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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Procon-MG constata maus-tratos e interdita indústria de frango em Araguari



Operação conjunta solicitada pela 4ª Promotoria de Justiça de Araguari, no Triângulo Mineiro, resultou em autuação e interdição total da indústria Frango Jaiara. Além dos fiscais do Procon-MG, participaram da ação peritos médicos-veterinários credenciados na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (Ceda), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), um fiscal do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MG) e policiais militares.

Os peritos constataram que o equipamento de insensibilização, que permite o abate humanitário das aves, apresentava defeitos, sendo insuficiente para provocar a perda de consciência dos animais. O laudo pericial também indicou que o tempo de espera entre o transporte e o abate era excessivamente elevado e que as aves demonstravam sinais de desconforto e cansaço.

Além disso, os sistemas de refrigeração das salas de evisceração e embalagem eram inadequados, com temperaturas mantidas acima do valor máximo permitido pela legislação. O controle de temperatura deficiente pode comprometer a segurança sanitária dos produtos destinados ao mercado de consumo. A documentação da indústria também estava irregular, com a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) vencida desde julho de 2023.

A indústria de frango só poderá retomar suas atividades após comprovar à Promotoria de Justiça que todas as irregularidades foram corrigidas.

domingo, 8 de setembro de 2024

MPMG pede cancelamento de shows de Alemão do Forró e Jeito Moleque na exposição de Guarani

 



O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou Ação Civil Pública (ACP) com pedido de tutela antecipada requerendo à Justiça que suspenda parte da programação musical da 35ª Expoagro de Guarani, na Zona da Mata. A prefeitura, organizadora do evento, incluiu na programação quatro apresentações cujos cachês, somados, custarão R$ 415 mil aos cofres da cidade. A alegação para requerer a suspensão dos quatro shows é de que os gastos são incompatíveis com a situação orçamentária da administração local, que vem alegando repetidamente falta de dinheiro para cumprimento de obrigações constitucionais. A promotora de Justiça Silvana Silvia Fialho Dalpra apoiou-se em argumentos da própria prefeitura em outras ACPs, ligadas ao patrimônio cultural, à contratação irregular de servidores, ao aterro sanitário e ao tratamento de esgoto.

A exposição agropecuária, agendada para 20 dias antes da eleição, será o terceiro grande evento no ano custeado com recursos públicos. No Carnaval, a cidade desembolsou R$ 180 mil em cachês de artistas, e, no aniversário do município, as despesas do tipo chegaram a R$ 90 mil. Assim, a soma de cachês em ano eleitoral ultrapassará a casa dos R$ 730 mil caso a ACP seja indeferida.

Na peça protocolada na Justiça, o MPMG sustenta que o gasto público com cachês artísticos em ano eleitoral será de duas a cinco vezes maior em relação aos dois últimos anos, considerando eventos como o carnaval, o aniversário da cidade e o reveillon. Se realizada com a programação divulgada, a Expoagro 2024 gastará com cachês valores acima da previsão orçamentária de setores como assistência social, segurança pública, trabalho, habitação, indústria e comércio e esporte.

Os shows estão agendados para acontecer entre os dias 12 e 15 de setembro. Nas quatro atrações alvo da ACP, os cachês vão de R$ 60 mil a R$ 170 mil. Conforme o texto protocolado pelo MPMG, uma das cantoras programadas se apresentou em junho do ano passado, em uma cidade vizinha, por um custo quatro vezes menor. A contratação dos artistas é feita por inexigibilidade de licitação, quando não há disputa de preços por empresas concorrentes. 

Alegações

Em paralelo, o município vem alegando de forma reiterada que não dispõe de recursos para custear serviços básicos aos cidadãos. Em ACP de 2021 sobre o patrimônio cultural, a prefeitura havia afirmado, nos autos do processo, que a contratação de assessoria técnica via concurso público "acarretaria obrigação financeira ao ente público, podendo acarretar risco orçamentário aos cofres públicos municipais, ante a ausência de análise prévia de viabilidade orçamentária".

Em outra ACP, de 2023, que tratou, entre outros pontos, de contratações irregulares de psicólogos e fisioterapeutas, a gestão municipal alegou nos autos que a adequação da situação via concursos públicos não seria viável pois "há todo um planejamento administrativo e orçamentário que restringe e delimita a ação da administração pública".

O discurso, tido pelo MPMG como contraditório, se repetiu em uma terceira ACP, de 2023, que requeria ao município a implantação de sistema de coleta e tratamento do esgoto sanitário, incluindo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) as etapas de execução da obra. O argumento do município, constante dos autos do processo, foi de que "a escolha das políticas públicas, tais como a das obras a serem realizadas, sujeita-se à conveniência da administração pública (discricionariedade), pautada no orçamento disponível para beneficiar o  maior número de pessoas".

