sexta-feira, 12 de junho de 2015

Tribunal investiga contratos de varrição e capina


Já noticiamos aqui várias vezes que os contratos de serviços urbanos (varrição, capina, pintura de meio-fio, etc.) possuíam suspeitas de irregularidades. O município (contribuinte) poderia estar sofrendo prejuízo por duas vias: i) pagando mais caro pelos serviços (sobrepreço) ou ii) pagando por serviços não realizados ou executados em desconformidade com o contratado (superfaturamento). O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), inclusive, mandou parar a licitação para contratar esses serviços. Por isso, o município os vinha contratando sem licitação. Agora, o tribunal resolveu apertar o cerco. Pediu cópias de toda a documentação relativa à contratação desses serviços nos anos de 2013 a 2015. Deu prazo de 5 (cinco) dias para o prefeito Raul Belém enviar os documentos, sob pena de multa de R$ 5 mil.

Bem, com o passar do tempo, esses contratos tornam-se difíceis de auditar. Como provar, por exemplo, que uma poda de grama contratada e paga em 2013 não ocorreu? A própria natureza se encarrega de dificultar a prova. Apesar dessa dificuldade, não é difícil (aliás, é bem provável) que o TCEMG encontre algumas irregularidades analisando apenas os documentos solicitados. 

Na verdade, essa decisão é bem-vinda. Mostra que, aos poucos, os órgãos de controle começam a voltar seus olhos para um dos principais focos de suspeitas de irregularidades praticadas no município. Ainda estamos longe do ideal, mas a partir do momento em que maus governantes começarem a ser punidos e a devolver dinheiro mal aplicado, a situação irá mudar. Afinal, a certeza de punição costuma frear alguns malfeitos.


Clique nos links abaixo e veja algumas de nossas denúncias sobre o tema:







quinta-feira, 11 de junho de 2015

Palpite infeliz e nada dúbio



O advogado e ex-juiz Rogério Fernal nos brindou com um palpite infeliz em sua coluna de hoje no Gazeta do Triângulo. Em suma, utilizando-se de argumentos de autoridade, ele tentou desqualificar o trabalho feito pela CLI da Caçamba. Seria até aceitável o questionamento se ele atacasse deficiências na investigação. Afinal, como ex-juiz, ele sabe que os integrantes da CLI poderiam ir bem mais fundo nas apurações. Entretanto, a postura do colunista parece ter outra finalidade. Palpite infeliz porém nada dúbio: clara defesa do prefeito Raul Belém, "o corajoso". 

Seria o caso, então, de se perguntar ao culto conhecedor do direito: 

1) se o prefeito é tão corajoso assim, por que não mandou investigar a origem do suposto pagamento, em dinheiro vivo e na calada da noite, feito aos prestadores de serviços da Prefeitura? Essa grana teria caído do céu? Ou os funcionários citados pelo denunciante e testemunhas pagaram do próprio bolso?

2) da mesma forma, por que o prefeito não afastou sua secretária e o procurador-geral pelo menos durante as investigações, como fez com outros servidores citados em situações menos graves do que a investigada pela CLI da Caçamba? Esses dois servidores não teriam quebrado a cadeia hierárquica ao deixar de comunicar ao prefeito que realizaram pagamento em dinheiro vivo a fornecedores não contratados? Ou será que o prefeito é como o Lula, que nunca sabe de nada?

3) o prefeito não sabia da existência de contratos informais, como o investigado pela CLI da Caçamba e aquele outro feito com o advogado Tomaz Chayb? 

terça-feira, 9 de junho de 2015

TCEMG investiga gastos com serviços gráficos e publicação de atos oficiais


Em 2011, denunciamos ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) possíveis irregularidades em contrato firmado entre a Prefeitura e o jornal Correio de Araguari na gestão do ex-prefeito Marcos Coelho. Até o momento, o tribunal ainda não decidiu o caso. Mas, as últimas decisões indicam um aprofundamento das apurações, a fim de fiscalizar não somente o contrato denunciado, mas também outros três relativos a serviços gráficos e de publicidade de atos oficiais.


