A prefeitura de Araguari, no Triângulo Mineiro, iniciará estudos para implantar o segundo distrito industrial (DI) no município. A cidade necessitará de mais espaço para abrigar empresas diante da perspectiva de atração de investimentos com os planos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale S/A, de construir um "superterminal" de cargas em Araguari.
Em janeiro, o diretor comercial da concessionária, Fabiano Lorenzi, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, revelou o projeto de construir o terminal no Triângulo Mineiro. Os detalhes do empreendimento, como o valor do investimento, ainda não foram revelados.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento de Araguari, Thereza Christina Griep, diversas empresas estão interessadas em investir no município por conta do projeto da FCA. Ela explicou que ainda há espaço no DI existente em Araguari, mas será necessário um novo distrito para investimentos de maior porte.
A secretária, sem revelar detalhes das negociações, garantiu que empresas de diversos ramos, como logística, alimentos e microprocessadores, já consultaram o município. Além disso, estabelecimentos que já estão instalados em Araguari possuem projetos de aportes em expansão.
Segundo Thereza Griep, os estudos para a instalação do novo distrito deverão ser iniciados no próximo ano, quando a primeira fase do terminal da FCA deverá estar em operação.
Área - O terminal contará com uma área de aproximadamente 670 mil metros quadrados, já adquirida pela ferrovia. O empreendimento deverá concentrar cargas de grãos, fertilizantes e contêineres para carga geral.
A FCA conta com cerca de 8 mil quilômetros e cruza 300 municípios em sete estados (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Sergipe e Bahia). O sistema logístico é formado por 500 locomotivas e mais de 12 mil vagões. Os principais produtos transportados pela ferrovia são as commodities agrícolas, como soja, milho e açúcar.
A malha operada pela FCA é originária da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). A concessão foi obtida por meio do Programa Nacional de Desestatização (PND) realizado em 1996, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A RFFSA transferiu suas malhas para a iniciativa privada por um período de 30 anos, prorrogáveis por mais 30.
A FCA obteve a concessão da Malha Centro-Leste da RFFSA em leilão realizado em junho de 1996. Em 2003, a Vale assumiu 99,99% do controle acionário da concessionária.
Conforme o último balanço divulgado pela FCA, a companhia aumentou seu prejuízo no primeiro semestre para R$ 96,253 milhões. Na primeira metade de 2010 o resultado foi negativo em R$ 18,104 milhões.
A receita líquida da ferrovia nos primeiros seis meses de 2011 somou R$ 468,177 milhões, ante R$ 483,124 milhões no acumulado até junho do exercício passado, o que significa queda de 3%.
O transporte de cargas alcançou 4,928 bilhões de toneladas por quilômetro últil (TKU) no acumulado entre janeiro e junho. O resultado é 11,7% inferior ao verificado nos primeiros seis meses do ano passado, quando totalizou 5,587 bilhões de TKU.
Transcrito do site da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários). 
Originalmente publicado no Diário do Comércio/MG.