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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Administração Coelho ou Tartaruga?
Confesso, fiquei impressionado com a rapidez com que o Prefeito vetou as emendas ao Projeto Novo Somma Infra.
Relembrando o caso, a Câmara aprovou, entre outros, um empréstimo de R$ 5 milhões de reais para revitalização/asfaltamento de diversas vias da cidade. O projeto, que inicialmente contemplava somente a recuperação das avenidas-rodovias da cidade (Belchior de Godoy, Mato Grosso e Theodoreto Veloso de Carvalho), a partir de emendas de vereadores da oposição e da própria situação, passou a prever a pavimentação de 43 vias públicas.
Ao que tudo indica, o Palácio considerou que as emendas mutilariam a concepção original do projeto, inviabilizando a revitalização das importantes três avenidas. Convém lembrar que foram os vereadores de situação que mais descaracterizaram o projeto, uma vez que, maliciosamente, nele incluíram a pavimentação de 26 vias (a maioria delas já asfaltada, diga-se de passagem).
Se algum mérito existiu nessa guerra, ele está do lado dos vereadores de oposição, que chamaram a atenção do alcaíde e da própria sociedade para a necessidade de se cuidar um pouco dos bairros mais carentes de Araguari, como o Vieno e o Independência. Mais que mera revitalização de ruas, os moradores dessas regiões necessitam de um mínimo de respeito por parte da nossa classe política. Longe de qualquer "benesse" governamental, aqueles cidadãos almejam apenas receber um tratamento minimamente digno, que pode ser traduzido no asfaltamento de uma rua, na construção de um escola ou de um posto policial.
Pois bem, voltando ao foco, observa-se que uma administração "tartarugal", paradoxalmente, no caso do veto, foi extremamente ágil, devolvendo, nessa terça-feira, à Câmara um projeto por ela votado na sexta-feira passada. Causa estranheza essa velocidade "coelhal", sobretudo porque a Prefeitura tem se mostrado extremamente lenta em outros setores. Apenas para exemplificar, cito: 1) a lentidão na entrada em operação do Hospital Municipal, 2) o atraso na adoção de medidas de prevenção e combate à dengue, 3) a moleza na hora de acabar com a farra das empreiteiras, 4) a demora na regularização da situação do funcionalismo municipal (excesso de cargos de confiança, não-realização de concursos públicos, desvios de função, etc).
Diante disso, deixo a você, caro leitor, um questionamento: a escolha da velocidade "tartarugal" ou "coelhal" seria proposital?
Observação: propositalmente, coloquei a foto de um homicídio ocorrido no Bairro Vieno para exemplificar a falta de equipamentos urbanos mínimos naquela área. Não é preciso muito esforço para ver as condições da via pública onde ocorreu o crime. Talvez o aumento da criminalidade nos bairros mais carentes caminhe lado-a-lado com a omissão do poder público, que não devolve à população uma mínima parte dos impostos que pagamos. Num linguajar mais singelo e claro, é preciso roubar menos, gente!
Fotografia extraída de: http://www.gazetadotriangulo.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=9661&Itemid=29
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3 comentários:
Marcos só a título de esclarecimento o Somma Infra contempla além das três avenidas citadas, a avenida Geraldo Terado da Silva, seu seguimento Padre Anchieta até a Minas Gerais, além da Rua Bias Fortes que é de pedra. Diante das circunstâncias, a necessidade de apresentar o projeto ao BDMG, o prefeito não tem outra escolha a não ser botar pressa, mesmo que isso não seja do feitio da administração. Agora vamos saber se os vereadores da situação colocaram as emendas apenas como um jogo de cena ou se tem seriedade na coisa. Pois terão que analisar e votar o veto. Ou será que vão votar contra si mesmos. Sua posição está correta quando fala sobre a necessidade de se dar mais atenção aos bairros de Araguari. Não há dúvida de que a administração de Araguari precisa de investir mais nos bairos. Só que não da maneira colocada. Dinheiro não faz milagre e os 5 milhões não serão suficientes para tal, precisariamos de 50 milhões.
A verdade é que precisamos de muito e o pirão é pouco. Passei toda a minha infância em Araguari em ruas empoeiradas ou enlameadas. Pobre adora habitar onde não há saneamento. Confesso que tenho saudades do tempo que ali pisava descalço. Eu ia descalço pra escola (São Judas Tadeu) e muitas vezes com a fome de alimentos não totalmente saciada, mas feliz pela educação. Um ex-pé descalço precisa sentar-se à cadeira da Prefeitura porque, afinal, apesar de não ser meu ideal, o Presidente Lula, outro descalço, fez muito pelos miseráveis.
Wilson, obrigado pela correção.
Embora a pressa neste caso possa até ser justificada, a celeuma poderia ter sido evitada se o Executivo tivesse se articulado com o Legislativo, fazendo ajustes no projeto de lei.
Agora, o que me incomoda e muito é o fato de, em Araguari, o poder público não se preocupar com as regiões mais carentes. O loteamento do Bairro Vieno, por exemplo, foi iniciado no início da década de 80. À época, as ruas mal foram abertas, sendo facilmente invadidas pelo cerrado ou pelas águas da chuva. A título de mera comparação, vale lembrar que, àquela época, na vizinha Uberlândia, já existiam loteamentos praticamente desabitados, mas que já possuiam asfalto, luz, água e esgoto.
Creio que os nossos administradores não gostam muito de raciocinar. Se pensassem direito, iriam perceber que a realização de melhorias nas regiões mais carentes acaba redundando em aumento da arrecadação, uma vez que os moradores irão pagar mais IPTU em razão da valorização dos imóveis e, motivados pela melhoria do local, irão construir e reformar suas residências, gerando assim mais tributos.
Por fim, acredito que a grande virtude da oposição, no caso, foi trazer para o debate a questão da necessidade de melhorar as condições de determinadas regiões da cidade.
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