domingo, 16 de março de 2014

Os engavetadores de escândalos

No âmbito nacional, um personagem ficou conhecido como engavetador-geral da República. Trata-se de ex-procurador-geral do Ministério Público Federal, Geraldo Brindeiro. Afirmava-se que ele era condescendente com as irregularidades praticadas pelos "Tucanos" na gestão de Fernando Henrique Cardoso, em especial nos casos das privatizações e da compra de votos para a sua reeleição. Da mesma forma, outro procurador-geral, Roberto Gurgel, chegou a receber essa pecha por engavetar temporariamente a Operação Vegas, que envolvia, inclusive, ministros de tribunais superiores.

Penso que esse título não possa ser atribuído a uma só pessoa. Na verdade, existe toda uma cultura de impunidade, um sistema engavetador. O engavetamento de escândalos é difuso. Não se resume ao âmbito federal. Estados e municípios também têm seus engavetadores. Da mesma forma criou metástases em todos os Poderes.

Araguari não é diferente. Desde maio de 2009, este blog vem acompanhando  mais de perto as condutas dos gestores do município. Do pouco que se pôde observar em razão da falta de transparência, já foi possível verificar a ocorrência de diversas irregularidades. Algumas causadas por desconhecimento da legislação administrativa. Falhas perdoáveis, portanto. Outras, manchadas pelas tintas da má fé e que, por isso, deveriam ter sido evitadas ou reprimidas com rigor pelos órgãos de controle.

Araguari não foge à regra. Aqui, os engavetadores de escândalos estão em plena atividade. Aliás, neste exato momento, devem estar dando gargalhadas dos idiotas que, como este blogueiro, ainda insistem em falar de conceitos extremamente abstratos, tais como interesse público, moralidade, legalidade, etc. Mas quais seriam esses engavetadores?

A exemplo do que ocorre Brasil afora, aqui algumas instituições parecem ter sido criadas para não enxergar e vêm cumprindo muito bem esse papel. Querem exemplos? São muitos. Mas, vou citar apenas um dos mais recentes. Os senhores se lembram das inúmeras suspeitas de irregularidades graves que pairam sobre as condutas de agentes públicos locais pegos ou citados em escutas telefônicas captadas pela Operação Tarja Preta? Pois bem, os engavetadores de escândalos araguarinos concluíram, após os trabalhos de uma sindicância e de uma Comissão Legislativa de Inquérito, que nada de errado aconteceu no Gabinete do Prefeito, na Procuradoria-Geral e no Departamento de Licitações e Contratos. Diferentemente, em Goiás, um dos envolvidos, por realizar condutas semelhantes às praticadas em Araguari, está sendo processado criminalmente por pertencer a uma organização criminosa. Até parece que Goiás adota um Código Penal diferente do que vigora em Minas. Nessa linha de raciocínio, não será motivo de espanto se, também, o Ministério Público em Araguari concluir que todos esses fatos não passaram de ficção, mais uma invencionice dos derrotistas de plantão. Seria apenas mais uma vitória do sistema engavetador de escândalos, que continua invicto e ganhando todas de goleada.

Estados e DF nomeiam um funcionário comissionado por dia


Servidores sem concurso público na administração pública aumentaram 9,9% entre 2012 e 2013. No total, foram criados dez mil cargos deste tipo no período.

Já o número de profissionais sem vínculo permanente, que prestam concurso temporário ou são contratados por um curto período de tempo, aumentou 13,6%.




Pesquisa Perfil dos Estados Brasileiros (Crédito: IBGE)

Leia mais: http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/pais/2014/03/12/ESTADOS-E-DF-NOMEIAM-UM-FUNCIONARIO-COMISSIONADO-POR-DIA.htm#ixzz2w8SXudqO

sexta-feira, 14 de março de 2014

Serviço inacabado da SAE





Pitaco do Blog

Esta falta de respeito com a cidadã já foi objeto de questionamentos no Facebook e neste blog (clique aqui). 

