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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Câmara de Campinas decide pela cassação do prefeito Demétrio Vilagra

Segundo relatório, ele não impediu esquema de corrupção na cidade.


Prefeito cassado diz que decisão é 'atentado à democracia'.

A Câmara Municipal de Campinas, no interior de São Paulo, decidiu pela cassação do prefeito Demétrio Vilagra (PT), no fim da noite desta quarta-feira (21).
Foram 29 votos a favor da cassação e 4 contra. A sessão, que teve votação aberta e nominal, durou mais de 36 horas. Vilagra é o segundo prefeito cassado em cerca de quatro meses na cidade.
O petista será substituído pelo presidente da Câmara, Pedro Serafim Júnior (PDT), que fica na Prefeitura por até 90 dias e deve convocar novas eleições na cidade. O Decreto Legislativo do afastamento será publicado no Diário Oficial do Município de segunda-feira (26), quando acontece oficialmente a troca no cargo. A defesa do prefeito afirmou que vai recorrer da decisão.
O processo de cassação começou a ser discutido nesta terça-feira (20). O relatório continha 1.400 páginas. Vilagra era vice do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), cassado em agosto pela Câmara Municipal por irregularidades.
Vilagra é acusado de quebra de decoro. Segundo o relatório, ele não impediu um esquema de corrupção na Sanasa, empresa municipal de saneamento, nas sete vezes em que assumiu a Prefeitura no lugar de Hélio.
Leia o restante da reportagem no Portal G1.

Opinião do Leitor: Araguari - uma cidade que não resolve os seus problemas, só os faz aumentar.


Um dos pontos de alagamentos registrados pelas lentes do Gazeta do Triângulo
 A propósito da reportagem do jornal Gazeta do Triângulo sobre os transtornos causados pelas chuvas em bairros periféricos de Araguari (clique aqui para ler), publico a opinião do leitor Leandro Cezar Maniezo. Aproveito para reforçar o convite a todos que quiserem se manifestar aqui. Este espaço é de todos nós.

Araguari - uma cidade que não resolve os seus problemas, só os faz aumentar.

Sempre nos deparamos com os mesmos problemas de infraestrutura básica na cidade. A população mais carente é desprovida das condições mínimas de dignidade nas nossas periferias. E é sofrimento o ano todo nos bairros periféricos, quando não é o barro, ou pior, a enchente, é a poeira que toma conta de tudo. Vou citar o bairro Vieno, no qual os moradores se perdem em promessas vazias de asfaltamento das ruas. Torço para que não asfaltem o bairro. O problema de infraestrutura é tão grande que se ousarem asfaltar sem a construção de galerias pluviais eficientes, aquelas ruas serão enormes piscinões, e a tragédia será bem maior. Outra questão preocupante é que SE fizerem as tais galerias pluviais, onde jogar a água? Na represa das Araras? A própria prefeitura já disse (mas nem devemos considerar o que dizem) que seria mais barato transferir a população do bairro do que dotá-lo de toda infraestrutura necessária. O bairro é uma "bacia", um antigo brejo que não possui rede de drenagem (natural) bem definida. E o esgoto desse bairro? Vai também pra represa das Araras? São questões que se arrastam e sempre se apresentam sem soluções. Não há projetos de urbanização do bairro. Os nossos péssimos governantes veem muito bem que esses bairros, além de bolsões de pobreza, significam bolsões de votos de uma população carente que troca meio caminhão de areia, ou meia dúzia de tijolos pelo seu voto e depois é esquecida. E de quatro em quatro anos as promessas se fortalecem nos discursos calorosos dos candidatos que quando eleitos passam anos no gerundismo: "buscando", "tentando", "pensando", "analisando". Bem típico de políticos que nada fazem pra mudar a realidade do povo que os elegeu. Parece redundante isso, mas Araguari cresce sem o mínimo de planejamento. Os moradores do bairro Jóquei Clube também sofrem com sérios alagamentos em ruas asfaltadas. E nos novos loteamentos esse problema grave se repete. Não sei onde tiraram a ideia de construir bolsões, enormes piscinões a céu aberto para acumularem as águas pluviais. Isso se tornará um problema gravíssimo, de difícil solução nos próximos anos. E as promessas? Viaduto no bairro São Sebastião? Recapeamento da Av. Mato Grosso? Praças pra que servem? Parque linear? Tratamento de esgoto?


