Rádio Viola - Araguari-MG - 100% caipira!

domingo, 9 de agosto de 2009

Curtas

Sobrou para o marisco...
Na briga entre a motosserra e o eucalipto, quem levou a pior foi o Amendoim...

Tá chegando a hora....

Daqui a aproximadamente 100 dias Araguari terá o seu hospital municipal em funcionamento. Até lá, não convém ficar doente...

Ética médica

Será que essa matéria foi expulsa dos currículos das faculdades de Medicina?! Pelo comportamento de alguns profissionais médicos, parece que sim. Em Araguari, conforme apregoado pelo jornalista Carlos Machado, pratica-se a política de saúde do "quanto pior, melhor". Traduzindo: os médicos atendem mal no serviço público para captar a clientela desesperada para os seus consultórios particulares. Uma vergonha!

Are baba!!!

Sarney, ninguém te aguenta mais! Eu sei que você é imortal, mas isso não lhe assegura o direito à perpetuidade na direção do Senado... Como diz o Capitão Nascimento, do BOPE, pede pra sair!

Viva a sujeira!

A coisa anda tão feia para o lado da moralidade que até os poucos senadores sérios já estão desistindo de bater no moribundo de fogo, afinal quem briga com porco acaba colocando o pé na lama.

Derrotado antes de entrar em campo...

O que aconteceu com o Fluminense de Araguari? Sinceramente, não é possível entender como o clube, que se preparou com antecedência para a disputa da "Segundona", não conseguiu regularizar doze jogadores para a partida de estréia.

Quando a esmola é muita, até Nossa Senhora da Abadia desconfia...

Um grupo de vereadores da cidade montou uma barraca no caminho da cidade de Romaria com a alegada finalidade de apoiar os romeiros na caminhada até o Santuário de Nossa Senhora da Abadia. A ação pode até ser motivada pelas melhores intenções. Contudo, alguns aspectos dela são questionáveis. Primeiro, parece não ser essa a função dos vereadores, que deveriam "apenas" legislar e fiscalizar (o que eles fazem muito mal, diga-se de passagem). Segundo, não se sabe ao certo qual a fonte de recursos que banca esse tipo de serviço (seriam recursos públicos?). Terceiro, aparentemente há desvio de finalidade na ação, que me parece ser movida mais por interesses eleitoreiros do que, propriamente, por fins altruísticos.

Meu velho pai



Eu poderia tentar homenagear meu velho pai de várias formas. Nenhuma delas traduziria com precisão o orgulho que sinto por ser filho dele. Afinal, ao lado da dona Teresinha, eles construíram uma belo lar, alicerçado, sobretudo, em palavras e ações sempre corretas. Embora cheio de defeitos adquiridos mundo a fora, eu sempre procurei me espelhar nos exemplos de vida desses dois seres humanos especiais.

Faltando-me palavras para agradecê-lo, reproduzo aqui uma crônica do amigo Aristeu, que, seguindo meus passos, tornou-se um fã do senhor Antônio. Feliz dia dos Pais, senhor Antônio. Se Deus quiser, daqui a duas semanas, no seu aniversário de 80 anos, estarei fisicamente aí.


O PURGATÓRIO E O PARAÍSO


Cheguei a Araguari no dia três corrente, “ontonte”, para uma visita relâmpago. Meu pendrive carregava uma pequena imagem retirada do “Google Earth”, um site e programa sobrecarregado de tomadas aéreas dos satélites Landsat, Spot e Ikonos.

Este meu conhecimento é derivado de minha antiga atividade profissional – militar topógrafo.

As imagens dos satélites têm diferenças gritantes. O Landsat fotografa o planeta em tons de cinza, pouco se identifica visualmente os acidentes terrestres. Os rios são veios negros.

O Spot substitui os tons cinza por cores mais agradáveis, tornando possível visualizar estradas, matas, lavouras, sedes de fazendas e outros panoramas.

O satélite Ikonos, com sua órbita mais próxima e através de informações digitais modernas nos traz poses terrestres com uma resolução de setenta centímetros, por exemplo, dá pra se identificar qualquer objeto maior que um pneu de fusca. Pneu de fusca não é um exemplo clássico, mas foi a primeira coisa que eu vi de uma imagem desta e que me marcou - claro que o pneu estava no fusca ou então seria um pneu qualquer.

Minha intenção era pegar a imagem do pendrive e imprimi-la num cartaz, mas três informações erradas, de onde haveria um ploter araguarino, fizeram-me desistir da idéia! A visita era relâmpago.

