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terça-feira, 14 de junho de 2011

O Correio Oficial e suas finalidades nada nobres

A edição do Correio Oficial do município de Araguari de sexta-feira, feita às pressas, noticiou a  revogação da liminar que suspendeu a cobrança do IPTU. Essa publicação, a meu ver, só pode ter dois motivos. Primeiro, captar recursos para tentar "fechar" o caixa da Prefeitura. Segundo, jogar mais um pouco de dinheiro nos cofres do Correio de Araguari.
Outro detalhe. Essa notícia não supre a publicação da decisão do Tribunal de Justiça no Diário Oficial de Minas Gerais. Só a partir dessa publicação, os contribuintes estarão obrigados a pagar a segunda parcela. A Prefeitura apenas gastou tinta e papel para produzir um nada jurídico. Não poderá cobrar multa e juros de mora de quem não pagou.
O último detalhe. Trinta por cento do espaço dessa edição foi destinado à veiculação de propaganda governamental (tipo: pra dizer que Araguari é um ninho de amor). Não tendo nada de interesse público para publicar, forçou-se a barra para conseguir encher quatro folhas de papel. Letras grandes. Muita propaganda. Tentativas de melhorar a imagem do governo. Simplesmente, vergonhoso... Se eu participasse de um governo desses, teria vergonha de encarar as pessoas na rua.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Serras Azuis é aqui

Abre aspas para o grande Geraldo França de Lima, no romance Serras Azuis:
"A última da edilidade é um projeto remodelando o velho Largo da Escrava: a lei manda tombar as venerandas gameleiras, extinguir a biquinha, secar a fonte e demolir o bebedouro. No pensar do legislador aquelas árvores estão idosas, a biquinha é antiestética e o bebedouro um viveiro de mosquitos. Manda a lei que, em lugar da fonte, se faça um tanque de azulejos, raso, à moderna, para criar peixinhos doirados. Enfim, uma serrazulada.".
Agora, compare esse trecho com a atual reforma da Praça Manoel Bonito. Tombaram as sibipirunas, demoliram os banheiros... A ficção virou realidade? Ou é a história que está se repetindo?

Matutando

O prefeito passou a maior parte da sexta-feira dando entrevistas e cantando vitória com a volta do IPTU. Deve ser por isso que a cidade anda tão bem administrada...

A volta do IPTU, na visão do governo

O procurador-geral do município, Dr. Leonardo Henrique, disse que a decisão não foi favorável ao prefeito, mas sim aos próprios cidadãos. Isso não corresponde à verdade. Talvez um dos poucos cidadãos beneficiados pelo aumento dos impostos seja o próprio procurador-geral. Afinal, ele ingressou no serviço público sem concurso, recebe alto salário (mais de 7 mil reais/mês), recebe, ainda, honorários advocatícios que pertenceriam ao município e ainda pode advogar "por fora", inclusive contra o município. Sem comentários...

Proposta de isenção de impostos sobre medicamentos

A carga tributária incidente sobre os medicamentos está em torno de 35,7%. O Deputado Reguffe (PDT-DF) apresentou proposta de desoneração tributária de todos os remédios. Se acolhida, custaria R$ 3 bilhões aos cofres públicos. Isso representaria 0,11% do Orçamento de 2011, que está na casa de R$ 2,73 trilhões.

domingo, 12 de junho de 2011

Boleiras Pioneiras

Motivos de orgulho para os araguarinos. Mulheres maravilhosas. Contra tudo e contra todos! Pioneiras do futebol feminino num país onde jogar bola era coisa só de homem. Parabéns a todas! Parabéns também a Teresa Cristina! Resgatou parte bonita da nossa história. Eternizou o nome dessas mulheres fantásticas. Vem destacando o nome da cidade.

Abre aspas para o Uol e Folha de S. Paulo, edição de hoje:

Primeiro time feminino brasileiro é reativado em Minas

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A ARAGUARI

Vinte e poucos peladeiros de fim de semana observam as cinco alegres senhoras posando para fotos nas traves de um acanhado estádio na cidade de Araguari (MG), a 671 km de Belo Horizonte.


Nos anos 50, futebol feminino tinha gracejos, fãs e talento

           Lalo de Almeida/Folhapress 
Jogadoras do 1º time feminino posam em campo de Araguari

