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terça-feira, 17 de setembro de 2024

TCEMG fiscaliza licitação em Araguari e aponta dano aos cofres públicos de mais de R$ 393 mil



O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) instaurou o processo nº 1112617/2021 para avaliar o Edital de Pregão Eletrônico nº 115/2021 (Processo Licitatório nº 183/2021, Registro de Preços nº 90/2021), promovido pela Prefeitura Municipal de Araguari. O objetivo da licitação era a locação de máquinas, equipamentos e veículos de carga para a manutenção de estradas rurais e logradouros públicos urbanos, limpeza de entulhos e terrenos baldios no município e seus distritos.

Durante a análise técnica, a unidade de fiscalização do TCEMG identificou irregularidades significativas, sendo a mais grave o dano ao erário estimado em R$ 393.561,02 até a medição de abril de 2023. Além disso, foi constatada uma exigência ilegal no edital: a comprovação de propriedade prévia dos equipamentos e veículos, que restringe a competição (afasta possíveis concorrentes).

Diante dessas constatações, o Tribunal de Contas determinou a abertura do Processo nº 1167089 para fiscalizar a execução do Contrato Administrativo nº 39/2022, com vistas a obter o ressarcimento do referido dano e prevenir novos prejuízos aos cofres públicos. 

Na fase atual, no exame do edital de licitação (não ainda do restante do contrato), o Ministério Público de Contas de Minas Gerais opinou pela ilegalidade da exigência de comprovação de propriedade dos veículos para habilitação no processo licitatório por violar os princípios da isonomia e da competitividade. Além disso, defendeu a aplicação de multas aos responsáveis pela elaboração do edital: os senhores Luiz Felipe de Miranda (então Secretário Municipal), Antonio Cafrune Filho (então Secretário Municipal) e Neilton dos Santos Andrade (Pregoeiro).

A expectativa é que, nos próximos desdobramentos, o Tribunal examine a responsabilização dos envolvidos, assegurando que as penalidades cabíveis sejam aplicadas e o ressarcimento integral aos cofres da Prefeitura seja garantido.


segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Avião de empresário de Faculdade de Medicina é apreendido com R$ 100 mil em dinheiro vivo

Foto extraída do portal Paraiba Já (link na postagem).


A aeronave apreendida pela Polícia Federal no Aeródromo de Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, é de propriedade do empresário Alexandre Santiago, dono da Faculdade de Medicina Nova Esperança (Facene/Famene) em João Pessoa. A informação foi confirmada pelo portal Paraíba Já (leia aqui).

O avião de pequeno porte foi confiscado na quinta-feira (12) durante uma operação da PF. Durante a apreensão, foi detida uma pessoa e encontrados R$ 100 mil em espécie dentro da aeronave, além de materiais de campanha e aparelhos celulares.

De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a aeronave de matrícula PR-SRI é de Alexandre Santiago, que também foi candidato a suplente de senador na campanha do ex-governador Ricardo Coutinho, em 2022. A reportagem do PB Agora destaca que a consulta ao registro da ANAC confirma Santiago como proprietário e operador do modelo Cirrus SR22, fabricado em 2014.

Alexandre Santiago é uma figura conhecida no setor de educação privada e já enfrentou questionamentos anteriores sobre omissões em sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo a ausência de informações sobre suas aeronaves. A investigação continua para apurar a origem e o destino do dinheiro apreendido.


sábado, 14 de setembro de 2024

Sociedade Beneficente Sagrada Família e Prefeitura de Araguari: novo contrato de saúde e contexto histórico




A Prefeitura de Araguari firmou um novo contrato administrativo com a Sociedade Beneficente Sagrada Família, que vai impactar diretamente os serviços de saúde oferecidos à população. O Contrato Administrativo nº 063/2024, assinado no dia 5 de julho de 2024, estabelece a prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais, além de exames especializados de diagnóstico por imagem e laboratoriais, por um período de 12 meses. O contrato, com um valor total de R$ 2.025.843,75 (dois milhões, vinte e cinco mil, oitocentos e quarenta e três reais e setenta e cinco centavos), pode ser prorrogado por até 60 meses.

Contexto e Histórico

É importante mencionar que tanto o Prefeito Major Renato Carvalho Fernandes quanto o Sr. José Júlio A. Lafayete S. Rodrigues Pereira, responsável pela Sociedade Beneficente Sagrada Família, foram investigados por abuso do poder econômico nas eleições de 2020 (segundo a mídia local, o processo foi arquivado). A investigação refletiu preocupações do Ministério Público Eleitoral sobre práticas eleitorais e influências econômicas que poderiam impactar a gestão pública.