Alegação muito semelhante voltou a surgir quando o MPMG propôs Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar o aterro sanitário. Em ofício direcionado à promotoria, a prefeitura recusou o TAC alegando que "realizar as adequações apresentadas implica aumento de gastos ao município".

Na peça movida pelo MPMG, há ainda a menção ao racionamento de água em pelo menos três bairros da cidade por falta de investimento público no abastecimento de recursos hídricos.

Caso seja aceita pela Justiça, a ACP não impedirá a realização da exposição agropecuária. O evento poderá acontecer desde que haja cancelamento das quatro atrações cujos cachês, somados, representam 90% das contratações por inexigibilidade de licitação.

Fonte: MPMG

Pitaco do Blog

Esta notícia não é sobre Araguari. Dificilmente haveria investigação semelhante em nosso município. Então, a publicação serve apenas para mostrar que, em outros municípios, o MPMG está cumprindo satisfatoriamente o seu dever institucional.

sábado, 7 de setembro de 2024

A real face das eleições: entre a exploração e a compra de votos

 


Foto: CBN Maringá.


Em muitos contextos políticos, a exploração de pessoas tremulando bandeiras nas ruas, enfrentando o sol e a baixa umidade por uma remuneração irrisória, parece mais uma ilusão de mobilização eleitoral do que uma estratégia real para conquistar votos. Na prática, muitos desses indivíduos nem sequer recebem o que lhes foi prometido, sendo explorados por políticos que os veem apenas como peças descartáveis em seu jogo eleitoral.

Por outro lado, em uma cidade marcada pelo coronelismo, a verdadeira dinâmica política é muito mais sofisticada e dispendiosa. A compra de votos ocorre de forma descarada e estruturada. Um exemplo claro é a prática de centro universitário que envia mensagens aos usuários dos serviços jurídicos e médicos por ele oferecidos, solicitando apoio a determinados candidatos, numa tentativa direta e invasiva de influenciar eleitores.

Além disso, a compra de votos também se manifesta, por exemplo, na oferta de empregos em Câmaras de Vereadores para presidentes de associações de moradores de bairros, transformando esses líderes comunitários em aliados políticos. A contratação de cabos eleitorais para cargos comissionados — frequentemente desnecessários e ocupados por pessoas desqualificadas — é outra estratégia comum. Promessas de benefícios para servidores públicos, como planos de saúde fornecidos por um grande hospital privado com inegável influência política e econômica na gestão municipal, também são uma prática digna de ser mencionada.

Assim, a exploração de pessoas tremulando bandeiras se revela não apenas prejudicial, mas também ineficaz como estratégia eleitoral em comparação com a compra estruturada de votos. Enquanto as "formiguinhas" enfrentam desafios e desprezo, as práticas mais sofisticadas e caras continuam a moldar o cenário eleitoral de maneira muito mais impactante e, infelizmente, mais eficaz.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Araguari: Feliz Cidade!

 

Foto do rio Araguari, próximo a divisa com o estado de Goiás (Corumbaíba).


Brejo Alegre, Ventania, Serras Azuis, Rerigueri ou simplesmente Araguari. Não é apenas mais uma cidade. São mais de 120 mil pessoas de uma só família.

Muitos são filhos naturais. Outros, generosamente acolhidos pelo abraço da terra hospitaleira. Uma pequena parcela, por força do destino, teve que deixar a terra natal. Longe do colo da mãe, o sonho é o mesmo: um dia voltar para casa.

Em qualquer lugar do planeta, nos reconhecemos araguarinos. Tá no sangue. No sotaque. Estampado na cara. A araguarinidade é um estado de espírito. Você pode sair de Araguari, mas Araguari jamais sairá de você.

Hoje, a jovem e bela Araguari completa 136 anos. Muito já foi feito. A cidade está em franco desenvolvimento. Mas queremos mais. Crescimento permanente e com justiça social. Progresso e boa qualidade de vida são compatíveis. A classe política deve ser mais ética. O suor dos cidadãos que constroem a grande cidade há de ser respeitado pelos governantes.

Com esses sonhos no coração, o Observatório comemora o aniversário da cidade. Parabéns aos araguarinos! Parabéns, Araguari, feliz cidade!

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Poluição do ar em Minas Gerais: Araguari é a 8ª cidade com piores índices de qualidade

 

Foto publicada pelo jornal Gazeta do Triângulo.

Araguari está classificada na 8ª posição entre as cidades de Minas Gerais com a pior qualidade do ar, conforme dados do site IQAir. Atualmente, Unaí lidera a lista com 162 µg/m³, seguida por Paracatu com 160 µg/m³. 

A principal causa do agravamento das condições atmosféricas é a fumaça proveniente de queimadas em diversas regiões, tanto locais quanto no Centro-Oeste. A poluição por partículas PM2,5, que são prejudiciais à saúde respiratória, está bem acima dos níveis considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde, que estabelece um limite máximo de 15 µg/m³. Moradores das cidades afetadas são aconselhados a evitar atividades ao ar livre e a tomar precauções para se proteger dos efeitos dessa poluição, que pode causar sérios problemas respiratórios.