Era o intervalo da tradicional pelada da tarde do último sábado. Diante eles, um capítulo quase esquecido da história do futebol brasileiro. Do futebol feminino, claro.
Seleção feminina fecha lista da Copa com base de Santos e Bangu
Elas são as pioneiras da bola no Brasil. As precursoras de uma modalidade hoje comandada por Marta, a melhor do planeta, e que vai buscar a Copa do Mundo na Alemanha a partir do dia 29.
Após 52 anos, o Araguari Atlético Clube voltará a ter um time feminino de futebol.
O primeiro que ele montou, entre 1958 e 1959, durou dez meses e apresentou ao país, cercado de assombro e sucesso, 22 meninas que, audaciosamente, deixaram o machismo de lado para mostrar as pernas e jogar bola.
Hoje senhoras entre 60 e 70 anos, as primeiras jogadoras de futebol do Brasil já receberam homenagens em Minas. Agora buscam o reconhecimento da rainha Marta e do governo brasileiro.
GLAMOUR E CHUTEIRAS
Araguari, 1958. A cidade via um de seus tradicionais colégios passar por dificuldades financeiras.
A escola pediu ao diretor do Araguari, um dos dois times da cidade, para fazer um amistoso e arrecadar fundos.
"Meu pai pensou em reunir as meninas da cidade e fazer uma partida diferente", diz a historiadora Teresa Cristina Montes Cunha, filha de Ney Montes, então diretor da agremiação mineira.
A historiadora, responsável por levantamento do episódio, diz que, até então, no Brasil, só "apresentações circenses" e jogos de salão citavam mulheres no futebol.
Escolas e rádios divulgaram o que seria a primeira peneira feminina do país que, meses antes, havia vencido sua primeira Copa do Mundo, na Suécia. Quarenta meninas, entre 12 e 18 anos, apresentaram-se, e 22 foram selecionadas para o time.
Durante dois meses, as moças, todas estudantes e bem-nascidas, atraíram a atenção da cidade.
"Araguari inteira soube que havia um time feminino sendo formado. Os treinos eram lotados", conta Heloísa Marques, 64, ex-meia e professora aposentada.
Como não havia equipes adversárias, 11 moças jogaram com a camisa do Araguari e 11 vestiram o uniforme do rival Fluminense-MG.
A primeira partida, em dezembro, foi um sucesso. Depois surgiram convites das cidades da região para jogos das "pioneiras da bola".
A revista "O Cruzeiro" fez uma extensa reportagem. "Glamour usa chuteiras" era o título da história. O time virou assunto nacional.
"Parece curioso, mas a verdade é que um bom número de jovens, e jovens formosas, pratica esse esporte em Araguari. Futebol autêntico", dizia a reportagem.
Em nove meses, elas arrastaram pequenas multidões em várias cidades do interior de Minas, chegaram a Belo Horizonte, Goiânia e Salvador, onde desfilaram em carro aberto pela cidade.
Foram cerca de dez partidas. Até que o sucesso chamou a atenção da sociedade e da igreja de Minas: vieram as pressões para vetar o jogo.
Colégios de freiras pressionaram contra suas alunas boleiras. Em Tupaciguara, ameaçaram atear fogo no ônibus caso as jogadoras entrassem na cidade.
Quando veio convite para jogar no México, apareceu a proibição do extinto CND (Conselho Nacional de Desportos), em 1959, que resgatou antigo decreto-lei que citava "esportes incompatíveis com as condições da natureza das mulheres".
Era o fim do futebol feminino no país, que só voltaria a reaparecer nos anos 70.
Neste ano, o Araguari reativou seu futebol e formará equipe feminina. As veteranas foram homenageadas pelo município. Aguardam agora resposta do governo federal para ver o time reconhecido como pioneiro. E sonham encontrar Marta.
"Se o Brasil for campeão, terá um dedinho nosso",afirma Zalfa Nader, 66, a primeira capitã do Brasil.

Transcrito do Uol. Clique aqui para ler direto na fonte.

Desvio de foco proposital

Infelizmente, a questão do IPTU virou caso de política. Numa hora, a oposição canta vitória. Noutra, o grupo palaciano é quem comemora. Na briga entre a maré e o rochedo, o marisco é quem leva a pior. Resta ao cidadão, com medo, correr para os bancos e cumprir a obrigação tributária.
Essa polarização política da questão não é boa. Perde-se o foco.
Isso me entristece. Em especial, no caso do IPTU (do novo Código Tributário). Antes de ser político, o problema é, sobretudo, jurídico. Independente do que vier a ser decidido judicialmente (por ora, nenhum dos dois lados tem vitória definitiva), tenho absoluta convicção de que a forma de aprovação e o conteúdo do novo Código contrariam gravemente a Constituição Federal e outras leis. Esse é o problema maior. A briguinha política só serve para criar uma cortina de fumaça.
Precisamos trazer para a mesa de discussões, sem paixões políticas, a questão jurídica. Nessa seara, vemos uma população sendo violentada cotidianamente pelos governantes de plantão. Aumentam-se tributos sem observar os direitos e garantias míninos dos contribuintes. Atropelam-se a ética e o direito.
Pior: os recursos públicos tungados do povo, em grande parte, não se destinam ao bem comum. Estão servindo, infelizmente, para enriquecer empresários e políticos, reais detentores do poder na cidade.
Portanto, o desvio de foco serve apenas para ocultar a realidade. Não existem vencedores nesse caso. Perdedores muitos. Somos todos nós, contribuintes. "Representados" por governantes totalmente descompromissados com a ética e o direito, ainda temos que fazer "vaquinhas" tributárias para bancar as comemorações daqueles que nos roubam. 

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