Volto ao tema da compra do caro açúcar pela Prefeitura. Motivo: algumas pessoas estavam em dúvida quanto à fonte da informação.
Explico: por força da Lei da Transparência (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp131.htm), o Município tem o dever de disponibilizar diversas informações à sociedade. Cumprindo parcialmente essa lei, a Prefeitura vem publicando em seu site algumas informações sobre a gestão pública.
Do próprio site da Prefeitura (www.araguari.mg.gov.br) extrai-se a informação de que, em março deste ano, foram adquiridas 7 toneladas de açúcar a R$ 2,25 o quilo, gerando um custo total de R$ 15.750,00 (vide foto acima). O pacote de 5 kg saiu, então, a R$11,25, bem acima do preço praticado pelo mercado (à época, o preço do produto girava em torno de R$ 9,00 o pacote). 
Não se pode afirmar que houve má fé nessa compra. Contudo, pode-se dizer, com certeza, que o Município vem sofrendo prejuízo por causa dela. Em outras palavras, essa despesa pública é nitidamente antieconômica.
Para se evitar isso, a solução seria simples. Bastaria ao  Município promover um registro de preços a cada três meses, evitando pagar caro por um produto sazonal, ou seja, aquele cujo preço sofre influências conforme o período do ano (safra, entressafra). Por exemplo, alguém compraria leite para o ano todo pagando o preço cobrado pelo mercado durante o período de seca?
Há outra saída. Poderia o Poder Executivo aderir a licitações promovidas por outros órgãos públicos. Por exemplo, se um órgão público adquiriu o açúcar por preço menor, o Município poderia simplesmente adquiri-lo do fornecedor vencedor de outra licitação. 
De um forma ou de outra, a Administração deve rescindir esse contrato para evitar o aumento do prejuízo. O fundamento para isso está na falha do processo de licitação, que permitiu a aquisição do açúcar (e talvez de outros produtos) a preços exorbitantes. 
Por fim, reitero o que disse no outro post. Esse assunto precisa ser melhor fiscalizado pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas do Estado.