Além disso, antes de assumir o cargo de Secretária Municipal de Saúde, Thereza Christina Griep era funcionária do Hospital Universitário Sagrada Família, instituição envolvida no contrato recém-assinado. Esta relação prévia pode levantar questionamentos sobre a escolha da instituição para o contrato, considerando o histórico da secretária com a organização.

Este novo contrato, presume-se, visa a melhorar os serviços de saúde disponíveis à população de Araguari. A relação entre os envolvidos e o contexto investigativo devem ser observados com atenção para garantir a transparência e a integridade dos atos e contratos públicos.

Repasse de dinheiro ao Sagrada Família para compra de equipamento


Convênio firmado com a Sociedade Beneficente Sagrada Família (assinado pelo prefeito e o responsável pela entidade, ambos investigados por abuso do poder econômico na eleição passada).

Qual o valor do convênio? Qual equipamento será comprado?

Fonte: Correio Oficial nº 1958, de 13 de setembro de 2024 (leia aqui).

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Procon-MG constata maus-tratos e interdita indústria de frango em Araguari



Operação conjunta solicitada pela 4ª Promotoria de Justiça de Araguari, no Triângulo Mineiro, resultou em autuação e interdição total da indústria Frango Jaiara. Além dos fiscais do Procon-MG, participaram da ação peritos médicos-veterinários credenciados na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (Ceda), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), um fiscal do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MG) e policiais militares.

Os peritos constataram que o equipamento de insensibilização, que permite o abate humanitário das aves, apresentava defeitos, sendo insuficiente para provocar a perda de consciência dos animais. O laudo pericial também indicou que o tempo de espera entre o transporte e o abate era excessivamente elevado e que as aves demonstravam sinais de desconforto e cansaço.

Além disso, os sistemas de refrigeração das salas de evisceração e embalagem eram inadequados, com temperaturas mantidas acima do valor máximo permitido pela legislação. O controle de temperatura deficiente pode comprometer a segurança sanitária dos produtos destinados ao mercado de consumo. A documentação da indústria também estava irregular, com a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) vencida desde julho de 2023.

A indústria de frango só poderá retomar suas atividades após comprovar à Promotoria de Justiça que todas as irregularidades foram corrigidas.

domingo, 8 de setembro de 2024

MPMG pede cancelamento de shows de Alemão do Forró e Jeito Moleque na exposição de Guarani

 



O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou Ação Civil Pública (ACP) com pedido de tutela antecipada requerendo à Justiça que suspenda parte da programação musical da 35ª Expoagro de Guarani, na Zona da Mata. A prefeitura, organizadora do evento, incluiu na programação quatro apresentações cujos cachês, somados, custarão R$ 415 mil aos cofres da cidade. A alegação para requerer a suspensão dos quatro shows é de que os gastos são incompatíveis com a situação orçamentária da administração local, que vem alegando repetidamente falta de dinheiro para cumprimento de obrigações constitucionais. A promotora de Justiça Silvana Silvia Fialho Dalpra apoiou-se em argumentos da própria prefeitura em outras ACPs, ligadas ao patrimônio cultural, à contratação irregular de servidores, ao aterro sanitário e ao tratamento de esgoto.

A exposição agropecuária, agendada para 20 dias antes da eleição, será o terceiro grande evento no ano custeado com recursos públicos. No Carnaval, a cidade desembolsou R$ 180 mil em cachês de artistas, e, no aniversário do município, as despesas do tipo chegaram a R$ 90 mil. Assim, a soma de cachês em ano eleitoral ultrapassará a casa dos R$ 730 mil caso a ACP seja indeferida.

Na peça protocolada na Justiça, o MPMG sustenta que o gasto público com cachês artísticos em ano eleitoral será de duas a cinco vezes maior em relação aos dois últimos anos, considerando eventos como o carnaval, o aniversário da cidade e o reveillon. Se realizada com a programação divulgada, a Expoagro 2024 gastará com cachês valores acima da previsão orçamentária de setores como assistência social, segurança pública, trabalho, habitação, indústria e comércio e esporte.

