-secretário - não merecerem uma investigação por parte do Legislativo, eu fico a pensar: pra quê servem, então, as tais CLIs? Enfim, qual a razão de existir uma Câmara de Vereadores na cidade? Por favor, não respondam.
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