Escrito por Sávia de LimaPitacos do blog
Como era esperado, um grande número de servidores municipais lotou o plenário da Câmara para pressionar o Legislativo a interceder junto ao Executivo a fim de viabilizar a revisão do Plano de Cargos e Salários do funcionalismo.
Apesar das discussões acaloradas e da insatisfação de parte dos servidores, a pauta da Câmara não foi travada pela falta de um posicionamento do Executivo, mas sim pela ausência de informações a respeito do convênio com o Batalhão Mauá. “O nosso compromisso com os servidores era ouvir o secretário de Administração e, posteriormente, tomar as providências que fossem necessárias para auxiliá-los. Nós entendemos a necessidade dos funcionários, mas também conhecemos a realidade do município. Neste sentido, vamos trabalhar juntos para chegar a um consenso que seja bom para as duas partes”, assegurou Rogerinho.
Ao fazer uso da tribuna, Levi de Almeida Siqueira, secretário de Administração, voltou a falar da situação financeira do município chegando a cogitar a possibilidade de haver uma recomposição salarial em torno de 10%, deixando a revisão do Plano de Cargos e Salários para um segundo momento. “Como não houve nenhum acordo e sim apenas uma exposição por parte do secretário, foi marcada uma reunião para segunda-feira, dia 21, entre os vereadores e uma comissão de funcionários públicos para falar sobre o assunto. A expectativa é de que eles nos apresentem uma pauta de reivindicações e que nós façamos essa ponte entre o Executivo e o funcionalismo. Nosso papel é intermediar e é exatamente isso que estamos fazendo”, concluiu o presidente da Câmara.
Embora tenha sido procurado pela reportagem para falar sobre a sua participação na sessão, Levi Siqueira não foi encontrado. Na secretaria de Administração, a reportagem foi informada de que ele não foi trabalhar na tarde de ontem, dia 11, e que “seria impossível localizá-lo, tendo em vista que o mesmo estava fora da cidade”. Durante toda a tarde, o celular do secretário permaneceu desligado.
O vereador Sebastião Joaquim Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Empregados em Serviços Públicos Municipais (Sintespa), também não foi localizado para comentar a posição de sua categoria. Apesar das inúmeras ligações, ele não atendeu o celular e nem retornou. Por meio de sua assessoria, a reportagem foi informada de que ele estava em uma reunião em Uberlândia.
Ao que tudo indica, a situação do funcionalismo ainda está longe de ser resolvida e a revisão do Plano de Cargos e Salários neste momento é inviável.
Transcrito do Gazeta do Triângulo, edição de 12/03/2011
1º Finalmente, cessou o silêncio da Gazeta do Triângulo sobre a mobilização do funcionalismo municipal.
2º A concessão de 10% não repõe as perdas salariais sofridas pelos funcionários nos últimos anos.
3º O adiamento da discussão da revisão do Plano de Cargos e Salários será realizada quando? No próximo ano, por causa das eleições, os governos sofrem restrições para concessão de aumentos salariais. Assim, dificilmente, ele (o Plano) poderia ser aprovado em ano eleitoral.
4º Detalhe interessante: o secretário de Administração desapareceu na parte da tarde da sexta-feira. Como o senhor prefeito afirmou que irá cortar o ponto dos servidores que participaram da paralisação, convém perguntar: será que o ponto do senhor secretário também será cortado?
5º Não entendi a conclusão da repórter de que a revisão do Plano de Cargos e Salários, no momento, é inviável. Nada é inviável se houver vontade política de resolver o problema. Digamos, então, que é difícil (pela má vontade e falta de capacidade de negociar do governo), mas não impossível.