O Assessor de Orçamento da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Habitação da Prefeitura de Araguari (PMA), Marcos Lander Martins Carrijo, vem usando das redes sociais para debochar de pessoas e entidades que tentam fiscalizar a gestão pública da cidade. Desviado de função (o que é ilegal), talvez por não saber o que seja um orçamento público, o assessor vem atuando na Assessoria de Comunicação da PMA, onde, em vez de levar à população informações de interesse público, vale-se do cargo para atacar os que ousam discordar das inúmeras suspeitas de irregularidades que pairam sobre as condutas dos atuais governantes.
No trecho acima, extraído do Facebook, em tom de escárnio, o assessor chama a Associação do Direito e Cidadania de Araguari (ADICA) de "dona chica". Em outro ponto, ao se referir a este blogueiro, insinua, maldosamente, que as denúncias enviadas ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE/MG) são "sem pé nem cabeça". Postura normal vinda de quem só enxerga outra parte do corpo dos seus padrinhos políticos.
Na verdade, essas manifestações costumeiramente infelizes do tal assessor mostram a cara do governo Raul Belém. Primeiro, porque escancaram a falta de critérios na escolha dos assessores do prefeito. Parece que o requisito essencial para exercer certos cargos na PMA é a capacidade de bajulação do indivíduo. Vale lembrar que, em ambientes de apadrinhamento, compadrio e filhotismo, típicos do patrimonialismo tupiniquim, pessoas inúteis e de caráter duvidoso costumam ser as mais privilegiadas. Segundo, porque mostra que, além de escolher mal, o prefeito parece não fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Ao que tudo indica, o tal assessor usa as redes sociais durante horário de expediente para, a partir de computadores públicos, achincalhar pessoas em vez de distribuir informações relevantes, de interesse público.
Mas, o problema vai além. A conduta do assessor demonstra a total certeza da impunidade. Isso fica claro nas suas palavras. Além de tentar induzir as pessoas a acreditar que a Prefeitura necessita contratar advogados para se defender de denúncias supostamente infundadas enviadas ao TCE/MG, ele escancara a certeza de que os seus superiores, mesmo se "pegos com a boca na botija", jamais serão punidos.
Se você teve a paciência de ler este post até agora, lamento dizer: o assessor tem grandes chances de estar certo. Nem tanto em relação ao TCE/MG, instância onde, apesar da demora inerente ao devido processo legal, as denúncias têm sido recebidas e investigadas, redundando, ao menos, em multas aos que praticam irregularidades na gestão da cidade. Essa certeza de impunidade deve ter brotado na mente do tal assessor ao assistir à atuação leniente da Câmara de Vereadores e da Curadoria do Patrimônio Público do Ministério Público em Araguari, órgãos que, no papel (uma tal de Constituição Federal), deveriam fiscalizar, com eficiência, os atos do Executivo. A culpa, portanto, não é só dele. É do ambiente de impunidade onde vivemos.