Leandro Cezar Maniezo

Santa Casa de Misericórdia: Nota à Imprensa

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Grávida de trigêmeos passa 12 horas à espera de atendimento em MG

Motivo da demora foi a falta de UTI Neonatal em Araguari e região.

Médico informou que um já estaria morto, segundo a mãe da grávida.

Quase 12 horas de espera. Este foi o tempo que uma grávida de trigêmeos, com 29 semanas, esperou para ser transferida para um hospital com UTI Neonatal disponível. A mulher chegou à Santa Casa de Araguari, no Triângulo Mineiro, já em trabalho de parto por volta das 6h da manhã. A grávida foi atendida, mas o médico responsável disse que não faria o parto, pois só havia um leito de UTI Neonatal disponível no hospital.

Durante todo o dia a família tentou conseguir os leitos. Chamou a Polícia Militar e depois procurou Ministério Público. Por volta das 17h30, a grávida foi levada de ambulância para um hospital particular em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, a 250 quilômetros de Araguari.
Segundo a mãe da grávida, o médico que deu início ao atendimento em Araguari teria dito que um dos bebês já estaria morto.
A secretária de Saúde de Araguari, Iolanda Coelho, informou que na Santa Casa são oito leitos de UTI Neonatal credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e todos estão ocupados. Disse ainda que a grávida foi atendida por um obstetra que, ao verificar a necessidade do parto, acionou a Secretaria de Saúde que, por sua vez, acionou o SUS Fácil e a Central de Regulação.
Como em Uberlândia também não havia leitos, foram tentados outros municípios, até que houve a liberação em Patos de Minas.
A secretária disse também, que o médico responsável informou sobre a paciente e que os bebês teriam condições de aguardar pela transferência. Porém, Iolanda Coelho não soube o que teria levado um dos bebês à morte.

Transcrito do Portal G1 Triângulo Mineiro .

Pitaco do Blog
Mais uma vez, o nome da cidade é manchado por notícias ruins relacionadas à saúde pública. Provavelmente, os defensores do governo bradarão que a culpa é da oposição. O ex-juiz Rogério Fernal, por exemplo, não chegou a tanto, mas disse pela manhã em um programa de rádio que o prefeito não tinha culpa nesse episódio. Uma hora mais tarde, em outra emissora, o próprio prefeito, alheio à realidade da cidade que governa, fazia propaganda das melhorias que afirma ter implantado na saúde pública.
É claro que o setor de saúde pública, em condições "normais", já enfrenta problemas Brasil afora. Mas, parece que em Araguari as recidivas são mais frequentes do que em outras cidades.
Acompanhei esse episódio a partir de uma reportagem da Rádio Vitoriosa ontem pela manhã. Com o passar do tempo, o calvário da paciente, das crianças e da família foi se ampliando. Informações desencontradas, demora na definição de procedimentos, tudo contribuindo para aumentar a dor dos envolvidos.
Para que o problema fosse resolvido (insatisfatoriamente diante da perda de um dos bebês, uma menina), a família teve que procurar ajuda em emissoras de rádio, na Polícia Militar e no Ministério Público até conseguir uma internação em Patos de Minas, a 250 km de Araguari. Imaginem o sofrimento físico e psicológico dessa mãe durante a viagem? É esse o procedimento normal?
Sinceramente, não se pode encarar com naturalidade uma saúde pública que funcione na base da ocorrência policial e da intervenção dos veículos de comunicação. Essa é uma saúde doente. Ao que parece, em Araguari, as engrenagens do SUS só se destravam quando o fato ganha repercussão na mídia. Com medo de aumentar o desgaste dos governantes de ocasião perante a opinião pública, as soluções acabam sendo encontradas. Às vezes, tarde demais. Se os usuários forem humildes e não tiverem quem zele por eles, estarão irremediavelmente condenados a sofrer nos labirintos da saúde pública da cidade.
Contudo, isso não é culpa somente dos políticos e agentes públicos envolvidos. Todos nós contribuímos para que o sistema não funcione ou funcione de maneira desumana e cruel com os mais necessitados. Somos nós que, em regra, assistimos a tudo passivamente. Indiferentes à dor de pacientes e familiares, nos nivelamos em grau de desumanidade a alguns agentes públicos que atuam no SUS.
Por isso, é preciso insistir: temos que atacar as causas dos problemas, não as consequências. Exemplos? Se o dinheiro público tivesse sido corretamente aplicado, hoje teríamos um hospital municipal em funcionamento. Como os nossos representantes, com a nossa conivência, construíram um "elefante branco", o dinheiro público, ao invés de ser usado para instalar leitos de UTI em um hospital público, foi direcionado para um hospital privado, que, como sabemos, visa, sobretudo, ao lucro. Um erro leva ao outro. Tudo parece propositalmente orquestrado. Resumo da ópera: sem hospital público, os pacientes do SUS se tornaram reféns de empresários e profissionais do setor privado. É a versão araguarina do darwinismo: quem tem dinheiro se salva; quem não tem, geralmente, fica pelo caminho.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Araguari, 30 anos de preservação ferroviária

