segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Morte por falta de vagas em UTI

Menino de dois anos morre à espera de um leito de UTI
Um menino de 2 anos morreu, neste domingo (10/10), à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil na rede pública do Distrito Federal. Ele havia sido detectado com meningite e deveria seguir para internação médica. Segundo a Central de Regulação de Leitos de UTI da Secretaria de Saúde, apesar das buscas, não havia leitos disponíveis para o garoto desde a solicitação da vaga, às 17h33 de sábado (9/10), até as 10h59 do dia seguinte.
Na madrugada de sábado (9/10), a criança foi internada no Hospital Regional do Paranoá (HRP) com febre, dores na cabeça e no ouvido e tontura. Os exames indicaram meningite. O menino, então, deveria seguir para internação na UTI. Porém, durante o período em que estava no hospital, a Secretaria de Saúde informou que não havia leitos disponíveis.
Os pais foram orientados a procurar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para tentar a internação na rede privada. O MPDFT informou que, nesses casos, em geral, a pessoa é encaminhada para a Defensoria Pública, onde tem acesso a uma liminar que permite a internação do paciente. A assessoria de imprensa do órgão explicou que é mais efetivo porque o MPDFT só trabalha com causas coletivas e recomenda a internação ao governo ou ao hospital.
A família não foi atendida porque a Defensoria atende nos finais de semana e feriados em regime de plantão, apenas das 13h às 19h. Os pais do menino vão recorrer à Justiça para processar o Distrito Federal por não prestar a assistência que está prevista na Constituição Federal.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/11/cidades,i=217546/MENINO+DE+DOIS+ANOS+MORRE+A+ESPERA+DE+UM+LEITO+DE+UTI.shtml

Pitacos do Blog:
Imaginem o que deve acontecer em Araguari, onde não existe hospital público nem plantão de Defensoria Pública. Aqui, as pessoas morrem pacificamente, como bovinos, sem perceber que o mais elementar dos direitos humanos lhes está sendo negado.

4 comentários:

Unknown disse...

O médico de plantão na Central de Regulação deveria ter evocado o preceito "VAGA ZERO" previsto na legislação pertinente, e encaminhar o paciente para o hospital mais próximo, mesmo ante a alegada falta de leitos.

Conhecer a legislação sanitária é fundamental para gerir o sistema com um mínimo de eficiência.

ANTONIO MARCOS DE PAULO disse...

Perfeito comentário, Edilvo. Nesse ponto, acho que os operadores do sistema, inclusive os juristas, não entendem de nada. A eficiência passa longe...

Aristeu disse...

Tá certo, mas quando uma criança morre a UTI deve ser a última culpada, ou seja, outras fases anteriores também são culpadas, mas em todas elas demonstram-se a negligência do poder público, principalmente e demais instituições privadas que colocam a vida numa planilha de custos empresarial como um mero dado.

Unknown disse...

O Aristeu tá certo. Passa da hora de os governos, em todas as instâncias, se planejarem com visão de longo (longuíssimo) prazo, programando investimentos em infraestrutura de saúde e prevendo salários adequados para todos os níveis.

Isso dá trabalho, demora, exige conhecimento técnico em várias áreas e desprendimento político para fazer o que "outros" irão gerir. Mas fazer gestão pública enxergando apenas o dia de amanhã (ou a próxima eleição) dá nisso que temos visto, desde sempre...

Postagem em destaque

Falta em audiência resulta em negativa de religamento de energia elétrica para idosa dependente de aparelhos médicos

Uma idosa de 89 anos, em situação de vulnerabilidade, teve sua ação contra a Energisa/SA encerrada sem análise de mérito, após não comparece...