Durante a Operação Fura-Fila, o GAECO usou interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça como ferramenta para investigar uma associação criminosa que atuava dentro da Câmara de Vereadores e da Secretaria de Saúde visando à prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva e ativa, bem como
peculato eletrônico (leia aqui). Graças ao compartilhamento do produto dessas interceptações pela 2ª Vara Criminal de Araguari, o Ministério Público Eleitoral (MPE) conseguiu agora avançar na apuração do cometimento de ilícitos eleitorais em benefício da chapa Major Renato e Maria Cecília.
Segundo o MPE, foi formado um grupo político com a finalidade de praticar a compra de votos e o abuso do poder econômico e político. Para fundamentar essa conclusão, a promotora Cristina Fagundes Siqueira já havia ajuizado uma ação pedindo a cassação do registro da chapa (clique aqui). Na ocasião, apresentou diversas provas, como, por exemplo, "vídeos de apoio do
reitor [José Júlio] ao lado do candidato a prefeito [Major Renato], ao mesmo tempo em que o reitor gravava
vídeo institucional sobre os benefícios sociais da IMEPAC, marcava reuniões
com a sociedade nas obras do Hospital em construção, e participava de atos de
campanha."
Desta feita, propôs nova ação aumentando a relação de investigados (clique aqui). Além disso, reforçou as provas apresentadas originariamente, carreando para o âmbito eleitoral o produto da intercepção de conversas telefônicas mantidas pelo vereador Wesley Lucas e o empresário Juberson dos Santos Melo com outros envolvidos. Segundo a promotora Cristina Fagundes Siqueira, "foi formado um grupo político entre os
investigados, que se uniu para prática de infrações eleitorais de captação
ilícita de sufrágio, art. 41-A da LE, que em seu conjunto revelam abuso do
poder econômico praticado pelos investigados integrantes do grupo em
benefício dos candidatos eleitos investigados, O QUE FOI CONFIRMADO
DE FORMA IRREFUTÁVEL PELA PROVA COMPARTILHADA PELO
JUÍZO CRIMINAL."
A partir do somatório das provas iniciais com o compartilhamento dessas interceptações, o MPE definiu a quantidade de investigadas e concluiu que estes praticaram abuso do poder econômico e político, bem como captação ilícita de sufrágio (compra de votos) em favor da chapa vencedora das eleições majoritárias.