Órgão do Ministério Público responsável pela Operação Isonomia, que investiga possíveis crimes na contratação de escritórios de advocacia por municípios mineiros. |
De acordo com reportagem do G1 (clique aqui), o deputado estadual Arnaldo Silva Júnior (DEM), supostamente ligado ao escritório Ribeiro Silva Advogados Associados, investigado pela Operação Isonomia por irregularidades em contratos administrativos, é o autor do pedido de audiência pública, a ser realizada no dia 15, terça, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para tratar da atuação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia.
Além disso, seis representações questionando a conduta dos promotores do Gaeco foram submetidas aos órgãos correcionais do Ministério Público. Três delas foram protocoladas pelo deputado. Duas, pelo próprio escritório.
Em nota publicada pelo G1, o deputado negou que a audiência esteja relacionada diretamente a determinado escritório de advocacia. Objetou possuir documentos que "apontam seletividade, quebra de sigilo nas operações, além de provas de procedimentos mais graves que apontam em tese, para uma quebra da licitude e legalidade de sua atuação."
Pitaco do Blog
Investigar pessoas bem posicionadas dentro do poder não é tarefa fácil. As ingerências políticas são muito comuns. Não raramente, investigações são paralisadas ou arquivadas devido à interferência de poderosos junto aos órgãos de controle.
No caso específico, pairam suspeitas de irregularidades na contratação do escritório por diversos municípios. A Operação Isonomia, levada a cabo pelo Gaeco e Polícia Civil, já redundou na prisão processual de alguns envolvidos, inclusive de um prefeito, flagrado recebendo propina supostamente ligada a essas contratações (clique aqui).
Vale lembrar que esse escritório foi contratado durante as gestões de Marcos Alvim e Raul Belém. Desde 2011, venho questionando contratações desse e de outros escritórios de advocacia (leia abaixo). Especificamente, no caso desse escritório, denunciei também ao Ministério Público. Atualmente, as investigações relativas a Araguari estão a cargo de um dos promotores da Comarca de Uberlândia.
Explícitas ou veladas, tentativas de ingerência politica sobre órgãos de controle com o fim de obstaculizar apurações não podem ser toleradas. A sociedade deve estar atenta a esses casos. Mais do que isso, deve acompanhar e apoiar o trabalho desempenhado pelos órgãos de combate à corrupção.
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