Parei mesmo num estúdio fotográfico, na Marciano Santos com Teodolino, e mandei copiar. Atendimento muito bom ali. Consegui uma emulsão fotográfica de aproximadamente vinte por trinta, centímetros, daquele pedaço de chão. Se a visita não fosse corrida e eu aguardasse o dia seguinte, o laboratório, através da filial em Uberlândia, ampliaria para o dobro, mas dava pra enganar o Seu Antonio.

Seu Antonio é gente sistemática de Araguari. Este “sistemática” é uma palavra, digamos coletiva, e representa um conjunto de virtudes como honestidade, brio, simplicidade, sabedoria pertencentes a pessoas trabalhadoras.

Seu Antonio teimoso e dona Terezinha teimosa moram, ou teriam raízes, no bairro Goyaz, desde o tempo em que se escrevia assim. São teimosos, no bom sentido, de não quererem morar com os filhos e, por incrível que pareça, têm vergonha que os filhos os ajudem. Como se tudo que os filhos fossem não fosse fruto da dedicação deste casal. Como a inveja habita em mim, neste momento, veja o plágio, “queria ter uns pais assim”.

Assim que cheguei à porta ele estava na espreguiçadeira arquitetando alguma coisa, pois o semblante era arteiro. Saudei-o, “tirando um sarro” ou sacaneando, dos tempos modernos:

- Seu Antonio, o quê tanto fez pra merecer tal descanso?

- O meu pai trabalhou muito e eu não preciso trabalhar.

Ele é assim zombeteiro quando dão brecha e suas tiradas são clássicas de um trabalhador rural.

Imediatamente reclamou-me que o “filho distante” colocou todas as suas contas e de dona Terezinha para serem pagas diretamente no banco distante. Nem mais preocupação com cortes por atrasos, apesar de nunca ter atrasado, eles têm mais. Ir ao banco nunca mais. Como gastar a aposentaria? Os filhos não deixam... Se brincar eles vão devolver ao INSS. Quem planta, colhe, seu Antonio, na proporção bíblica cem por um.

Seu Antonio ainda é artífice da madeira. Digo que é o terceiro carpinteiro do planeta – os dois primeiros são José e Jesus! Como marceneiro, ele é outras infinidades de coisas, produziu a espreguiçadeira bem talhada, nota-se qualquer um o esmero do cara. Ela está acorrentada, pois os “amigos do alheio” levaram o restante do conjunto. Um casal de aposentados é como tirar doce de criança, mas seu Antonio é perigoso. Ele fez umas armadilhas por lá, homem do mato... Tem linha de pescador espalhada que, tropeçadas por desconhecidos, derrubam latas do telhado, calçada em falso que, caso não se pise bem no meio, ela manca e os ouvidos atentos percebem o visitante antes mesmo do soar da campainha. Eu só entro de mãos dadas com ele...

A foto que levei ao seu Antonio é das terrinhas em que foi criado juntamente com dez irmãos, ou seriam onze? Até hoje pertence à família, mas a geração urbana pouco se importa com aquelas paragens, só em férias e olhem lá.

Os olhos dele, após a colocação dos óculos, tiveram um brilho e pareceu-me que iriam regar os cílios. O senhor fortaleza iria produzir uma lágrima, mas um engolir em seco acabou por fabricar um sorriso, largo, satisfeito, saudoso, agradecido...

As terrinhas, o seu Paraíso, dão pouco mais de vinte hectares ou algo em torno de quatro e meio alqueires, linguagem de medida que eles conhecem. Sustentaram-se com apenas a metade das terras, pois a reserva natural é estupenda, quase a outra metade. Os herdeiros são muitos, pois são gerações abençoadas como a quantidade de grão da areia do deserto bíblico.

Ele mostrou-me uma mancha no meio do mato e, tal mancha, fora produzida por uma derrubada clandestina com participação até das máquinas do Batalhão.

O irresponsável quis indenizar o prejuízo, mas seu Antonio falou que era impossível repor a mata e a prova estava ali naquela foto quarenta anos depois.

As terras paradisíacas estão na barra, ou seja, confluência, do Rio Jordão com o córrego Taquaral, abaixo de Amanhece.

Seu Antonio ensinou-me que a localidade tem tal nome devido a uns padres que pregavam na zona rural. Eles, como Jesus em lombo de um burro, iam pelos lugarejos batizando, casando, escomungando e, só lá chegavam, ao amanhecer do dia de domingo.

O título desta crônica está explicado pela metade. A outra metade, o Purgatório, refere-se aos caminhos que se deve tomar para lá chegar. O caminho do Céu é estreito e piramba. Pirambeira é a palavra que se encaixa. Você desce com certeza, mas não sabe se volta e, caso volte, o tempo é mais que o dobro.