Alexandre Campos de Souza *

Após a traumática demolição da Estação da Mogiana e a retirada de seus trilhos, no final da década de 1970, que apagou uma parte importante da história de Araguari e do Estado de Minas Gerais, lideranças intelectuais de nossa cidade engendraram ações que garantiram a preservação dos remanescentes da Estrada de Ferro Goiás. Vários inventários, tombamentos e obras de restauração se destacaram no cenário regional e até nacional, como exemplos de valorização deste legado ferroviário.

Década após décadas, gestores municipais, instituições e a comunidade deram pequenos passos rumo à preservação deste rico acervo cultural disperso pela paisagem urbana, refletindo diretamente na identidade cultural do araguarino, projetando a cidade entre aquelas que lutam pela memória ferroviária.

Dentre as principais ações, ao longo do tempo, podemos pontuar os trabalhos da década de 1980, que culminaram no tombamento do Conjunto da Estrada de Ferro, cuja Estação é o principal ícone,em 1989, estimulado pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico do Ministério dos Transportes – PRESERVE. Após este processo, várias tentativas de comprar o conjunto ferroviário foram realizadas, até que em 1999, a lei municipal 3359, autorizou a compra de uma parcela da área, tendo a Estação e o Armazém de cargas como principais prédios.

No mesmo ano foi realizada a restauração do telhado do prédio, garantindo sua preservação parcial, até que novas ações fossem realizadas. Em 2001 o processo de restauração da Estação continuou, com o Mutirão PróRestauração, que envolveu a comunidade local no importante passo que viria pela frente.

O prédio da Estação tornou-se o centro das ações culturais, chamando a atenção da população para a riqueza histórica da ferrovia. Desfiles, shows, palestras e feiras gastronômicas foram realizados diante do prédio ainda degradado, enquanto os projetos da restauração eram elaborados.

Diante do valor cultural da Estrada de Ferro Goiás para Araguari, para o Triângulo Mineiro e estados de Minas Gerais e Goiás, o patrimônio de bens imóveis foi tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural de Minas Gerais-IEPHA MG. A cidade passou a fazer parte dos locais oficiais que ajudavam a contar a história de Minas Gerais.

Junto das ações públicas, a comunidade trabalhou, participando e apoiando todas as etapas. Em 2004, quando a RFFSA tentou desviar um dos vagões tombados no conjunto de bens móveis, a comunidade ferroviária se mostrou atuante, impedindo a saída da carreta, deitando-se no chão. A prefeitura prontamente atuou junto aos meios legais, impedindo a retirada do bem.