As cidades com os piores índices de qualidade do ar (em µg/m³) são:

1. Unaí – 162

2. Paracatu – 160

3. Buritis – 158

4. Arinos – 157

5. Vazante – 157

6. Coromandel – 156

7. Monte Carmelo – 156

8. Araguari – 155

9. Patrocínio – 154

10. Centralina – 153

11. Conceição das Alagoas – 153

12. João Pinheiro – 153

13. Patos de Minas – 153

14. Presidente Olegário – 153

15. Tupaciguara – 153

16. Uberaba – 153

17. Uberlândia – 153

18. Carmo do Paranaíba – 152

19. Lagoa Formosa – 152

20. Monte Alegre de Minas – 152

A previsão é de que as condições atmosféricas melhorem a partir da tarde de hoje (27), com a mudança dos ventos que começarão a soprar do oceano para o interior do continente.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Superfaturamento de contrato: MPMG celebra acordos com construtora para ressarcimento ao município de Araguari


O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Araguari, com apoio da Coordenadoria Regional de Defesa do Patrimônio Público do Triângulo Mineiro - Polo Uberlândia (CRPP-UDI), celebrou com uma construtora Acordo de Não Persecução Civil (ANPC), um acordo judicial e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O objetivo  foi garantir o ressarcimento integral de danos causados ao Município em razão do superfaturamento de três contratos celebrados com a empresa entre 2013 e 2015 (gestão Raul Belém). 

Pelo ANPC, a empresa comprometeu-se ao pagamento de R$280.112,57. Fica proibida ainda de contratar com o Poder Público pelo prazo de cinco anos. Já no acordo judicial, foi estabelecido o pagamento de R$187.978,94, enquanto no TAC foi acordado o pagamento da quantia de R$109.157,79. Os três acordos resultam no ressarcimento da quantia de R$577.249,30 ao Município de Araguari. 

Dessa forma, foram solucionadas duas ações judiciais e um inquérito civil, o que reforça a importância da atuação negociada na resolução de demandas relativas à Defesa do Patrimônio Público e garante o ressarcimento integral do dano de forma mais célere e eficiente. 

Transcrito, com acréscimo, da página do MPMG (leia aqui).

Pitaco do Blog

1. É notória a falta de transparência do MPMG. A reportagem não menciona os nomes da construtora e de agentes públicos eventualmente envolvidos. Impede, assim, que a sociedade conheça quais foram os responsáveis pelo dano causado ao contribuinte por meio de contratos superfaturados.

2. A notícia fala em ressarcimento de forma mais célere. Como assim? O superfaturamento dos contratos ocorreu entre 2013 e 2015, ou seja, o dano só está sendo ressarcido 10 (dez) anos depois. Isso se a empresa cumprir o acordo.

3. Essa demora do MPMG nos permite imaginar que a investigação de crimes e atos de improbidade que eventualmente estejam sendo cometidos pela atual gestão somente terá um desfecho daqui a dez anos ou mais. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Patrimônio do Major Renato mais que dobra em 4 anos: aumento de 224%



O candidato à reeleição para prefeito de Araguari-MG, Major Renato Carvalho, apresentou um significativo aumento em seu patrimônio pessoal entre as eleições de 2020 e 2024. Em 2020, ele declarou possuir bens no valor de R$ 554.202,83 (quinhentos e cinquenta e quatro mil, duzentos e dois reais e oitenta e três centavos) - leia aqui. Nas eleições de 2024, o valor total dos bens declarados saltou para R$ 1.797.671,65 (um milhão, setecentos e noventa e sete mil, seiscentos e setenta e um reais e sessenta e cinco centavos) - veja aqui.

Esse crescimento representa um aumento de cerca de 224% em seu patrimônio. Em termos absolutos, o incremento foi de R$ 1.243.468,82 (um milhão, duzentos e quarenta e três mil, quatrocentos e sessenta e oito reais e oitenta e dois centavos).

Grande parte desse crescimento é atribuída à aquisição de uma fazenda de 14 alqueires, sem benfeitorias, avaliada em R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). A compra foi feita sob condição resolutiva, o que significa que a concretização do contrato depende do cumprimento de certas condições; caso essas condições não sejam atendidas, o negócio poderá ser desfeito. A declaração de bens não especifica a localização da propriedade nem detalha o valor já pago e o saldo devedor.

A transparência sobre o patrimônio dos candidatos é fundamental para garantir a confiança pública. Nesse sentido, as informações disponibilizadas pela Justiça Eleitoral são vitais para que órgãos de fiscalização e cidadãos possam monitorar e verificar as variações patrimoniais dos políticos, assegurando maior clareza e integridade no processo eleitoral.

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