sábado, 27 de agosto de 2011

Levantamento mostra que faltam médicos generalistas no Saúde da Família

Rio de Janeiro - Apenas 5% das 32 mil equipes do programa Saúde da Família têm um médico especializado em medicina de família e comunidade, segundo constataram médicos espanhóis especializados em atenção primária à saúde (APS). Eles avaliaram o programa brasileiro entre abril e junho deste ano.

O levantamento, feito em centros de saúde pública de zonas urbanas e rurais de 19 estados brasileiros, a pedido da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), mostra que as equipes do Saúde da Família precisarão se readequar para seguir as diretrizes do Ministério da Saúde.
Portaria publicada nesta quinta-feira (25/8) pelo Ministério da Saúde, no Diário Oficial da União, determina que todas as equipes do Saúde da Família “deverão ter responsabilidade sanitária por um território de referência, de modo que cada usuário seja acompanhando por um agente comunitário de saúde, um auxiliar ou técnico de enfermagem, um enfermeiro e um médico generalista ou de família”.
Diretor da SBMFC, o médico Thiago Trindade disse que a falta de médicos de família, conhecidos também como generalistas, pode prejudicar objetivos importantes do programa e produzir outros gastos em saúde. “O programa pretende prestar atenção integral, que inclui ações de prevenção e assistência à população. Como não tem o médico generalista, essa população, acaba indo direto procurar outros serviços ou fica completamente desassistida mesmo.”
Ainda de segundo o levantamento, em regiões metropolitanas como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre menos de 30% da população é coberta pelo Saúde da Família. “O Saúde da Família está mais presente nas cidades de pequeno e médio porte. As de grande porte têm maior dificuldade para conseguir profissionais”, assinalou Trindade.
Ele defende ainda uma política de incentivo à formação e manutenção dos profissionais no atendimento generalizado. Segundo ele, o número de alunos de medicina que optam pela especialidade vem caindo e é cada vez menor a permanência dos formados na atividade.
Apesar de constatar alguns problemas, o levantamento conclui que o programa é um modelo de sucesso na atenção básica no Brasil. “É o modelo que melhor mostrou resultado na atenção primária. Como um modelo de sucesso, precisa ser aprimorado para prestar um cuidado de excelência”, destacou Trindade.
Transcrito do Correio Braziliense

3 comentários:

Anônimo disse...

Conheci o médico Thiago em Belo Horizonte, em 2007, no 1º Encontro Mineiro em Defesa do SUS, onde ele falou para cerca de 300 secretários municipais de saúde sobre Medicina Comunitária. Ressaltou a inadequação do perfil profissional na maioria dos médicos do PSF/ESF que, em grande parte, fazem do PSF uma espécie de bico, ou trampolim para outra área.

O PSF não recebe o apoio e a atenção devidos, em grande parte pela própria pressão de setores da medicina privada que não têm interesse em ações de promoção da saúde e prevenção contra doenças, que reduzem a demanda de pessoas doentes aos consultórios particulares. Na esteira, dentro de uma lógica perversa que conta com a criminosa cumplicidade da maioria dos agentes políticos, o próprio Sistema Único de Saúde é negligenciado, em relação à necessária readequação orçamentária e à profissionalização da gestão.

Mesno na gestão anterior, por mais que tivéssemos insistido pela ampliação das equipes da Saúde da Família, fomos sempre barrados pela secretaria de Fazenda, sob alegação de falta de recursos para contrapartida.

Observemos, em nosso locus municipal por exemplo, que alguns pré candidatos a vereador e prefeito já começaram a dar pitacos sobre saúde pública, sem conhecimento de causa e com muita culpa no cartório pela situação atual.

Nesta semana mesmo, alguns que há anos ocupam cargos eletivos (ou seus asseclas) resolveram criticar o atual governo, contraponto o gasto com o show de Milionário & José Rico x falta de manutenção no mamógrafo. Claro que a contraposição é pertinente e a falta de prioridade para a saúde é real (há décadas, nos seguidos governos). Entretanto, o que irrita é a pieguice, a hipocrisia, a demagogia de quem tem sido omisso e, às vésperas de eleição, se arvora em defensor da saúde pública.

* A obra do hospital municipal teve irregularidades nos gastos? Quem fiscalizou ou denunciou tempestivamente?

* Há anos o município necessita de um mamógrafo público novo. Quem se articulou e trabalhou politicamente por isto?

* Tentamos implantar um laboratório público para produção de medicamentos fitoterápicos. Fomos barrados por setores da própria prefeitura e por vereadores "da base".

* Desvio de dinheiro do TFD? Cadê a CLI que foi engavetada?

Pelo visto, vai começar mais um show de horrores político, utilizando a Saúde Pública como puleiro. Picaretagem e demagogia também fazem mal à Saúde.

EDILVO MOTA
Araguarino genérico

Aristeu disse...

Até pode ser generalista, mas quem procura posto não escolhe barranco.

Aletéia disse...

EDUCAÇÃO E SAÚDE: DOIS CONCEITOS QUE BEM APLICADOS RESOLVERIAM TODOS OS PROBLEMAS PRÁTICOS DA HUMANIDADE.

E por este simples motivo ninguém aplica devidamente os recursos a elas destinados. Um povo educado, sabe o que é ÉTICA E POLITICA, sendo assim, estes politiqueiros jamais estariam no poder.

Um povo saudavel não necessita de favores dos politiqueiros. Leiam a lei federal que normaliza o SUS, é linda e a LDB que normaliza a EDUCÃÇÃO nacional?

Como todas as LEIS são belissímas, mas sua aplicação esbarra em interesses particulares de marginais que são eleitos por um povo sem EDUCAÇÃO e sem SAÚDE.

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