Em 2005 a Restauração da Estação da Goiás foi entregue à população, juntamente com o Museu dos Ferroviários de Araguari. Os esforços dos mais de 30, diversas gestões, e ações populares foram coroados com este elemento que virou um ponto de encontro para a cidade. Em homenagem aos trabalhadores que construíram este patrimônio, a Câmara Municipal batizou o prédio com o nome de “Palácio dos Ferroviários”. Araguari virou notícia em todo o país, fortalecendo o orgulho de sua população.

Continuando o processo de revitalização do conjunto ferroviário, em 2007 iniciou-se o projeto de restauração do Armazém de Cargas, que agora, em 2011, se apresenta a todo vapor, para instalação da secretaria municipal de Educação. O projeto, devidamente autorizado, seguindo as normas de preservação, se abre como um rico processo educação patrimonial, diante das parcerias entre diversos órgãos públicos e Conselho do Patrimônio Cultural.

Cada ação em favor da valorização ferroviária araguarina efetiva nossa cidade como exemplo de cidades evoluídas culturalmente, tornando-se referência para tantas outras, deixando na história o nome de seus idealizadores.

* Bacharel e Licenciando em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e, infelizmente, mais uma vítima fatal de acidente ocorrido no dia 6 de dezembro, na BR-050.
Publicado originariamente no Jornal Gazeta do Triângulo, de 08/12, em homenagem póstuma ao jovem Alexandre Campos de Souza.

Pitaco do blog
Bela homenagem do Gazeta ao Alexandre.
Aos poucos, vou conhecendo as belas histórias de vida daqueles que se preocupam com a preservação da história de Araguari. É um trabalho muito bonito, feito, via de regra, por jovens idealistas, apaixonados pela cidade.
A minha esperança sincera é de que, na esteira do Alexandre Campos, sigam outros jovens, igualmente interessados na preservação do rico legado ferroviário. E que eles consigam, cada vez, mais se fazer ouvir pelo poder público. Afinal, se quisermos alcançar a evolução cultural referida no artigo, devemos atribuir à preservação da história do município o status de agenda permanente de todos os governos.

Rodoviária: banheiros continuam interditados

No período de maior movimento, os banheiros da rodoviária
continuam interditados (foto: Sandra Lúcia Ferreira).

Trilhos no perímetro urbano de Araguari são reconhecidos como patrimônio histórico oficial

 Escrito por Talita Gonçalves


No início deste mês, o Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Histórico decidiu por unanimidade o tombamento dos trilhos que cortam o perímetro urbano de Araguari devido ao seu valor cultural, paisagístico, etnográfico, técnico e memorial. São 2.400 metros de extensão, desde a parte do final do pátio original da Estrada de Ferro Goyaz até o pátio da ferrovia atualmente ativa.



A linha férrea é um importante elemento cultural
do município de Araguari (Foto: Gláucio H. Chaves)
Um terço desse trecho cruza as duas pistas das avenidas Mato Grosso e Belchior de Godoy. Depois, passam por uma região onde antigamente era feito o embarque de animais, no bairro Santa Terezinha, segue paralela ao Batalhão Mauá e em seguida cruza a rua Jaime Araújo, próximo a uma fábrica de cortiças que recentemente foi demolida. Nessa região, muitas residências estão próximas aos trilhos, que continuam em trechos mais desabitados.
Durante todo o percurso, estão presentes os postes telegráficos, e cruzes de Santo André nos cruzamentos, pintadas com faixas brancas e pretas.
O inventário do tombamento foi executado pelo arquiteto Gláucio Henrique Chaves e Alexandre Campos, geógrafo que trabalhava na Divisão de Patrimônio e faleceu recentemente em um acidente na BR-050. A idéia é disponibilizar o espaço para utilização de transporte ao invés do uso turístico. “O veículo leve sobre trilhos é como se fosse um bonde, sua instalação é barata,” conta.
Um dos trechos do documento que oficializou este bem imóvel como patrimônio histórico do município ressalta que “tal como o leito de um rio é para suas nascentes, os trilhos no perímetro urbano fazem parte do conjunto ferroviário, sendo de importante necessidade sua preservação cultural.”
Um bem tombado é um bem que a comunidade deseja preservar, como explica o arquiteto. “As pessoas tem uma noção de que eles são intocáveis, mas na verdade eles devem ser utilizados. Aquilo não é só um cenário. Temos a ideia de que este patrimônio possa desencadear processos de pensamento, da pessoa se sentir pertencente à comunidade,” enfatiza.
Para intervenção nos trilhos, como aquelas que foram realizadas em recapeamentos na cidade, será necessário apresentar um projeto ao Conselho do Patrimônio, que irá analisar se a intervenção pode ser feita, e os critérios técnicos para determinar sua realização.