Os shows estão agendados para acontecer entre os dias 12 e 15 de setembro. Nas quatro atrações alvo da ACP, os cachês vão de R$ 60 mil a R$ 170 mil. Conforme o texto protocolado pelo MPMG, uma das cantoras programadas se apresentou em junho do ano passado, em uma cidade vizinha, por um custo quatro vezes menor. A contratação dos artistas é feita por inexigibilidade de licitação, quando não há disputa de preços por empresas concorrentes. 

Alegações

Em paralelo, o município vem alegando de forma reiterada que não dispõe de recursos para custear serviços básicos aos cidadãos. Em ACP de 2021 sobre o patrimônio cultural, a prefeitura havia afirmado, nos autos do processo, que a contratação de assessoria técnica via concurso público "acarretaria obrigação financeira ao ente público, podendo acarretar risco orçamentário aos cofres públicos municipais, ante a ausência de análise prévia de viabilidade orçamentária".

Em outra ACP, de 2023, que tratou, entre outros pontos, de contratações irregulares de psicólogos e fisioterapeutas, a gestão municipal alegou nos autos que a adequação da situação via concursos públicos não seria viável pois "há todo um planejamento administrativo e orçamentário que restringe e delimita a ação da administração pública".

O discurso, tido pelo MPMG como contraditório, se repetiu em uma terceira ACP, de 2023, que requeria ao município a implantação de sistema de coleta e tratamento do esgoto sanitário, incluindo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) as etapas de execução da obra. O argumento do município, constante dos autos do processo, foi de que "a escolha das políticas públicas, tais como a das obras a serem realizadas, sujeita-se à conveniência da administração pública (discricionariedade), pautada no orçamento disponível para beneficiar o  maior número de pessoas".

Alegação muito semelhante voltou a surgir quando o MPMG propôs Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar o aterro sanitário. Em ofício direcionado à promotoria, a prefeitura recusou o TAC alegando que "realizar as adequações apresentadas implica aumento de gastos ao município".

Na peça movida pelo MPMG, há ainda a menção ao racionamento de água em pelo menos três bairros da cidade por falta de investimento público no abastecimento de recursos hídricos.

Caso seja aceita pela Justiça, a ACP não impedirá a realização da exposição agropecuária. O evento poderá acontecer desde que haja cancelamento das quatro atrações cujos cachês, somados, representam 90% das contratações por inexigibilidade de licitação.

Fonte: MPMG

Pitaco do Blog

Esta notícia não é sobre Araguari. Dificilmente haveria investigação semelhante em nosso município. Então, a publicação serve apenas para mostrar que, em outros municípios, o MPMG está cumprindo satisfatoriamente o seu dever institucional.

sábado, 7 de setembro de 2024

A real face das eleições: entre a exploração e a compra de votos

 


Foto: CBN Maringá.


Em muitos contextos políticos, a exploração de pessoas tremulando bandeiras nas ruas, enfrentando o sol e a baixa umidade por uma remuneração irrisória, parece mais uma ilusão de mobilização eleitoral do que uma estratégia real para conquistar votos. Na prática, muitos desses indivíduos nem sequer recebem o que lhes foi prometido, sendo explorados por políticos que os veem apenas como peças descartáveis em seu jogo eleitoral.

Por outro lado, em uma cidade marcada pelo coronelismo, a verdadeira dinâmica política é muito mais sofisticada e dispendiosa. A compra de votos ocorre de forma descarada e estruturada. Um exemplo claro é a prática de centro universitário que envia mensagens aos usuários dos serviços jurídicos e médicos por ele oferecidos, solicitando apoio a determinados candidatos, numa tentativa direta e invasiva de influenciar eleitores.

Além disso, a compra de votos também se manifesta, por exemplo, na oferta de empregos em Câmaras de Vereadores para presidentes de associações de moradores de bairros, transformando esses líderes comunitários em aliados políticos. A contratação de cabos eleitorais para cargos comissionados — frequentemente desnecessários e ocupados por pessoas desqualificadas — é outra estratégia comum. Promessas de benefícios para servidores públicos, como planos de saúde fornecidos por um grande hospital privado com inegável influência política e econômica na gestão municipal, também são uma prática digna de ser mencionada.

Assim, a exploração de pessoas tremulando bandeiras se revela não apenas prejudicial, mas também ineficaz como estratégia eleitoral em comparação com a compra estruturada de votos. Enquanto as "formiguinhas" enfrentam desafios e desprezo, as práticas mais sofisticadas e caras continuam a moldar o cenário eleitoral de maneira muito mais impactante e, infelizmente, mais eficaz.

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