Quando lá fomos, inclusive pra atrasar mais ou emocionar a aventura, uma chuva e um pneu furado fizeram-se presentes, além de dois candidatos a mentirosos que insistiam em querer pescar. Acho que só pegariam alguma coisa na piracema. Tão experientes eles que se os deixássemos na beira de uma poça de chuva eles espetariam a minhoca.

Foram doze quilômetros de estrada ruim com seriemas rindo de nós acrescidos de mais duas léguas de asfalto de primeira grandeza e última geração.

Seu Antonio fazia este caminho de bicicleta. Ela ainda está lá encostada junto à marcenaria. Acho prudente que se dê um fim à bicicleta antes que seu Antonio, inspirado na foto, monte na mesma e pedale em busca de sua verdadeira e inesquecível morada.

Além da idade que não colabora muito, seu Antonio ostenta no peito um coração cicatrizado por bisturi. O coração é grande demais e, um tanto convencido, acho que tenho um pedacinho lá.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A ficha ainda não caiu.

ELIO GASPARI
Renuncie, homem. Aqui somos três a pedi-lo. Eu, o Milton Campos e o Pedro Aleixo, três amigos, velhos companheiros a quem você admirava com sorriso encantado quando chegou à Câmara, em 1959, aos 29 anos. Todos três passamos por momentos em que nos enganamos quando as circunstâncias se confundiram com a existência. Na renúncia do Jânio eu era ministro das Relações Exteriores e deveria ter defendido, desde o primeiro momento, a posse do doutor João Goulart. Em 1964, diante dos primeiros casos comprovados de tortura, o Milton deveria ter renunciado ao Ministério da Justiça. O Pedro Aleixo reconhece que naquela reunião que editou o AI-5 ele devia ter devolvido a vice-presidência. Um ano depois, apearam-no. Nos três casos, as circunstâncias indicavam que devíamos fazer o que fizemos. Confundidos, pensávamos que não havia opção melhor. Você sabe que a modéstia nunca foi um dos meus atributos: não percebemos quão grandes éramos. Com justos motivos você avalia suas opções levando em conta o que diz o presidente Lula, o apoio do senador Renan Calheiros e até mesmo a agressiva defesa representada por Fernando Collor. Você pensa até no PMDB. Tudo circunstancial. Em 1988 Lula te chamou de "incapaz" cinco vezes em 43 segundos. O que haveria de pensar o jovem José Sarney se visse a mim, ao Milton e ao Pedro almoçando no Bife de Ouro com o Tenório Cavalcanti e o Amaral Neto? Claro que pouca gente sabe quem são esses dois (nem estamos aqui para reapresentá-los). Assim como os jovens de hoje não lembram o que foi a UDN, os de amanhã não lembrarão o que foi o PMDB. Renuncie, homem. Saia desse contratempo e carregue seus penares. A crise é sua, mas, a esta altura, ela interessa aos outros. Ao Lula convém um Congresso desmoralizado. Aos aliados do PMDB interessa mostrar que têm os poderes dos embalsamadores. Fuja do sarcófago. Censurar jornal, José? Chantagear o Pedro Simon, Sarney? Esse não é nosso patrimônio. O presidente que ficou impassível enquanto seu ônibus era apedrejado e riscou com o traço da bonomia sua passagem pela vida pública, está se apedrejando. Orgulhamo-nos da tua alvorada. Não compartilhe o crepúsculo com os senadores Calheiros e Collor. O Antonio Carlos Magalhães diz que isso é feitiço de um certo Bita do Barão, com seus tambores de Codó. Milton Campos e Pedro Aleixo pediram-me que escrevesse porque insistem em lembrar a qualidade do meu discurso de 9 de agosto de 1954. Até hoje sofro por esse ataque ao Getúlio Vargas. Não que devesse poupá-lo, mas padeço pelo que sucedeu quinze dias depois. (Ele evita encontrar comigo, nunca me dirigiu a palavra e na chegada do D. Hélder Câmara negou-me a mão.) Sei que você memorizou trechos dessa fala e sei que você jamais viu malícia na minha alma. Como o Pedro e o Milton insistiram ao ponto da impertinência, repito-me: "Senhor presidente Getúlio Vargas, eu lhe falo como presidente (...) tome afinal aquela deliberação, que é a última que um presidente, na sua situação, pode tomar. (...) E eu falo ao homem Getúlio Vargas e lhe digo: lembre-se da glória de sua terra (...) lembre-se homem, pelos pequeninos, pelos humilhados, pelos operários, pelos poetas."
Com as recomendações de Annah e os votos pela recuperação de Marly, deixa-lhe um abraço e a certeza da amizade, o seu,
Afonso.
Texto publicado no Globo de 5.8.09, disponível em http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2009/08/05/de-arinos-edu-para-sarney-gov-211357.asp