De acordo com a reportagem do programa Linha Dura, Rede Vitoriosa, até ontem o problema não tinha sido solucionado. Vale lembrar que a SAE já cobrou pelo serviço, mas não o realizou dentro do prazo combinado. Será que, se o cidadão atrasar o pagamento da tarifa de água, a SAE irá deixar de cobrar juros dele?


quinta-feira, 13 de março de 2014

A impotência, a hibernação e a impunidade


Ontem, ouvi parte da entrevista da vereadora Eunice Maria Mendes ao programa Sem Rodeios, apresentado pela jornalista Leilamar Costa, na Alternativa FM. Pude extrair de sua fala que há uma sensação de impotência dos vereadores de oposição (apenas dois) em relação ao governo Raul Belém. Especialmente, notei uma certa descrença na possibilidade de barrar os inúmeros atos suspeitos praticados pela atual gestão.

Ao ouvi-la, reforcei a minha impressão de que o prefeito e sua turma têm a mais absoluta certeza da impunidade. Eles demonstram claramente a intenção de prosseguir na empreitada de desatinos iniciada antes da posse com aqueles acordos e conchavos próprios da jogatina eleitoral. O que se vê, agora, é uma espécie de pagamento do preço de pactos diabólicos. Perpetuam-se os atos suspeitos que nada têm a ver com o programa de governo apresentado à sociedade. Parece que as necessidades públicas são criadas segundo os interesses dos amigos do poder. O governo é para poucos. O projeto é apenas de poder. E todo poder corrompe, já ensinara Montesquieu.

Mas somente a omissão da maioria dos vereadores não seria suficiente para assegurar aos atuais governantes a certeza da impunidade. Esta é alimentada por outras circunstâncias. Outros atores relevantes entram em cena. Vivifica-se a impressão de que, além da Câmara, os demais órgãos de fiscalização estão igualmente dominados. Tem-se a sensação de que a influência desse grupo político não conhece limites. Parece que todas as nuvens de escuras suspeitas que pairam sobre as condutas dos governantes podem ser dissipadas com um simples telefonema, uma audiência reservada ou uma conversa de botequim. Processos serão arquivados ou nem nascerão. A continuar esse quadro, em breve o rei e a nobreza poderão apresentar à sociedade um atestado de santidade. Estarão aptos à canonização. Teriam lugar assegurado no altar dos "santos do pau oco", diria meu saudoso pai.

É extremamente grave o quadro. Entretanto, as pessoas de bem, que ainda são maioria absoluta na cidade, sobretudo fora da cúpula do governo, têm que abandonar o estado de letargia. A hibernação da cidadania só é conveniente a governantes mal intencionados. A nossa permanência em berço esplêndido poderá comprometer até o futuro da cidade.

Cruzamento perigoso

Há duas semanas, no Facebook, o cidadão João Vitor alertou para a necessidade de instalação de mecanismos para tornar mais seguro o trânsito no cruzamento da Rua Luiz Schinor com a Avenida Belchior de Godoi. O poder público não se manifestou sobre a sugestão. Hoje, o mesmo cidadão usou novamente aquela rede social para postar a foto abaixo, mostrando a ocorrência de um acidente naquele local.

Acidentes sempre acontecerão. Fazem parte do risco da vida em sociedade. Entretanto, cabe ao poder público planejar o trânsito de forma a reduzir-lhes a ocorrência. Para tanto, a participação da sociedade é fundamental. É a tal gestão democrática das cidades. No caso, a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade Urbana, deveria, pelo menos, dar uma resposta ao cidadão, que pode, com sua sugestão, estar representando a vontade de muitas outras pessoas. Afinal, ninguém melhor do que os usuários de vias públicas para apresentar sugestões aos gestores do trânsito. Fica a dica!

Rua Luiz Carlos, no Bairro Santiago, em Araguari está intransitável

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Pitaco do Blog



Esta rua fica na mesma cidade onde o prefeito vai gastar R$ 2 milhões com publicidade e já consumiu mais de R$ 600 mil com o Carnaval só neste ano. Isso é um tapa na cara do cidadão trabalhador que paga seus impostos para sustentar uma estrutura ineficiente.

Postagem em destaque

MPMG abre inquérito para investigar nepotismo na Prefeitura de Araguari

O prefeito, Major Renato Carvalho Fernandes, e Thaís Carvalho Fernandes figuram como representados em inquérito civil público aberto pelo Mi...