sábado, 24 de março de 2018
O que os militares querem?
Na década de 80, quando era militar, qualquer colega de farda que fosse à imprensa falar de política ou criticar o comando era exemplarmente punido. Muitos eram excluídos a bem da disciplina. Não raro, até seus comandantes sofriam punição por quebra da hierarquia e da disciplina.
Hoje, tudo mudou. Muitos militares entraram com força na política graças às redes sociais. Sem controle, há pelo menos quatro anos vêm fazendo campanha política em favor, entre outros, do ex-capitão Bolsonaro. Para levar a fim esse intento, propagam ódio e fake news. Seguem claramente a linha fascistóide do líder, candidato à Presidência da República.
A tática foi exitosa. Tanto que grande parte da população vê nos militares os verdadeiros salvadores da pátria. Acredita piamente que irão acabar com a corrupção e com a criminalidade, algo impossível na prática. O sucesso da propaganda descontrolada deve-se também ao terreno fértil onde foi semeada: uma sociedade desiludida com a política e repleta de pessoas desprovidas de espírito crítico. Enfim, vive-se agora o processo de canonização de nossa senhora da farda redentora.
Mas, o que esses militares realmente querem? Desejam bem mais do que o ex-capitão Bolsonaro pretendia nas décadas de 80 e 90, quando o vi na 306 Norte, aqui em Brasília, organizando manifestações de esposas de militares (panelaços) em busca de melhores salários para os maridos. Agora, querem realmente uma fatia maior de poder! Um incremento do número de parlamentares militares. Quiçá, um presidente da República!
Para quê? Abstraindo-se a defesa de interesses comerciais, como o de fabricantes de armas e equipamentos bélicos, os militares (mais ou menos extremados) buscam, por exemplo, aumento salarial e a manutenção de benefícios previdenciários. Nada de interesse público, portanto. E, por estas bandas, nada melhor do que o poder para satisfazer interesses não republicanos.
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