sábado, 30 de maio de 2015

Catalão: MP quer suspender repasse de recursos ao CRAC

A suspensão imediata de novos repasses de verbas do município de Catalão ao Clube Recreativo e Atlético Catalano (Crac), previstas no Termo de Convênio nº 3/2015. Esta é a principal medida liminar requisitada pela promotora de Justiça Ariete Cristina Rodrigues Vale em ação de improbidade administrativa proposta contra o prefeito Jardel Sebba, o município de Catalão e o clube esportivo.

Segundo sustentado pela promotora, a Lei Municipal nº 3.210/2015 autorizou o município a firmar convênio e a conceder contribuição financeira destinada ao incentivo desportivo educacional e de rendimento, por intermédio do Crac. O convênio previa a obrigação de oferecer um total de R$ 920 mil, que seriam repassados em oito parcelas, a partir de janeiro. A primeira parcela seria de R$ 240 mil, duas de R$ 180 mil, uma de R$ 80 mil e as quatro restantes de R$ 60 mil. 

Ocorre que, em vez de ser utilizado para o desporto educacional, os recursos até agora repassados, que totalizam R$ 740 mil, foram usados para o pagamento de salários de jogadores, comissão técnica do time e despesas para manutenção do time profissional. Na ação, a promotora observa que, na relação de atletas da categoria de base (sub-20) informada pelo clube, constava o pagamento de sete bolsas-atleta in natura, que consiste em auxílio-alimentação e moradia. Contudo, no fluxo de caixa do clube não consta sequer uma saída para atender os atletas.

Clique aqui e leia a matéria completa no site do Ministério Público do Estado de Goiás.

CLI da Caçamba: resumo do depoimento do prefeito

Raul Belém, durante depoimento à CLI da Caçamba (fonte: Rádio Onda Viva)

O prefeito Raul Belém prestou depoimento ontem, 29, à CLI da Caçamba, que apura possíveis irregularidades na contratação e pagamento de serviços prestados à Prefeitura sem contrato e licitação. Resumindo, o prefeito disse que:

- só ficou sabendo da contratação pelas redes sociais em abril ou maio de 2013, mandando abrir uma sindicância;
- não sabia qual empresa estava prestando serviços nem conhecia o senhor Juliano dos Reis (Disk Caçamba);
- não houve dano ao erário, uma vez que não houve pagamento à empresa;
- a responsabilidade por possíveis irregularidades é do então secretário Uguney Carrijo, uma vez que existe um decreto dando atribuição de firmar contratos às secretarias;
- talvez por falta de informação, o secretário tenha feito a contratação verbal: "quem assume uma secretaria tem que saber disso";
- não conhecia o senhor Juliano Abadio, tendo sido alertado da prestação de serviços irregularmente pelo vereador Rafael Guedes,  quando Uguney já não era mais secretário;
- o procurador-geral Leonardo Borelli ficou sabendo da situação praticamente junto com o prefeito;
- afirmou que a Prefeitura já ofereceu alguns cursos para orientar os secretários, sempre incentivando a participação deles e de outros servidores;
- logo no início do mandato, foi oferecido um curso pela empresa Libertas Auditores, mas não sabe se o ex-secretário Uguney participou (o prefeito exigiu que todos estivessem presentes no curso);
- o secretariado pode tirar dúvidas em licitações e contratos com a Procuradoria ou com a empresa contratada para dar consultoria;
- antes dos fatos sob apuração, foram dadas palestras orientando os secretários e servidores sobre licitações;
- a ordem de serviço para a prestação de serviços deve ter sido verbal;
- na sindicância feita pela Prefeitura, não foi possível apurar quais serviços foram prestados, não tendo sendo feitos pagamentos por esse motivo;
- dentro da gestão, preza por que as contratações sejam feitas por licitação e contrato: "acho muito estranho contatar alguém verbalmente pra prestar serviços de qualquer natureza";
- o secretário Uguney não foi demitido, mas sim pediu pra sair;
- após as fortes chuvas ocorridas no inicio do mandato, os serviços  de recuperação de vias foram feitos com os poucos maquinários da Prefeitura;
- não tem conhecimento da doação de cascalho feita pelo senhor Abdias à Prefeitura, sabendo apenas da compra do material mediante contrato, não se recordando com qual empresa;
- não se lembra de quem fez o cascalhamento do Canil Municipal;
- ficou sabendo do pagamento feito aos motoristas por meio do depoimento prestado a CLI;
- a secretária Clarissa Magalhães não comentou com ele sobre o fato de ter acompanhado os pagamentos feitos pelo ex-secretário Uguney;
- não tem condições de informar se alguma outra empresa tenha feito pedido semelhante (pagamento por serviços sem contrato) à Prefeitura;
- não cometeu crime de prevaricação por não ter adotado as medidas necessárias à época (ao ser questionado sobre o fato de ter afirmado em nota oficial que havia um conluio entre o empresário e o senhor Jander Patrocínio, demitido após o depoimento);
- não existia um compromisso feito com o ex-secretário no sentido que realizaria o pagamento da empresa;
- não vê problema em participar de acareação com o ex-secretário e de abrir mão do seu sigilo telefônico;
, não sabe qual a relação da sua assessora especial Clarissa Magalhães com os fatos;
- não houve dois pesos e duas medidas ao exonerar Jander Patrocínio, e manter a sua assessora Clarissa Magalhães (para ele, Jander não tinha a menor condição de continuar no cargo de confiança do prefeito);
- irá verificar por que, até hoje, não foram enviados à CLI documentos pedidos ao procurador-geral no dia 14 de abril;
- nao houve enriquecimento ilícito da Administração Pública, uma vez que os fatos ainda estão sendo apurados.

