Valendo-me de uma expressão matemática, posso afirmar que Marcos Coelho está para os parentes assim como Raul Belém, para o informal. O primeiro usou e abusou da contratação de parentes durante o seu mandato. O segundo vem usando e abusando da informalidade na prática de atos públicos desde o primeiro dia da gestão. Comuns, em ambos os casos, os fortes indícios de burla às leis e aos princípios da moralidade e da impessoalidade, entre outros.
Falando apenas do governo atual (do anterior já cuidamos aqui), nos próximos parágrafos, lembro alguns casos desse informalismo exagerado e perigoso.
Já no dia da posse, os gastos com a festa (sonorização, iluminação, arquibancadas, tendas, shows, etc.) não foram contabilizados. Vale dizer: não aparecem em lugar nenhum. Disseram que foi uma doação aos novos governantes. Doação de quem? A troco de quê? Se foi doação por que não está lançada na contabilidade pública?
O informal continuou imperando. Alguns servidores da Secretaria Estadual de Educação prestam serviços ao governo desde o início do mandato sem nunca terem sido nomeados. Por quê? Essa situação é regular? Qual a jornada de trabalho dessas pessoas no Estado? Eles podem acumular o cargo estadual com o cargo em comissão municipal? Como esses "funcionários" estão sendo remunerados pelo município? Ou será que trabalham de graça? Permanecemos sem respostas.
O Carnaval, festa pagã que é, não poderia ficar fora do clima de informalidade. A licitação e a contratação do evento foram cercadas de inúmeras dúvidas. Aparentemente, a empresa responsável pelo evento já estava "informalmente" contratada desde o final do ano passado. A licitação teria sido apenas um "jogo de cartas marcadas". O clima de "tudo é permitido" gerou outras situações estranhas durante a festa. Havia servidor público vendendo camarotes e abadás. A rádio "official" do Carnaval 2013 foi a Rádio Mais FM, dirigida pelo Vice-Prefeito da cidade. A informalidade foi tanta que um vereador afirmou que o evento rendeu mais de 2 milhões de reais para a empresa contratada. Talvez por isso não seja tão absurdo um comentário anônimo postado aqui no blog, dizendo que um empresário saiu da cidade com alguns sacos de dinheiro nas mãos.
Esses são apenas alguns exemplos. Se forçarmos um pouquinho a memória, iremos nos lembrar de muitos outros.
Ninguém aqui está defendendo uma Administração Pública amarrada, travada. As próprias leis já permitem algumas flexibilizações. Agora, o que não se pode admitir é um governo, desde o primeiro dia, fazer exatamente aquilo que os seus integrantes tanto criticaram na gestão anterior. Cumprir as leis, ser e aparentar ser honesto, tratar os cidadãos com imparcialidade são obrigações mínimas assumidas e que, por isso, deveriam ser cumpridas pelos governantes. Estamos só no início do governo, mas, pelo andar da carruagem, a vaquinha tá com cara de que irá pro brejo.