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Como se faz imprensa

Da coluna de Luciano Beregeno, do Gazeta do Triângulo (http://www.gazetadotriangulo.com.br/gazeta/index.php?option=com_content&task=view&id=9250&Itemid=42), extraio um ensinamento que não deveria ficar circunscrito ao âmbito daquele jornal. Deveria ir além, ensinando a todos os jornalistas da cidade como se faz uma verdadeira imprensa. A propósito, esta frase serve como um puxão de orelhas a quem desvirtua o uso da imprensa em Araguari. A carapuça serve perfeitamente para outros jornais e certas emissoras de rádio da cidade...

“A Gazeta não vai permitir que estranhos ao poder instalem tentáculos em todos os segmentos da administração municipal. É nosso trabalho sermos vigilantes e zelar pelo estrito cumprimento do respeito à coisa pública. Investiguem, apurem e chequem. O que estiver obscuro, tragam à luz da verdade.”
Darli Amaral, diretor-presidente do grupo Gazeta, em reunião com editores dos veículos do grupo, sobre as tensões do Caso dos Eucaliptos.



Tem muita lenha prá queimar ainda.


O Caso dos Eucaliptos rendeu, mas ainda tem lenha para ser queimada.
Consta que a Prefeitura (alguns agentes em nome dela) autorizou o corte de árvores na antiga Granja Mauá, pertencente à municipalidade, "doando" a madeira à empreiteira responsável pelo corte como "pagamento" por serviços supostamente prestados ao município.
Cabeças já rolaram, mas o caso não pode terminar aí. Além dessa espécie de "responsabilização" política caracterizada pela exoneração de alguns comissionados (não de todos os envolvidos), as investigações necessitam ir além para que seja efetivamente apurada, nas instâncias próprias, a ocorrência, entre outras, das seguintes irregularidades:
- autorização para corte de árvores em área supostamente vedada (crime ambiental?);
- burla aos procedimentos de realização de despesa pública;
- descumprimento de contrato (se é que existe) caracterizado pela realização de serviços não previstos e, o pior, pagos por forma não prevista nem legal nem contratualmente;
- possível discrepância entre o valor devido pelo município e o valor da madeira dada em pagamento (dependendo do apurado, a empreiteira pode ter experimentado um ganho indevido).
A propósito, reportando-me a entrevista dada pelo advogado da empreiteira a uma emissora de rádio da cidade, não posso concordar com a afirmação feita por ele no sentido de que a empresa não tem responsabilidade alguma, na medida em que apenas realizou o que foi determinado pela Prefeitura. Ora, bem sabemos, que ordem errada não se cumpre. Basta o município contratante determinar, que a contratada, levianamente, pratica um dano ambiental? Como a contratada realiza um serviço não previsto no contrato? A resposta a essas perguntas é importante, pois nós permitirá constatar, conforme o caso, que não existe uma efetiva fiscalização dos contratos e que os serviços pactuados podem não corresponder aos efetivamente prestados. Em outras palavras, as notas fiscais (a liquidação da despesa) podem ser "frias", traduzindo meras "químicas", ou seja, formalmente os serviços pagos podem não corresponder aos realizados (se é que foram realmente prestados).
Fotografia capturada de http://www.gazetadotriangulo.com.br/gazeta/index.php?option=com_content&task=view&id=9236&Itemid=29

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A semana promete...

A semana política promete. Ao contrário do que eu havia imaginado há umas três semanas, o Sarney ainda não se safou. É que o recesso surtiu efeito contrário, servindo como um combustível jogado na fogueira onde arde o nosso Senador.
Na quarta, o Conselho de Ética do Senado, onde já estão 11 pedidos de investigações contra Sarney, fará a primeira reunião. Não há como o tema deixar de ser objeto de exame nessa sessão.
Além do destino de Sarney, o Senado começa a examinar outro tema de relevo. Na quinta-feira, para a alegria do Natal e de outros que prezam a moralidade na Administração Pública, a CPI da Petrobrás, finalmente, iniciará os seus trabalhos. Trata-se de sessão destinada, sobretudo, à votação de diversos requerimentos para obtenção de provas, oitivas de testemunhas, etc.
Oxalá o país saia um pouco melhor desses episódios. Aliás, seria muito bom se ele fosse efetivamente passado a limpo, como reclama o jornalista Boris Casoy. Mas, acho que aí já é pedir demais.
Ótima semana a todos!

Postagem em destaque

Enterro da PEC da Blindagem