Na denúncia, comunicamos ao TCEMG que o contrato celebrado com o Correio de Araguari em decorrência do Pregão nº 072/2010 poderia causar prejuízos aos cofres públicos. O espaço usado para publicar uma lei municipal naquele jornal, à época, era suficiente para divulgar três leis de idêntico tamanho em outros veículos de comunicação (Correio Braziliense e Diário Oficial da União, por exemplo). Resumindo: pagava-se muito mais do que o necessário para dar publicidade aos atos públicos.

Ao analisar o processo, o TCEMG resolveu ampliar a fiscalização. Além desse contrato, também serão examinados os originados dos Pregões nºs 24/2009 e 87/2010 (contratação de órgão de imprensa escrita), e 122/2010 (contratação de serviços gráficos), conforme Intimação publicada no Diário Oficial de Contas (foto acima).

Atualmente, a Prefeitura possui dois contratos com o jornal Correio de Araguari. Num deles, o município paga R$ 168.300,00 por ano pelos serviços de diagramação, artefinalização e impressão do Correio Oficial. No outro, gasta R$ 6.080,00 por 32 assinaturas do jornal. Além disso, a referida empresa deve receber recursos oriundos de publicidade e propaganda oficial por meio da agência contratada para prestar esses serviços ao  município. Esses valores, contudo, não são conhecidos, uma vez que a Prefeitura, de forma ilegal, não os informa à sociedade. 



quarta-feira, 3 de junho de 2015

Retrato de uma saúde abandonada

Foto postada no Facebook pelo vereador Dhiosney Andrade.

Estas imagens são do Posto de Saúde do Bairro São Sebastião. Na primeira delas, é possível ver um quadro com a fotografia do prefeito, Raul Belém. Apesar do descaso com a saúde pública, acredite, Araguari tem um prefeito. Ao menos na foto.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Sorteio: saiu a ganhadora!

Fonte: www.loterias.caixa.gov.br

Conforme combinado, foi sorteado no sábado, 30/5, o livro Manual de Direito Administrativo, da professora Licínia Rossi. De acordo com o resultado da Loteria Federal, extração nº 04975, a ganhadora foi Ana Paula Cipriano, que estava inscrita com o número 14, correspondente à dezena do 1º prêmio: 33914.

Neste mês, haverá outro sorteio. Fiquem atentos!

sábado, 30 de maio de 2015

Catalão: MP quer suspender repasse de recursos ao CRAC

A suspensão imediata de novos repasses de verbas do município de Catalão ao Clube Recreativo e Atlético Catalano (Crac), previstas no Termo de Convênio nº 3/2015. Esta é a principal medida liminar requisitada pela promotora de Justiça Ariete Cristina Rodrigues Vale em ação de improbidade administrativa proposta contra o prefeito Jardel Sebba, o município de Catalão e o clube esportivo.

Segundo sustentado pela promotora, a Lei Municipal nº 3.210/2015 autorizou o município a firmar convênio e a conceder contribuição financeira destinada ao incentivo desportivo educacional e de rendimento, por intermédio do Crac. O convênio previa a obrigação de oferecer um total de R$ 920 mil, que seriam repassados em oito parcelas, a partir de janeiro. A primeira parcela seria de R$ 240 mil, duas de R$ 180 mil, uma de R$ 80 mil e as quatro restantes de R$ 60 mil. 

Ocorre que, em vez de ser utilizado para o desporto educacional, os recursos até agora repassados, que totalizam R$ 740 mil, foram usados para o pagamento de salários de jogadores, comissão técnica do time e despesas para manutenção do time profissional. Na ação, a promotora observa que, na relação de atletas da categoria de base (sub-20) informada pelo clube, constava o pagamento de sete bolsas-atleta in natura, que consiste em auxílio-alimentação e moradia. Contudo, no fluxo de caixa do clube não consta sequer uma saída para atender os atletas.

Clique aqui e leia a matéria completa no site do Ministério Público do Estado de Goiás.