Para saber mais sobre o assunto, veja os posts com outros depoimentos:


CLI da Caçamba: Uguney confirma pagamento em dinheiro vivo a prestadores de serviços









sexta-feira, 29 de maio de 2015

Festa pra inaugurar recapeamento asfáltico?!


O contribuinte trabalha o ano inteiro em grande medida pra sustentar o funcionamento dos governos. Em troca, recebe muito pouco, sobretudo em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança. Agora, os mesmos governos ineficientes na prestação desses serviços são espantosamente espertos na hora de torrar o suado dinheiro dos impostos, por exemplo, com publicidade e propaganda. O Poder Executivo de Araguari acaba de renovar contrato pra gastar R$ 2,1 milhões por ano pra divulgar os "grandes feitos" da Administração. Prova de como parte desse dinheiro é gasta está no banner acima. Por meio dele, a Prefeitura convida a população para a inauguração da monumental "obra" de recapeamento da avenida Senador Melo Viana. De fato, recapear vias públicas deve ser um grande feito, sobretudo quando se trata de um governo ineficiente, sobre o qual ainda pairam inúmeras suspeitas de irregularidades. Claro, pra completar a boa destinação do seu dinheiro, contribuinte, o evento contará com a transmissão da Rádio Planalto, aquela emissora "imparcial" que pertence à família do prefeito. Não preciso nem dizer que a emissora também recebe, via agência de publicidade, recursos oriundos de impostos. Só não direi quanto ela fatura com publicidade e propaganda oficiais porque a Prefeitura, contando com a omissão do Ministério Público e da Câmara de Vereadores, não divulga esses valores. Realmente, não faltam motivos pra comemorações por parte do prefeito.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Serviço porco!

Foto postada por Nilton Júnior no Facebook.

"Recapeamento" feito na Rua Columbia, esquina com a 8 de maio (bairro Santa Terezinha). A imagem fala por si própria. Dispensa comentários.

CLI da Caçamba: Uguney confirma pagamento em dinheiro vivo a prestadores de serviços

Depoimento do ex-secretário movimentou o plenário do Legislativo na manhã de ontem (foto: Gazeta do Triângulo).

"A CLI (Comissão Legislativa de Inquérito) continua obtendo informações por meio de depoimentos de testemunhas, para averiguar a veracidade da prestação de serviço realizada pela empresa Disk Caçamba à prefeitura, no valor aproximado de R$ 600 mil. Ontem, 27, foi mais um dia de trabalho para comissão que ouviu um dos depoimentos mais aguardados desde o inicio dos trabalhos. O ex-secretário de Serviços urbanos Uguney Carrijo que acompanhado pelo seu advogado, prestou depoimentos sobre o caso. Carrijo que comandou a pasta de janeiro à agosto de 2013, disse que quando assumiu a secretaria a mesma não tinha nenhum estrutura de maquinas para realizar serviços e falou com prefeito Raul Belém (PP) as dificuldades de trabalho e por isso, Uguney revelou que recebeu o aval do próprio prefeito para contratar uma empresa para realizar os serviços que eram todos de forma verbal, sem nenhum documento. O ex-secretário disse que não tinha conhecimento da lei de Licitação e que mesmo após pedir para suspender os trabalhos, o empreiteiro teria ficado então tratando sobre o assunto diretamente com prefeito.