História
A construção da linha férrea ocorreu no início do século XX. A locação da ferrovia que ligaria Araguari –MG a Catalão – GO ocorreu em 27 de setembro de 1909, e evidencia o papel regional da economia, política e sociedade da época. Conforme o inventário, a linha férrea é um importante elemento cultural para o município, para o Triângulo Mineiro e os estados de Minas e Goiás, acervo este que transcende sua história e seu território. Seu valor pode ser comprovado com os tombamentos do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Antiga Estação da Estrada de Ferro Goiás, municipal em 1989 e estadual em 2002.


Degradação
Abandono, ação do tempo, vandalismo, obras públicas, falta de uso e acúmulo de lixo, são alguns dos fatos ligados à degradação dos trilhos, conforme documento da Divisão do Patrimônio Histórico. Um episódio polêmico foi a abertura da rua Luiz Schinoor, paralela a rua Amapá, feita pela prefeitura municipal.
Segundo Gláucio Henrique Chaves, o dossiê de tombamento do conjunto arquitetônico, dizia que não era permitido abrir novas ruas dentro do complexo. “A administração quis fazer, e o Ministério Público não se sensibilizou com isso. O problema dessa rua é que o pátio foi cortado em dois, o que ocasionou em vários furtos de material ferroviário. Havíamos avisado isso uma semana antes de acontecer,” expôs.

Transcrito do Gazeta do Triângulo, edição de 20/12/2011.

Pitaco do Blog
Nas pessoas dos familiares do saudoso Alexandre e na do Gláucio, parabenizo o Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Araguari pela medida adotada. A saga da ferrovia em Araguari é um bem imaterial que necessita ser preservado. As gerações futuras têm o direito de conhecer a luta daqueles que ajudaram a desenvolver a cidade e participaram da interiorização do desenvolvimento, daquilo que pode ser tranquilamente inserido no conceito de integração nacional.
Infelizmente, o trabalho dos preservadores é inglório. Muitas vezes, desconhecido de grande parte da população. Noutras tantas, tem como grande obstáculo as barreiras criadas pelo poder público, justamente aquele que deveria ser um parceiro nessa luta.
A propósito, o grande temor atual das pessoas envolvidas na preservação desse patrimônio radica-se exatamente na conduta dos atuais administradores da cidade. Contando com a omissão do Legislativo, do Ministério Público e da sociedade em geral, a gestão Marcos Coelho recortou o pátio da antiga estação ferroviária, sepultando trilhos e desfigurando aquele acervo histórico. A maior tristeza decorrente desse fato, além da destruição do patrimônio em si mesma, é a constatação de que temos no atual governo vários parentes de um das pessoas mais importantes da história araguarina, o antigo empresário Manoel Póvoa, que fez fortuna em seus estabelecimentos montados justamente ao lado da já destruída linha férrea da antiga Mogiana. Preservar a história da ferrovia seria, em certa medida, preservar também a memória do patriarca da família Póvoa.
Somente a educação e a conscientização da população em relação ao significado desse legado dos ferroviários poderá salvar esse patrimônio. É preciso agir antes que seja tarde. Por isso, redobramos o agradecimento aos membros do Conselho. Muitas outras lutas se avizinham. Que venham outras vitórias!

Atualizado às 11h08. Na postagem original, cometi um equívoco, confundindo o Alexandre Campos, recentemente falecido, com o também atuante Alessandre Campos. A todos, peço desculpas pela falha. Ao leitor Riberto de Sousa Júnior, agradeço pelo alerta.

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