Feliz 2021. Do genial Aroeira.
Pela leitura das ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral, pedindo a cassação da chapa do Major Renato, várias práticas ocorridas nas eleições presidenciais de 2018 foram reproduzidas na eleição para prefeito. Entre elas, abuso do poder econômico, disparo em massa de mensagens via WhatsApp, cooptação de jornalistas desonestos e uso eleitoral de grupos (associações) de ex-militares do Exército para apoiar candidatos.
Está na 5ª Promotoria de Justiça de Araguari uma Notícia de Fato versando sobre possível uso de "laranjas" na administração de uma empresa pelo prefeito Major Renato (REPUBLICANOS).
De acordo com a denúncia, essa pessoa jurídica, que fornece bens à União, ao Estado de Minas Gerais e ao Município de Araguari, encontra-se registrada no nome da mãe e de uma irmã do candidato. Segundo o documento enviado ao MP, a fraude no uso da empresa estaria sendo realizada "com a finalidade de dissimular a identidade do verdadeiro beneficiário dos atos por ela praticados, em franco desvio e abuso de personalidade."
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| Em conversa com a esposa de um apoiador, Wesley Lucas aborta o encontro marcado para a entrega da quantia prometida. |
14/11, véspera da eleição. Meio-dia. Wesley Lucas, presidente da Câmara e coordenador da campanha do Major Renato, marcou encontro em frente à empresa Med-X, no centro da cidade, para entregar à esposa de um apoiador o valor referente à compra de votos.
Esse fato chegou ao conhecimento da Polícia Civil por meio da interceptação telefônica autorizada pelo Poder Judiciário na Operação Fura-Fila. Diante disso, o delegado Rodrigo Luís Fiorindo Faria realizou diligência no local.
Ao perceber a presença do policial civil, Wesley Lucas cancelou o encontro para a entrega de dinheiro à representante do apoiador e noticiou o fato ao candidato Major Renato e a José Júlio Lafayette, reitor do IMEPAC, que compareceram ao local.
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| No local do encontro, compareceram, entre outros, os candidatos investigados Major Renato e Maria Cecília. |
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| Após contato telefônico com Wesley Lucas, o investigado José Júlio Lafayette também foi ao local marcado para a entrega do "patrocínio". |
De acordo com o Ministério Público, o encontro de Wesley Lucas com os investigados Major Renato e José Júlio nessas circunstâncias evidencia "mais uma vez o vínculo entre os mesmos em atos de entrega de dinheiro para compra de votos na véspera da eleição."
Saiba mais...
A Operação "Fura-Fila" visa a apurar a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva e ativa, bem como peculato eletrônico. Foi deflagrada pelo GAECO-Uberlândia, 1ª e 2ª Promotorias de Araguari, Polícia Civil e Polícia Militar (leia aqui).
Sobre o pedido de cassação da chapa Major Renato e Maria Cecília, clique nos links abaixo:
Diálogos telefônicos interceptados pelo GAECO mostram que Juberson dos Santos Melo (Jubão) orientou um funcionário da empresa Fuerza Segurança Privada Ltda. para captar votos entre outros funcionários e familiares em benefício da chapa Major Renato e Maria Cecília. Um dos sócios da referida pessoa jurídica é José Júlio Lafayette (reitor do IMEPAC), também investigado por abuso do poder econômico.
Para o Ministério Público Eleitoral, essa é mais uma demonstração de "como a estrutura das empresas do investigado José Júlio foi utilizada para obter votos, retirando a liberdade de voto dos funcionários."
De acordo com diálogos telefônicos interceptados pelo GAECO, durante as eleições, o presidente da Câmara de Vereadores, Wesley Lucas de Mendonça, orientou uma fiscal de partido para que dificultasse a fiscalização feita pela promotora de justiça Cristina Fagundes Siqueira no IMEPAC (local de votação). Em outro trecho, o próprio vereador disse ter conseguido "segurar" a promotora por uma hora no Colégio Estadual.
Para o Ministério Público Eleitoral, essas conversas demonstram que o coordenador de campanha Wesley Lucas falava em nome do candidato Major Renato e mantinha contato direto com o também investigado José Júlio e seus funcionários".