sábado, 21 de novembro de 2015

A OAB e a omissão


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Araguari, irá escolher hoje o seu futuro presidente. E o que isso tem a ver com gestão pública? Muito mais do que se pode imaginar. 

Entre diversos elos entre a entidade e a gestão pública, interessa, para os fins deste post, o fato de existirem, na estrutura da Prefeitura, cargos públicos privativos de advogados. Refiro-me aos cargos de procurador e advogado, para cujo exercício faz-se necessário inscrição na OAB. 

Agora, é preocupante constatar que, em Araguari, os cargos de procurador não são ainda preenchidos mediante concurso público. Isso mesmo! Todos os cargos de procurador são atualmente ocupados por servidores comissionados. Vale dizer: para ser procurador, não é necessário demonstrar conhecimento técnico, condições éticas e se submeter a um concurso público. Nada disso! Basta ser amigo do rei. 

A OAB entra nessa história por omissão. Nenhum dos dois candidatos, durante o período em que ocuparam a presidência da entidade, teve coragem de acabar com essa farra na Procuradoria-Geral. Nenhum deles foi capaz de defender a moralização, a isonomia e a impessoalidade no acesso a esses cargos. Com isso, mostraram estar mais preocupados com a política (politicagem) do que com a defesa dos interesses da classe. De joelhos perante o governante da ocasião, em vez de lutarem por oportunidades iguais para todos os advogados da cidade, optaram pelo silêncio cumplicioso que prestigia aqueles que, por apadrinhamento, vão se revezando nos cargos de procurador. Logo, vem mais do mesmo por aí. Tanto na OAB quanto na gestão da cidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

É. Não tem jeito não. "Entra João e sai Bastião" sempre a mesma coisa. Parece que a própria população também já desistiu de esperar mudanças.

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