O Jornal Observatório, edição de 29/11, publica entrevista exclusiva com a promotora de justiça Leila Benevides, que apura os fatos ligados à Operação Tarja Preta ocorridos em Araguari.
Como é próprio dessa fase investigatória, a entrevistada não possui certeza sobre a ocorrência ou não de crimes. Em um momento disse que não ficou caracterizada conduta criminosa. Em outro, ao falar especificamente da contratação do escritório de advocacia de Tomaz Chayb, deu a entender que poderia ter havido crime.
Vamos publicar a entrevista em duas partes. Lembro que o Jornal procurou manter, na íntegra, as palavras da promotora.
JO - As investigações em Goiás e Mato
Grosso foram feitas de uma forma conjunta pelo Ministério Público e policias de
ambos os estados. Por que em Minas isso não aconteceu? E quando o Ministério
Público de Minas teve ciência dessas apurações no estado vizinho?
LB – Não. O Ministério de Minas não foi
notificado. O que caiu praticamente aqui na Promotoria foram as transcrições
das conversas telefônicas. Foi aí que iniciei os procedimentos, porque
realmente ali tinham fatos graves, e que, no caso, interessa à defesa do
patrimônio público. Agora, porque não ter participação do Ministério Público e
nem da Policia, é por que nós não começamos nenhuma investigação antes disso,
ou melhor, até a gente receber essas transcrições, aqui ninguém tinha ideia do
que realmente estava acontecendo em Goiás.
JO - E qual o procedimento foi aberto
pelo Ministério Público de Minas Gerais? Em que fase se encontra?
LB - Eu instaurei um inquérito civil e a
fase que está hoje é de aguardar o retorno de uma precatória que eu mandei para
o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Goiás,
pra eles ouvirem pra mim o Tomaz, porque o Tomaz é de Goiânia e é melhor, é
mais fácil. Eu mandei as perguntas, e o GAECO deve intimá-lo lá, se ele quiser
responder às perguntas. Então, eu estou aguardando e, quando vierem essas
respostas, eu terei uma ideia melhor do que aconteceu. Até então, eu ouvi o
pessoal aqui da Prefeitura. De substancioso eu não tenho nada, por isso estou
aguardando pra saber o que o Tomaz tem para falar, se ele vai citar nomes de
outras pessoas, se vai dar pra eu ampliar minha investigação. Por enquanto,
estou restrita ao que está contido naquelas transcrições e ao que me foi falado
pelos servidores da Prefeitura, e eu te adianto: nesses depoimentos não tem
muita coisa assim que a gente possa tirar de proveitoso.
JO - Pelo fato de alguns integrantes da
organização criminosa terem atuado em Araguari no mesmo contexto em que agiram
em Goiás, pode se falar na existência de indícios de crime também na cidade?
LB – Não. Eu instaurei um procedimento
buscando o ato de improbidade. Agora, em relação a crime, eu ainda não achei. Em
relação a Araguari não achei nenhum indício de crime.
JO - O jornal Observatório conversou com
o procurador da república e com uma delegada especializada em combates a crime
contra administração pública, ambos entenderam que pelo fato de a organização
ter atuado em mais de um Estado, caberia ao Ministério Público Federal atuar no
caso. Qual a opinião da senhora a respeito?
LB - Eu não sei. Nem sei se o Cleber, procurador
da república em Uberlândia, no caso, seria o responsável por essa área. Ele não
me falou nada a respeito. Nem o Ministério Estadual iniciou nada em Uberlândia.
A coisa parece que vazou de Goiás e parou aqui em Araguari. Como eu estou te
falando, a gente não tem essas informações, de repente até chegou a outras
cidades de Minas, mas a gente não tem como saber. Acho que a chave dessas
informações é o Tomaz. Eu não sei o que ele falou em depoimento lá no GAECO, se
ele abriu geral, se ele ficou restrito a Goiás, isso aí eu não sei. Vou esperar
as respostas das perguntas que eu fiz, aí eu acho que posso esclarecer um pouco
melhor.
Clique aqui e leia a segunda parte da entrevista.
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