CLI da Caçamba: resumo do depoimento do prefeito

Raul Belém, durante depoimento à CLI da Caçamba (fonte: Rádio Onda Viva)

O prefeito Raul Belém prestou depoimento ontem, 29, à CLI da Caçamba, que apura possíveis irregularidades na contratação e pagamento de serviços prestados à Prefeitura sem contrato e licitação. Resumindo, o prefeito disse que:

- só ficou sabendo da contratação pelas redes sociais em abril ou maio de 2013, mandando abrir uma sindicância;
- não sabia qual empresa estava prestando serviços nem conhecia o senhor Juliano dos Reis (Disk Caçamba);
- não houve dano ao erário, uma vez que não houve pagamento à empresa;
- a responsabilidade por possíveis irregularidades é do então secretário Uguney Carrijo, uma vez que existe um decreto dando atribuição de firmar contratos às secretarias;
- talvez por falta de informação, o secretário tenha feito a contratação verbal: "quem assume uma secretaria tem que saber disso";
- não conhecia o senhor Juliano Abadio, tendo sido alertado da prestação de serviços irregularmente pelo vereador Rafael Guedes,  quando Uguney já não era mais secretário;
- o procurador-geral Leonardo Borelli ficou sabendo da situação praticamente junto com o prefeito;
- afirmou que a Prefeitura já ofereceu alguns cursos para orientar os secretários, sempre incentivando a participação deles e de outros servidores;
- logo no início do mandato, foi oferecido um curso pela empresa Libertas Auditores, mas não sabe se o ex-secretário Uguney participou (o prefeito exigiu que todos estivessem presentes no curso);
- o secretariado pode tirar dúvidas em licitações e contratos com a Procuradoria ou com a empresa contratada para dar consultoria;
- antes dos fatos sob apuração, foram dadas palestras orientando os secretários e servidores sobre licitações;
- a ordem de serviço para a prestação de serviços deve ter sido verbal;
- na sindicância feita pela Prefeitura, não foi possível apurar quais serviços foram prestados, não tendo sendo feitos pagamentos por esse motivo;
- dentro da gestão, preza por que as contratações sejam feitas por licitação e contrato: "acho muito estranho contatar alguém verbalmente pra prestar serviços de qualquer natureza";
- o secretário Uguney não foi demitido, mas sim pediu pra sair;
- após as fortes chuvas ocorridas no inicio do mandato, os serviços  de recuperação de vias foram feitos com os poucos maquinários da Prefeitura;
- não tem conhecimento da doação de cascalho feita pelo senhor Abdias à Prefeitura, sabendo apenas da compra do material mediante contrato, não se recordando com qual empresa;
- não se lembra de quem fez o cascalhamento do Canil Municipal;
- ficou sabendo do pagamento feito aos motoristas por meio do depoimento prestado a CLI;
- a secretária Clarissa Magalhães não comentou com ele sobre o fato de ter acompanhado os pagamentos feitos pelo ex-secretário Uguney;
- não tem condições de informar se alguma outra empresa tenha feito pedido semelhante (pagamento por serviços sem contrato) à Prefeitura;
- não cometeu crime de prevaricação por não ter adotado as medidas necessárias à época (ao ser questionado sobre o fato de ter afirmado em nota oficial que havia um conluio entre o empresário e o senhor Jander Patrocínio, demitido após o depoimento);
- não existia um compromisso feito com o ex-secretário no sentido que realizaria o pagamento da empresa;
- não vê problema em participar de acareação com o ex-secretário e de abrir mão do seu sigilo telefônico;
, não sabe qual a relação da sua assessora especial Clarissa Magalhães com os fatos;
- não houve dois pesos e duas medidas ao exonerar Jander Patrocínio, e manter a sua assessora Clarissa Magalhães (para ele, Jander não tinha a menor condição de continuar no cargo de confiança do prefeito);
- irá verificar por que, até hoje, não foram enviados à CLI documentos pedidos ao procurador-geral no dia 14 de abril;
- nao houve enriquecimento ilícito da Administração Pública, uma vez que os fatos ainda estão sendo apurados.

Para saber mais sobre o assunto, veja os posts com outros depoimentos:


CLI da Caçamba: Uguney confirma pagamento em dinheiro vivo a prestadores de serviços









Postagem em destaque

Prefeitura de Araguari: o combate à dengue e a arte de priorizar amizades

Enquanto a epidemia de dengue avança, a Prefeitura de Araguari parece mais empenhada em agradar amigos do que em cuidar da saúde pública. A ...