Uguney disse que em determinado momento ele solicitou ao senhor Juliano Reis suspender os trabalhos que vinham sendo realizados, os quais ele (Uguney) disse não saber quantidade de serviços prestados pelo empreiteiro com quem ele negou ter qualquer tipo de ligação. O ex-secretário confirmou que realizou o pagamento para quinze motoristas que prestaram serviços ao município contratados pelo empreiteiro e que o pagamento foi realizado na residência de uma amiga no bairro Amorim. Uguney disse que o dinheiro foi entregue à ele pelo procurador geral do Municipio Leonardo Borelli na sala da procuradoria onde se encontrava também Marcel Mujalli. Em seu depoimento, o ex-secretário revelou que o procurador havia dito que havia uma quantia de R$ 150 mil reais na bolsa, mas que após a contagem no local do pagamento, havia apenas R$ 143 mil reais. O depoente disse que alem do dinheiro, o procurador entregou à ele uma carta de demissão para que ele assinasse à pedido do prefeito. Uguney disse que pegou a carta e subiu até ao gabinete do prefeito Raul Belém (PP) e que após ele explicar os fatos, o prefeito pegou a carta de demissão em da sua mão e rasgou e pediu para que ele voltasse ao trabalho.

O ex-secretário disse ainda que tem amizade com Clarissa Magalhães, assessora especial do prefeito à qual ele disse ter ligado e pedido para que ela ajudasse ele efetuar o pagamento, sendo esse o motivo da sua presença. Uguney revelou que ligou para Clarissa pois estava achando estranho aquela situação e por isso eles combinaram ir para o local com duas malas, uma com dinheiro outra vazia temendo um assalto. O ex-secretário se propôs enviar os recibos do pagamento e deixou seu sigilo telefônico á disposição. Uguney disse ainda que após efetuar o pagamentos aos motoristas ele respondeu a sindicância interna e que o mesmo foi chamado pelo prefeito que perguntou á ele que dia que ele iria deixar a secretaria, ele falou que deixaria após a situação da secretaria estivesse resolvida. O depoente revelou que o prefeito respondeu que ele poderia ficar tranquilo pois ele iria pagar o empreiteiro Juliano Reis pelos serviços realizados. Uguney disse que não recebeu nenhum curso antes de assumir a secretria, e que só depois que houve os serviços irregulares ele participou de uma reunião com secretario de fazenda e o procurador."
Fonte: Gazeta do Triângulo.

Pitaco do blog

O depoimento apenas reforça aquilo que muita gente já sabe, mas ninguém tem coragem de investigar. Em muitos casos, agentes públicos da Prefeitura atuam de modo informal e ilegal. A fala do ex-secretário confirma outros depoimentos nesse sentido. Mais do que isso, demonstra a existência de uma contabilidade paralela na Prefeitura. Uma espécie de caixa dois. Isso costuma ser fruto de química contratual. Paga-se a uma empresa por serviços não prestados ou bens não fornecidos. Pode ser fruto também de superfaturamento. Depois, pega-se o dinheiro com a empresa e pagam-se outros fornecedores contratados informalmente (sem licitação e sem contrato escrito). Pra mim, essa situação é mais do que evidente. 

Não raro, esses fatos têm a participação das mesmas pessoas. Trazem indícios da existência de um núcleo responsável pela gestão de recursos desviados de outros contratos. Afinal, esse dinheiro não particular. A exemplo do ocorrido na Operação Tarja Preta, em que o pagamento de determinadas despesas do advogado Tomaz Chayb foram feitas por baixo dos panos, agora também são mencionados os nomes do procurador-geral Leonardo Borelli e do então procurador Marcel Mujali. De acordo com o depoimento, a entrega do dinheiro ao ex-secretário foi feita pelo primeiro e presenciada pelo segundo.

Mas, onde está o problema maior do caixa-dois? As consequências desse procedimento não se esgotam na ilegalidade do pagamento em si. Quando o dinheiro circula por fora da contabilidade oficial, é possível que seja desviado para os bolsos de agentes públicos ou de terceiros. Essa é a maior dúvida sobre a atuação da gestão Raul Belém. Dúvida que permanecerá, na medida em que nenhum órgão de controle se disporá a ir fundo em investigações e buscar a verdadeira origem do dinheiro usado para o pagamento informal dos prestadores de serviços.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Promotorias têm novas atribuições


Parte das atribuições das Promotorias de Justiça de Araguari foram redistribuídas. As mudanças foram feitas para dar maior agilidade ao atendimento das demandas. A 1ª Promotoria alterou suas atribuições e absorveu as anteriormente exercidas pela 5ª Promotoria (4ª Vara Cível e Patrimônio Público), e ainda acrescentou outras como Direitos Humanos, Lei Maria da Penha e Precatória Criminais e Precatórias Criminais.

