sexta-feira, 19 de junho de 2009

Prato do dia: enroladinho a Sarney

Passando os olhos sobre as edições dos jornais de hoje, verifico que Sarney, em sua coluna na Folha de S. Paulo, sequer abordou a questão dos atos secretos. Se são sigilosos, não deveriam mesmo ser veiculados em um jornal diário de grande porte, deve ter pensando o Senador. Além disso, de acordo com o que tentou defender na tribuna do Senado, a responsabilidade pelas falcatruas não é pessoal, mas sim da própria Casa.

O que mais me causou estranheza foi o fato de a própria Folha, zombando do pouquinho de inteligência de seus leitores, tentar defender a tese sarneyniana (na verdade, uma espécie de tábua de salvação) à qual se agarrou, desesperadamente, o eterno Senador.

Sorte minha que um jornal pelo qual não nutro grande simpatia, O Estadão, continua batendo firme nesse escândalo. A tarefa não é singela, pois o que apareceu, até agora, é apenas a ponta do iceberg. Oxalá consiga desenrolar essa teia de corrupção detectada, também, no Senado.

Também o jornal O Globo, do Rio, trouxe à baila as falcatruas do bigodudo. Na edição de hoje, noticia a existência de uma rede de distribuição de benesses a apadrinhados políticos, tais como a nomeação, com efeito retroativo, para comissões da Casa.

O que está vindo à tona agora é bom para tornar um pouco menos nebulosa a visão que temos do poder. Lembro-me, inclusive, da época em que, quando funcionário do Banco do Brasil, fiquei sabendo que o Sarney havia indicado uma pessoa para “trabalhar” no Banco. Contudo, comentava-se, à época, que o tal senhor não poderia ser incomodado em seu, digamos, “local de trabalho”. Assim, a direção do Banco tratou de arrumar uma sala isolada para o dito cujo, avisando a todos que ele, caso comparecesse ao trabalho, não deveria ser perturbado com afazeres da instituição. Na época, não acreditei muito nessa história...

Um comentário:

Aristeu disse...

Este é de alta periculosidade. Deve saber horrores de muitos. Ele é tão cara de pau que, descaradamente, usa o Estado do Amapá por inteiro como "Laranja" e é certo que sai sem u"m arranhão"

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