Há sempre uma forma de dourar a pílula. Desta vez, o eufemismo foi usado para disfarçar o descumprimento, pelo governo municipal, da lei ou, pelo menos, de uma praxe ligada a direitos dos servidores públicos. Nesta semana, o Gazeta do Triângulo noticiou que o "Adiantamento do 13º salário de servidores municipais não segue cronograma de anos anteriores" (clique aqui). Apesar da acepção mais agradável, o jornal apenas quis dizer que o que era pra ser pago em agosto ficou pra novembro (talvez, outubro). Como diz o personagem Buiu, da Praça é Nossa (SBT), "traduzindo: atrasou!".
Ora, existe uma prática de se pagar o adiantamento do 13º salário em agosto. Por isso, os servidores se programam já contando com esse dinheiro.
Esse tipo de atraso, normalmente causado por má gestão orçamentária e financeira (novidade, né!), deve, sim, ser questionado. Não abrandado. Recentemente, ganhou grande repercussão na mídia o adiamento do pagamento do adiantamento do 13º aos aposentados e pensionistas do INSS (detalhe: esse pagamento foi adiado de agosto para setembro). Devido ao atraso, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindinapi) entrou com uma ação pedindo que o governo federal fosse obrigado a antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos aposentados que recebem do INSS (clique aqui).
Pelo jeito, em Araguari, o "não seguimento do cronograma" pode ser considerado normal. De fato, isso parece natural numa prefeitura que rotineiramente atrasa seus compromissos ("vanzeiros", por exemplo) e, que por vezes ("Tarja Preta" e "Caçamba"), realiza pagamentos, digamos, "por fora da contabilidade oficial". Nada mais nos assusta, portanto.
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