Com as mudanças, o rol de atribuições de cada Promotoria passou a ser o seguinte:

1ª Promotoria de Justiça: Dr. André Luís Alves de Melo (fone 34-3246-4526 e 3242-2389)

. Feitos da 4ª. Vara Cível
. Defesa do Patrimônio Público
. Defesa dos Direitos Humanos e Apoio Comunitário
. Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
. Audiências de Precatórias Criminais

2ª Promotoria de Justiça: Dr. Fernando Henrique Zorzi Zordan (fone: 34-3246-4669; 34-3242-8574)
. Feitos da 2ª Vara Cível
. Juizados Especiais Criminais
. Defesa dos Direitos do Consumidor
. Tutela das Fundações e Terceiro Setor

3ª Promotoria de Justiça: Dr. Valter Shigueo Moriyama (fone: 34-3246-4725)
. Feitos da 1ª Vara Cível
. Juizados Especiais Criminais
. Defesa dos Direitos do Consumidor
. Tutela das Fundações e Terceiro Setor

4ª Promotoria de Justiça: Dra. Cristina Fagundes Siqueira (fone: 34-3246-4647 e 3246-3348)
. Feitos da 3ª Vara Cível
. Registros Públicos
. Defesa da Saúde
. Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Idosos

5ª Promotoria de Justiça: Dr. Alan Baena Bertolla dos Santos (fone: 34-3246-4638)
. Feitos da 1ª Vara Criminal e audiências (criminais e infracionais – 1ª Vara Criminal)
. Turma Recursal do Juizado Especial
. Fiscalização da Atividade Policial

6º Promotoria de Justiça: Dra. Lilian Tobias (fone: 34-3246-3338 e 3246-3528)
. Feitos da 2ª Vara Cível
. Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural

7ª Promotoria de Justiça: Dra. Luana Cimetta Cançado (fone: 34-3246-6523)
. Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (Cível e Infracional)
. Execuções Penais 

Hospital Municipal: ex-prefeito é condenado a pagar mais R$ 494 mil à União


Os processos relativos à responsabilização pelas irregularidades verificadas na construção do Hospital Municipal continuam tramitando. Desta vez, o ex-prefeito Marcos Alvim foi novamente condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a pagar pelo prejuízo decorrente dessas falhas. Dessa decisão ainda cabe recurso. As irregularidades teriam sido praticadas entre dezembro de 2002 e março de 2004 mas, até hoje, não há decisão definitiva sobre a matéria. Nem administrativa. Nem judicial.

Em decisão tomada no dia 12/5, o TCU condenou o ex-prefeito e a empresa Cima Engenharia e Empreendimentos Ltda. a pagar à União a importância de R$ 124.8 mil (em valores atuais: R$ 494 mil). Além disso, o ex-prefeito terá que pagar multa de R$ 23 mil pelas irregularidades encontradas no gasto de recursos com a obra. Ele ainda teve a prestação de contas julgada irregular, o que, se mantido pelo TCU em eventual recurso e reconhecido pela Justiça Eleitoral, poderá torná-lo inelegível.

Não é a primeira condenação de Alvim devido às irregularidades encontradas na construção do fictício Hospital Municipal. O próprio TCU já o havia condenado, em 18/9/13, juntamente com a referida empresa, a ressarcir aos cofres públicos a importância de R$ 1,3 milhão (valor que deverá corrigido monetariamente e acrescido de juros de mora) e à multa de R$ 30 mil. Entretanto, a decisão não é definitiva, uma vez que o TCU ainda não julgou o recurso apresentado pelo ex-prefeito.

Além desses processos, tramita na Justiça Federal em Uberlândia, desde 2010, uma ação penal em que se apura a prática de crime de responsabilidade pelo ex-prefeito.


Pitaco do blog

É isso mesmo, leitor! Acabei de falar de irregularidades que foram praticadas entre 2002 e 2004. Iniciadas, portanto, há mais de 11 anos. Até o momento, contudo, não se têm decisões definitivas a respeito do assunto. Nenhum centavo foi ressarcido aos cofres públicos. Ninguém foi definitivamente condenado ou absolvido. Por enquanto, o único penalizado é o contribuinte, que pagou, mas não levou. Continua sem o Hospital Municipal. Enfim, essa é mais um fato que contribui para aumentar a sensação de impunidade.

Sabia mais sobre a "novela" do Hospital Municipal clicando nos links abaixo:


"Hospital Municipal": ex-prefeito tem que devolver mais de R$ 1,3 milhão aos cofres públicos





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