Desta vez, o Supremo não ficou em cima do muro. Decidiu, agora à tarde, que, para votar, basta o eleitor comparecer à sua seção eleitoral munido de de um documento com foto.
Essa decisão merece algumas considerações.
Primeiro, a decisão deu um interpretação razoável para normas que sequer deveriam ter sido aprovadas. Até o Presidente Lula, integrante do partido que ajuizou a ação no Supremo, "comeu mosca" ao sancioná-la. Segundo, ficou clara a pressão política que sofrem os membros do Supremo. Para quem não sabe, a Folha de São Paulo flagrou o candidato José Serra conversando ao telefone com o Ministro Gilmar Mendes, do STF, pouco antes do início da sessão de ontem. Logo depois, durante a votação, o magistrado, que foi guindado ao STF pelo então Presidente FHC, pediu vista do processo, interrompendo uma votação praticamente decidida (já estava em 7x0 contra a exigência dos dois documentos). Na continuidade do julgamento, hoje, ele foi um dos votos vencidos (placar final de 8x2).
Terceiro, com a retirada da exigência, foram jogados fora 3,2 milhões de reais, valor gasto pelo Tribunal Superior Eleitoral com a publicidade acerca da exigência de apresentação dos dois documentos para poder votar.
Quarto, a retirada da exigência "aos 45 minutos do segundo tempo" demonstra que o PT agiu casuisticamente. Por trás dessa ação, não está a vontade de facilitar a vida do eleitor, mas sim a recente preocupação com um segundo turno, pesadelo petista. É que, com a exigência, o partido poderia perder votos de eleitores das classes mais humildes, que supostamente teriam menos condições de portar esses dois documentos no dia da votação. É justamente nesse estrato social que a candidata à Presidência pelo PT , segundo as pesquisas, vem desequilibrando a disputa eleitoral a seu favor.
É isso.
Um comentário:
Pra quê foto? Somos a cara dos nossos representantes...
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