quarta-feira, 27 de março de 2019
Por que os governantes estão reduzindo direitos sociais?
O gráfico acima será muito útil na obtenção da resposta. Durante o governo Temer, foi aprovada a PEC do Teto de Gastos, limitando (na prática, reduzindo) gastos com saúde e educação. Agora, o novo governo quer aprovar a Reforma da Previdência, para economizar R$ 1 trilhão nos próximos dez anos.
Vamos traduzir o que realmente nossos governantes querem. Notem que o maior gasto do orçamento é com o pagamento de juros da dívida pública (R$ 1,065 trilhão ou 40,66% do orçamento total). Essa parte da pizza é intocável. O governo quer mesmo é reduzir gastos sociais (três fatias à sua direita: saúde, educação e previdência) para formar um superávit primário, que será usado para pagar juros e encargos da dívida pública (fatia amarela, a maior da pizza, à sua esquerda).
Resumo do resumo: estão tirando dinheiro das camadas mais pobres da sociedade, as que mais necessitam dos direitos sociais, para entregar aos banqueiros.
Conceitos importantes:
Dívida pública: "é a dívida contraída pelo governo com entidades financeiras ou pessoas da sociedade para financiar parte de seus gastos que não são cobertos com a arrecadação de impostos ou alcançar alguns objetivos de gestão econômica, tais como controlar o nível de atividade, o crédito e o consumo ou, ainda, captar dólares no exterior. A dívida pública se subdivide em dívida interna e dívida externa. Os principais credores do setor público são, normalmente, bancos públicos e privados que operam no País, investidores privados, instituições financeiras internacionais e governos de outros países."
Superávit primário: "é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros. A formação de superávit primário serve para garantir recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo no médio e longo prazos."
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