Nos
primeiros doze meses, a Prefeitura pretende gastar R$ 2,1 milhões com
publicidade (fonte:www.araguari.mg.gov.br)
De acordo com o edital de
licitação disponível no site da Prefeitura (www.araguari.mg.gov.br), o governo
Raul Belém pretende gastar R$ 2,1 milhões com publicidade nos próximos 12
meses. Esse montante corresponde a aproximadamente um por cento da receita
municipal estimada para o ano de 2013. Se o contrato for prorrogado, como
usualmente ocorre, os gastos durante os quatros anos de mandato poderão
ultrapassar a cifra de 8 milhões de reais.
A Lei federal nº 12.232/2010
conceitua serviços de publicidade como sendo “o
conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o
estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução
interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de
publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de
promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir ideias ou
informar o público em geral.”
Em resumo, o
Poder Público contrata-se uma agência de publicidade com a finalidade de prestar
esses serviços. Para veicular as peças publicitárias, a agência firma contratos
com emissoras de rádio, televisão, jornais e outros veículos de comunicação
social.
O município vem gastando
cifras consideráveis com serviços de publicidade nos últimos anos. Por exemplo,
no ano de 2010, ainda na gestão Marcos Coelho, de acordo com o blog
Observatório de Araguari (www.observatoriodearaguari.com), a empresa André
Ferreira Franco ME, que prestava esses serviços, recebeu 428 pagamentos da
Prefeitura, totalizando mais de um milhão e quatrocentos mil reais.
O blog Observatório
constatou, ainda, que, em setembro do ano passado, integrantes da oposição ao
governo Marcos Coelho fizeram, por meio da imprensa, severas críticas à então
secretária de Gabinete, Livya D’Angela Póvoa
de Lima, pelo fato de haver previsão de gastos de 1 milhão de reais com os
serviços de publicidade naquele ano.
Agora, mudaram o discurso.
Contrariando o passado recente, os atuais governantes, ao invés de reduzirem os
gastos no setor, resolveram aumentá-los. E muito. O valor total ora licitado
(R$ 2,1 milhões) corresponde ao dobro do total previsto para o último ano da
gestão anterior.
Gastos não explicados
O contexto dessas despesas,
também na nova gestão, encontra-se nebuloso. Isso porque, além da grande cifra
que será gasta com esse tipo de serviço, o governo Raul Belém, repetindo o erro
de seu antecessor, vem descumprindo a
Lei federal nº 12.232/2010, que exige a divulgação à população dos gastos com
publicidade. A norma manda que sejam discriminados, inclusive, os pagamentos
feitos pelas agências de publicidade aos diversos veículos de comunicação
social (prestadores de serviços). Em suma, de acordo com a lei que não está
sendo cumprida, a população tem o direito de saber quanto a Prefeitura está
gastando com as emissoras de rádio (Onda Viva, Planalto, Vitoriosa...), com os
jornais (Gazeta, Correio, etc.), com as emissoras de TV, com empresas de
outdoor, etc.
O quadro pode ser ainda mais
preocupante. Há duas semanas, o blog Bastidores do Poder (www.politicaaraguarina.blogspot.com)
levantou dúvidas sobre a possibilidade de uma empresa de comunicação que, até
recentemente, era dirigida pelo
vice-prefeito, Werley Ferreira de Macedo, estar sendo beneficiada em contratos
de publicidade firmados com entidade pública ligada à Prefeitura de
Araguari.
Em respeito aos seus
leitores e à verdade, o Observatório gostaria de trazer informações mais detalhadas sobre os gastos
com publicidade nos anos anteriores e no atual. Contudo, isso não foi possível,
uma vez que o Portal da Transparência da Prefeitura Municipal não as
disponibiliza.
Dessa forma, o jornal
voltará ao assunto em futuras edições não somente para ampliar as informações
sobre esses gastos, mas também para tratar da
licitação aberta pelo município para contratar os serviços de
publicidade.
O que diz a Lei?
A Lei federal nº 12.232/2010,
aplicável à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, prevê que:
"Art. 16. As informações sobre a execução do
contrato, com os nomes dos fornecedores de
serviços especializados e veículos, serão divulgadas em sítio próprio aberto
para o contrato na rede mundial de computadores, garantido o livre acesso às
informações por quaisquer interessados.
Parágrafo único. As informações sobre
valores pagos serão divulgadas pelos totais de cada tipo de serviço de
fornecedores e de cada meio de divulgação."
Transcrito do jornal Observatório (05/06), que pode ser encontrado também no Facebook.
Transcrito do jornal Observatório (05/06), que pode ser encontrado também no Facebook.
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