Via Facebook, Gláucio Henrique Chaves noticia a demolição do imóvel que era a residência do Dr. Calil Porto, cardiologista, defensor e pesquisador da história regional. Ainda, foi o descobridor da Febre Amarela Silvestre.
Como forma de homenageá-lo, o Arquivo Público do município, que funciona junto à FAEC, recebeu o nome de Arquivo Histórico e Museu Dr. Calil Porto. Segundo Gláucio, a instituição "guarda importantes acervos regionais, como raríssimas bibliotecas, discoteca, imensa coleção de negativos e fotografias, hemeroteca etc. Ele foi fundamental no desenvolvimento de incontáveis trabalhos, livros e teses. Visitantes e pesquisadores de vários estados encontram apoio em seus documentos, como assegura o seu livro de visitas.".
Ainda de acordo com Gláucio, comenta-se que a casa situada na Av. Tiradentes nº 218 "foi adquirida pelo mesmo empresário que anda comprando 'casas velhas' para derrubar, como fez com o Relicário, o colégio Santa Terezinha e muitos outros.".
Este fato, ao que tudo indica, é mais um a comprovar o descaso do governo atual com o patrimônio histórico e cultural da cidade. Aliás, sucessivos governos têm sido omissos (pra não dizer criminosos) na guarda e conservação de valiosos legados deixados por nossos antepassados. Nota-se a falta de uma política pública tendente à defesa desse importante patrimônio. A continuar assim, o que deixaremos para nossos filhos? Quais as perspectivas de um povo que não zela pela sua história?
A propósito dessa omissão, vale lembrar que o Ministério Público do Estado de Minas Gerais está processando o ex-prefeito Marcos Alvim e o empresário Luiz de Freitas Peixoto (o mesmo que, segundo Gláucio, está demolindo mais esse imóvel de valor histórico), com a finalidade de reparar os danos causados ao patrimônio histórico, estético e cultural do município pela destruição do prédio do antigo Relicário.
Infelizmente, esse tipo de medida ainda é muito branda e ineficaz. Na melhor das hipóteses, serão condenados a pagar uma pequena indenização. O imponente Relicário nunca mais estará de pé. Em sede de preservação do patrimônio histórico, é necessária a adoção de medidas preventivas de urgência. Só elas podem evitar esse tipo de dano irreparável.
Assim, é preciso que todos, inclusive o Ministério Público, sejam mais vigilantes. Se continuar dessa forma, em breve o nosso passado vai se resumir a algumas fotografias do inexistente. Elas retratarão o pouco caso com que tratamos o legado daqueles que, ao longo de 123 anos, deram vida e forma a Araguari.